Volta Bocage

Versão para cópia
Capítulo VIII

Soneto 8

(Psicografado em 2/12/1946)


A passagem do túmulo desata

Tanto a orgulhosos reis, como a pastores,

A Parca de mil dedos matadores

Da cólera medonha em fúria ingrata.


Não lhe valem d horrífica bagata

As riquezas e os dons encantadores,

Nem lágrimas, nem rogos, nem favores;

Nada lhe foge à sanha intimorata.


Ó Deus! Ó Céus! cruel destino humano,

Tremei, mortais, guardando vosso dia

No fraternal amor que obra sem dano.


Rasgam-se os véus de toda a soberbia

Ao vento do sinistro desengano,

Na amarga solidão da cova fria.


Du Bocage

Recorda-nos que todos temos de deixar este planeta: orgulhosos, humildes, potentados, ricos, formosos. Não há fugir à morte; mas poderemos aguardar tranquilamente o instante de partir, alimentando o amor fraterno. Com este sentimento, a morte se nos transforma em amiga, em libertadora, em fonte de felicidades: não o “desengano”, nem a “amarga solidão” encontra o Espírito, ao transpor o limiar do Espaço, senão o prêmio da virtude e a companhia de amigos que o esperam de braços abertos. Vencemos, assim, a morte e o horror que geralmente nos causa seu espectro.


L. C. Porto Carreiro Neto


Du Bocage
Francisco Cândido Xavier


Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 8.
Para visualizar o capítulo 8 completo, clique no botão abaixo:

Ver 8 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?