Moradas de Luz

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CAPÍTULO 8

SOBRE A DOR

Cruz e Souza

Suporta calmo a dor que padeces, Convicto de que até dos sofrimentos, No desempenho austero dos deveres, Mana o sol que clareia os sentimentos.

Tolera sempre as mágoas que sofreres, Em teus dias tristonhos e nevoentos;

Há reais e legítimos prazeres Por trás dos prantos e padecimentos.

A dor, constantemente, em toda a parte, Inspira as epopeias fulgurantes, Nas lutas do viver, no amor, na arte;

Nela existe célica harmonia Que nos desvenda, em rápidos instantes, Mananciais de lúcida poesia.




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