Capítulo III

“Agora, tenho tido a satisfação de colaborar com o nosso amigo do caminhão”

Edna Telma Pena

Mãezinha Flora e papai, abençoem-me.

Não obstante o nosso desejo recíproco de cultivar as correspondências longas, nas quais o coração da gente fique bem derramado em todos os trechos que nos saiam da escrita, este meu comunicado não deve ultrapassar o tamanho de um bilhete maior com pretensão de caria que não pode ser.

Venho dizer lhe que as saudades são as mesmas, no entanto, as esperanças cresceram muito por dentro de mim.

que me cortou a moto sem perceber.

Nem por um instante pude me queixar dele, porque talvez tivesse os olhos com estragos, de vez que vinha de uma cirurgia recente.

Mãezinha Flora, tudo se encadeia. Agora, é o meu tempo de auxiliá-lo, e peço-lhe orar comigo em favor dele.

Não a quero tristonha ou pensativa, admitindo punições que não existem.

Um carro se desequilibra ou determinada moto salta descontrolada, sem que o nosso querer predomine. Desejo que os nossos saibam disso, porque é indispensável saber que todos somos de Deus e estamos sob o governo da Bondade Divina.

Tudo concorre para o bem dos que procuram o bem, e isso é o que está certo.

Não posso elastecer-me num noticiário que deve ser simples e estreito quanto possível.

Abraço-a com o papai, a quem devo tanto carinho, na intensidade com que devo ao seu coração materno tanto amor.

Muitas lembranças ao Geraldo, à Rosa Helena, ao irmão que está igualmente sempre em minha memória, e para a nossa querida Vera Lúcia, a irmã do coração.

O vovô Revalino e o tio Alderico estão em minha companhia, deixam-lhes a estima de sempre, rogando aos pais queridos receberem a alma toda com todo reconhecimento de que me sinto capaz, da filha e companheira de sempre, sempre mais agradecida,


Edna Telma

Rogando ao leitor amigo percorrer as páginas 36-47 do livro , onde se encontram as duas primeiras mensagens transmitidas pelo Espírito de Edna Telma Pena, através do médium Xavier, e mais detalhes biográficos da referida Autora espiritual, recordemos tão somente que ela, Edna Telma, nasceu em Goiânia-GO, a 9 de novembro de 1963, aí desencarnando em consequência de acidente com moto (encontrava-se numa Garelli, guiada por um amigo de dez anos de idade, que nada sofreu, tendo sido ela esmagada por um caminhão de transportes), a 27 de janeiro de 1978.

Filha do Sr. José Pena Nogueira e de D. Flora Pena Nogueira, que nos forneceu, através de carta, datada de 15 de abril de 1982, os dados de que nos serviremos logo mais, a propósito da mensagem sob nossa observação, psicografada pelo médium de Emmanuel, na noite de 22 de janeiro daquele ano.


1 — “Correspondências longas”: Volta a Autora espiritual a aludir às cartas longas — verdadeiros testamentos que a sua genitora gostaria de receber dela, como ficou esclarecido no livro .


2 — “Agora, tenho tido a satisfação de colaborar com o nosso amigo do caminhão que me cortou a moto sem perceber.”: O Sr. Américo Alves Nogueira, tio de Edna Telma, ficou sabendo, por intermédio de terceiros, que o motorista do caminhão — instrumento de que se serviu a Providência Divina para recambiar Edna Telma ao Plano Espiritual — desencarnara, também, de forma considerada trágica, em 1981. Belíssimo este trecho da mensagem, que nos induz a raciocinar sobre a Misericordiosa Justiça de Deus: a antiga e aparente vítima, hoje consegue socorrer, espiritualmente, aquele que, na Terra, seria catalogado de verdugo e que, por sua vez, veio a se tornar, aparentemente, vítima.


3 — “Desejo que os nossos saibam disso.”: Dois tios de Edna Telma, Srs. Voriques Alves Nogueira e Eurico Alves Nogueira, o primeiro, principalmente, guardavam dentro de si muita mágoa contra o motorista do caminhão, e, de há muito, vinham se esforçando na prática do bem com vistas a perdoar aquele irmão, que residia em Uberlândia, Minas, e era pai de cinco filhos:


4 — Geraldo: Geraldo César Pena, irmão de Edna Telma.


5 — Rosa Helena: D. Rosa Helena Alves Borges, irmã de Edna, casada com o Sr. Lindomar Alves Borges.


6 — Vera Lúcia: Irmã de criação e madrinha da comunicante.


7 — Vovô Revalino: Sr. Revalino José Nogueira, avô materno, desencarnou em Goiânia-GO, a 14 de agosto de 1973.


8 — Tio Alderico: Dr. Alderico Nogueira, distinto advogado da capital goiana, tio muito querido de Edna Telma.

Ao afirmar que o tio Alderico se encontrava em sua companhia, ao lado do vovô Revalino, este já desencarnado e aquele ainda jungido aos grilhões da carne, segundo D. Flora, o Espírito de sua filha quis explicar o seguinte:

“Alderico havia combinado comigo de irmos, juntos, a Uberaba, naquela semana, ou seja, de 17 a 24 de janeiro de 1982.

Tendo em vista uma viagem dele, Alderico, a Pelotas, Estado do Rio Grande do Sul, naquela data, não lhe foi possível estar, fisicamente, comigo no Grupo Espírita da Prece, naquela noite.

Mas o curioso de tudo isso, é que ele me havia dito que, espiritualmente, haveria de estar conosco, na sessão da noite de 22 de janeiro, e como viemos a confirmar depois, durante o tempo que a reunião abençoada se desdobrava, ele, Alderico, viajava, de ônibus, com destino a São Paulo, para de lá seguir em direção à progressista cidade do Rio Grande do Sul.”


Sobre a comunicação de pessoas vivas, pedimos vênia para fazer as seguintes indicações bibliográficas, a nosso ver pertinentes:

1 — Allan Kardec, a) Revista Espírita ou Jornal de Estudos Psicológicos — Segundo Ano — 1959 —, trad. de Júlio Abreu Filho, Edicel, São Paulo, 1964, pp. 119; ; ; ; ; ; ; ; .

b) , Capítulo XXV, n° 284.

c) , Segunda Parte, Capítulo VIII, o 9.° caso relatado (“Expiações Terrenas”).

2 — Emesto Bozzano, Comunicações Mediúnicas Entre Vivos, Trad. de Francisco Klörs Wemeck, Apresentação de J. Herculano Pires, Edicel, São Paulo, 2ª edição, 1978, especialmente os casos relatados às páginas 37-40.


Elias Barbosa


Francisco Cândido Xavier, Espíritos Diversos, Elias Barbosa, Ninguém Morre, IDE, Araras (SP), 1ª edição — 1983.



Edna Telma
Francisco Cândido Xavier


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