Volta Bocage

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Capítulo XII

Soneto 12

(Psicografado em 6/12/1946)


Estro frágil, sem louros, jamais tente

Engrandecer, em míseros cantares,

Os imensos impérios estelares

Do Teu Reino de Luz Resplandecente.


Louvem-te a glória excelsa eternamente

Canôpus, Altair, Sírius e Antares,

Paraísos suspensos, almos lares,

Que balançam na abóbada luzente!


Quem dirá dos mistérios que proclamas

Em turbilhões de sóis, uno e disperso,

Dos Teus castelos de sagradas chamas?


Emudeçam as notas de meu verso!

Glorifique-Te o amor com que nos amas,

Nas mais remotas plagas do Universo!


Du Bocage

O poeta encerra este curso com um grandioso hino de louvor a Deus. Jamais serão os poemas humanos dignos de cantar a glória do Criador: só as estrelas podem celebrar a obra do Onipotente. Pequeno é tudo diante da Majestade Divina; e o verso deve emudecer. A glorificação única ao Ente Supremo seja o Amor que Ele nos consagra, pois nem mesmo o nosso amor ao Pai Lhe cantará a grandeza, que abrange o infinito do Espaço e a eternidade do Tempo.


*


Leitor, meu irmão.

Encerremos este magistral breviário como convém: de joelhos, em prece cordial. Acompanhemos o poeta na sua rogativa a Maria, assunta aos Céus:


“……………………………………………

Tu, doce chama, angélica ternura,

Que o Criador envia à criatura,

Ó dádiva celeste, ó dom do Imenso,

Com que aterramos Satanás infenso,

Com que a tormenta das paixões se acalma,

………………………………………………………….

Que os tesouros sem-fim do eterno erário

Resumidos conténs nas graças tuas;

Que outros sóis, outros astros, outras luas

Invisíveis a nós, lá vês, lá pisas

No almo, nítido céu, tu divinizas

Meus versos, dedicados até agora

A vãos prestígios, que a fraqueza adora.

Ah! dos teus olhos um volver piedoso

Desarme, ó Virgem beta, o justiçoso

Ente imortal, que os ímprobos fulmina;

Apaga o raio, que na mão divina

A prumo sobre a fronte me chameja:

A quem te invoca teu favor proteja.

………………………………………………….”


Du Bocage

E Maria o acolheu.


L. C. Porto Carreiro Neto


Du Bocage
Francisco Cândido Xavier


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