Volta Bocage
Versão para cópiaSoneto 2
(Psicografado em 26/11/1946)
Novamente a escrever, Musa inconstante, Desafiando o espírito moderno… De onde vens, triste Elmano? Vens do inferno? Dos complicados círculos de Dante? — Não perturbes o alígero viajante! Proclamo a essência do meu ser eterno! Depois de atravessar o escuro Averno, Consterna-me a Verdade alucinante. O que Elmano chorou ao surdo vento No Letes se perdeu… Jamais te conte O que te agrave o lôbrego tormento! Basta a certeza, a mitigar-te a fronte, De que além do cadáver macilento Contemplarás a luz de outro horizonte… |
As comunicações de além-túmulo provam-nos a sobrevivência do Espírito. Não deve, porém, tal intercâmbio ser utilizado na ociosa indagação, por mera curiosidade, da situação particular de cada pecador no mundo espiritual. Outrossim, a certeza de haver “outro horizonte”, além do qual se estará banhado da luz verdadeira, nos obriga a pensar em que todos os nossos atos serão aí focalizados; daí o cuidado em nosso proceder na Terra, pela responsabilidade com a qual enfrentaremos a Luz Celeste.
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