Volta Bocage

Versão para cópia
Capítulo I

Soneto 1

(Psicografado em 25/11/1946)


Vive o homem no mundo sorte dura,

Por estranho caminho arremessado;

Fero cativo a negro fado,

Do berço morno à fria sepultura.


Triste filho dos céus, de alma perjura,

Desprezível Adão acorrentado

Ao desterro de sombras do passado,

Respira o lodo e chora a desventura!


Ao vão orgulho — a esse deus ,

Altares vãos erige, por vaidade,

Que, na treva, o mantém revel mendigo!


Por mais altos pregões a fé lhe brade,

Traz, desditoso, o cárcere consigo,

Atado à Morte em plena Eternidade.


Du Bocage

Ensina que o homem é um anjo decaído, em consequência do mau uso que fez de seu livre-arbítrio: tem-se, deste modo, a figura do “pecado original”. Seu passado de culpas arremessou a criatura num mundo infeliz, onde deve expiar suas faltas em duras provas. Infelizmente, em vez de se submeter à dor, que redime, o homem se rebela por orgulho, que lhe agrava a situação, e assim prolonga seu cativeiro no cárcere da matéria.


L. C. Porto Carreiro Neto

NOTA: Alguns versos, como os tercetos acima, além de outros, foram depois modificados pelo Espírito comunicante.

A ortografia do original, redigido a lápis pelo médium, em toda esta série de sonetos, é a antiga, o que mais testemunha a veracidade da autoria destas produções. Este acréscimo de testemunho se entende com os incrédulos, não, evidentemente, com os confrades. Diremos, a propósito, com o excelso Camões:

“Aos infiéis, Senhor, aos infiéis,

E não a mi, que creio o que podeis.”



Du Bocage
Francisco Cândido Xavier


Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 1.
Para visualizar o capítulo 1 completo, clique no botão abaixo:

Ver 1 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?