Volta Bocage

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Capítulo IV

Soneto 4

(Psicografado em 28/11/1946)


Volta, Bocage, ao mundo e grita ao Fado

Que a Fama vil padece desengano,

Que a carícia de Ismene é fogo insano

Depois do escuro Estige atravessado.


Antes viver no exílio sem agrado,

Sofrer de Goa o beleguim tirano,

Beijar fusco Hidal-Khan por soberano

Que ser presa de gozo desmarcado.


Preferível guardar ervadas setas

Da calúnia que mata pouco a pouco,

Sucumbindo entre as dores mais abjetas,


Que morrer, de olhar baço e peito rouco,

Na miserável chusma dos patetas

E acordar no outro mundo como louco.


Du Bocage

Combate a vaidade que aspira à fama e glória entre os homens. Todos os sofrimentos, todas as humilhações são preferíveis à sede de admiração mundana; esta nos enche de orgulho e de ilusões e nos projeta num mundo de dores atrozes, após o desligamento do Espírito, longe da multidão ignara que nos incensava. Ainda nos acautela contra as falsas delícias amorosas, que, após a morte do corpo, se transformam em chamas torturantes para o Espírito.


L. C. Porto Carreiro Neto


Du Bocage
Francisco Cândido Xavier


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