Vida em vida

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Capítulo XXVI

Semente e fruto


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“Bate mais!… Bate mais!…” — E a senhora proclama:

— “Escravo sem valor que morra na senzala!”

O relho, em mão cruel, se desenrola, estala

E a vítima, sangrando, expira sobre a lama.


Quanto infeliz tombado ao pé da nobre dama!…

Chega um dia, porém… Ei-la inerme, sem fala…

Compadecidamente, a morte vem buscá-la.

No Além, chora, censura, esbraveja, reclama…


Por fim, quer renascer… Dá-lhe o Céu vida nova.

Hoje, bela mulher, guarda um leito de prova,

A dor lhe fere a carne e agarra o peito rouco…


Sob o relho da angústia, a dona do passado

Morre, sentindo o corpo exânime e quebrado,

Ao câncer que a constringe e exaure, pouco a pouco.




Silva Ramos
Francisco Cândido Xavier


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