Viajaram Mais Cedo

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Capítulo IX

Raul Pinheiro Torres Júnior

Filho único do casal Raul Pinheiro Torres e Hilda Meszaros Torres.

Humilde, dedicado ao próximo, Raul qual nos lembra sua mãe, deixou um grande exemplo em sua curta existência aqui na Terra.


DEPOIMENTO


Ao recebermos a sua bela e confortante mensagem, foi um alívio saber que ele estava bem e aceitava a sua nova vida.

Ela nos deu paz, muita fé e conformação de tudo o que esperávamos.


Hilda Meszaros Torres

MENSAGEM


Querida mãezinha Hilda e querido papai Raul, estamos na mesma faixa de pensamentos, iluminando a nossa ligação com o amor que vem de Deus.

Permitam-me não fazer quaisquer referências à morte. Assunto sem dúvida ultrapassado, a meu ver, porque a rigor a morte é semelhante à escuridão que não tem substância alguma. Basta que uma vela acesa apareça e a sombra se reduz simplesmente a nada.

Falemos, pois, da vida e, com licença dos amigos que nos recebem, desejo dizer-lhes que estamos aqui celebrando o nosso aniversário tríplice. Janeiro com três joias para a nossa lembrança: o natalício do papai Raul, que nos infunde a maior alegria aos corações; as bodas do casamento feliz de que recebi a dádiva da existência e o meu pobre aniversário, daqui a dez dias pela frente.

É importante se diga que os supostos ausentes, nos caminhos sofisticados da desencarnação, não vivem indiferentes às festividades do coração. Estamos separados por um fio vibratório, sobre o qual nada sei explicar.

Penso que, um dia, a própria ciência dos homens desfará esse fio, criando aberturas para mais amplo intercâmbio em benefício dos que se vão mais cedo para o Grande Lar e dos que permanecem chumbados aí, no chão da Terra.

Para ilustrar o que digo, estão em nossa companhia o avô Bernardino, que possuo por benfeitor e amigo desde a minha volta à Espiritualidade; a vovó Elisabeth, a vovó Eva, a nossa amiga Abadia que continuou, depois do incêndio que a demitiu do corpo físico, a me demonstrar amizade e carinho.

Todos estamos contentes, embora um tanto constrangidos pela impossibilidade de comunicar a nossa alegria aos amigos que nos acolhem com tanta gentileza, de vez que, para compartilhar dos eventos domésticos de uma família, quase que é necessário fazer parte dela.

Ainda assim nos reconfortamos com o que nos acontece, porque muitos dos corações magoados aqui presentes estarão informados quanto à nossa ligação constante, entre o chamado Além e o conhecido Chão Terrestre.

Pais queridos, estou muito grato por todas as demonstrações de carinho e conformação com que me acompanharam na separação ilusória que a liberação das forças físicas imprime em nossos pensamentos. Sei que todos choramos para valer. Foi um dilúvio de pranto, o ambiente em que aprendi a revê-los e abraçá-los e a desprender-me de recursos que não mais me pertenciam. Agora, com a Bênção de Deus, a tempestade vai serenando…

Estou bem com as saudades a tiracolo, mas o que se há de fazer? Não será por isso que articulei esse ou aquele voto para que venham ao meu encontro.

À medida que me ergo aqui para a realidade, mais tempo lhes desejo e aspiro a doar em favor de todos os nossos para que usufruam uma existência tão comprida quanto lhes seja possível.

Na esperança, cabem todas as ansiedades conhecidas e desconhecidas. E na fé, clareando as estradas que se tenha de percorrer, não podem existir sofrimentos inextinguíveis.

Felizmente, estou melhorando nos conhecimentos que me habilitam a conviver com os outros aqui onde atualmente me encontro. Mas a renovação interior, qual acontece na Terra mesmo, é mais difícil de alcançar, porque são tantas as reações que nos tumultuam as ideias que a Vida Espiritual mais me parece uma escola de testes incessantes, em cujas lições somos chamados a compreender, aceitar, servir, desculpar, auxiliar ao próximo e promover os meios de apoiar, ainda mesmo aqueles que no mundo nos desapoiavam, que o jeito é acolher os ensinos e exigências do “por aqui” sem murmurações e sem queixas.

Se tenho qualquer inquietação, já sei como dissipá-la e desse modo o aprendizado para mim tem sido dos melhores.

Nada de queixas contra ninguém e nada de desânimo.

É melhor que o trabalho do bem nos carregue para diante, do que a preguiça mental aferrolhar-nos o espírito no cárcere de nós mesmos.

Que Deus seja louvado e que a vida nos ensine sempre mais e melhor, é tudo o que hoje desejo.

Pais queridos, o vovô Bernardino me aponta o relógio e afirma que ninguém adquire educação agindo sem horários. Por isso, aqui resumo as minhas alegrias, ofertando-lhes as flores de minha ternura e de minha gratidão.

Que a nossa união perdure invariável, no espaço e no tempo, construindo a nossa felicidade — especialmente para mim, a felicidade de pertencer-lhes — são, em síntese, as preces que dirige a Deus por nossa paz e alegria, encorajamento e aceitação do trabalho que o mundo nos reclama, o filho reconhecido e companheiro cada vez mais amigo,


Raul
Raul Pinheiro Torres Júnior

14.01.1983.



Bernardino Pinheiro Torres Sobrinho: bisavô paterno, desencarnado em 1932. — Elizabeth Meszaros: bisavó materna, desencarnada na Europa. — Eva Meszaros: bisavó materna, desencarnada na Europa. — Abadia: amiga de infância, desencarnada no incêndio do edifício Joelma, São Paulo, no ano de 1974.


Caio Ramacciotti
Paulo de Tarso Ramacciotti


Hilda Meszaros Torres
Francisco Cândido Xavier


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