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Capítulo X

Repreensão


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A repreensão, sem dúvida, pertence à economia do nosso progresso espiritual [na vida], entretanto, antes de expedi-la, com a palavra, convirá sempre ponderar o porquê, o como e o modo, através dos quais devemos concretizá-la.

O lavrador, para salvar a erva tenra, que amanhã será o orgulho do seu pomar, emprega cuidado e carinho para não lhe ferir o embrião, em lhe subtraindo o verme devorador.

O artista, para retirar a obra-prima do mármore, não martela o bloco de pedra indiscriminadamente e, sim, burila-o, cauteloso, [imaginando e sonhando, antes de exigir ou] apressar-se.

O cirurgião, que atende ao enfermo [em estado grave,] propicia-lhe anestésico e [recomenda-lhe o] repouso, extraindo-lhe o problema orgânico, sem desafiar-lhe a reação das células vivas que, em desespero, poderiam estragar-lhe a atuação.

Usemos, [pois,] a repreensão benefício do progresso de todos, mas, sem olvidar as nossas necessidades e deficiências, para que a compaixão fraternal seja óleo de estímulo em nossas frases.

Jesus, o Grande Médico, o Excelso Educador, sempre fez diferença entre mal e vítima, [entre pecado e pecador]. Cura a moléstia, sem humilhar aqueles que se faziam hospedeiros dela e reprova o erro, sem esquecer o amparo imprescindível aos que se faziam desviados, que Ele tratava por doentes da alma.

Auxiliemos noventa e nove vezes e repreendamos uma vez, em cada centena de particularidades do nosso trabalho.

Quem efetivamente auxilia, adverte com proveito real.

A educação exige [muita] piedade, [muito] apoio fraterno e constante recapitulação de ensinamentos para que se evidencie [de verdade] no campo da vida.

E, ainda nesse capítulo, não podemos esquecer a lição do Mestre, quando nos recomenda: Deixai crescer juntos o trigo e o joio, (Mt 13:30) porque o Divino Cultivador fará a justa seleção, no dia da ceifa.

Semelhante assertiva não nos induz ao relaxamento, à indiferença ou à inércia, mas, define o imperativo de nossas responsabilidades, uns à frente dos outros, para que sejamos, de fato, irmãos e amigos, com interesses mútuos, e não perseguidores cordiais que desorganizam as possibilidades de crescimento do progresso e perturbam o esquema de aperfeiçoamento que a Sabedoria Divina traçou, em favor de nosso engrandecimento comum.




Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes] foi publicada em dezembro de 1959 pela FEB no Reformador e é também a 287ª lição do 1º volume do livro “”



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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Mateus 13:30

Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo ajuntai-o no meu celeiro.

mt 13:30
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