Livro da Esperança

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Capítulo XXI

Pacificação

“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” Jesus (Mateus 5:9)
“Mas que queria Jesus dizer por estas palavr as: ‘Bem- aventur ados os que são br andos porque possuir ão a Terr a’, tendo r ecomendado aos homens que r enunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes prometido os do Céu? Enquanto aguarda os bens do Céu, tem o homem necessidade dos da Terr a par a viver. Apenas, o que ele lhe r ecomenda é que não ligue a estes últimos mais importância que aos primeiros.”
(ESE Capítulo 9, Item
5)


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“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” — JESUS (Mt 5:9)


“Mas que queria Jesus dizer por estas palavras: “Bem-aventurados os que são brandos porque possuirão a Terra”, tendo recomendado aos homens que renunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes prometido os do Céu?

“Enquanto aguarda os bens do Céu, tem o homem necessidade dos da Terra para viver. Apenas, o que ele lhe recomenda é que não ligue a estes últimos mais importância que aos primeiros.” — ()


Escutaste interrogações condenatórias, em torno do amigo ausente.

Informaste algo, com discrição e bondade, salientando a parte boa que o distingue, e, sem colocar o assunto no prato da intriga, edificaste em silêncio, a harmonia possível.


Surpreendeste pequeninos deveres a cumprir, na esfera de obrigações que te não competem.

Sem qualquer impulso de reprimenda, atendeste a semelhantes tarefas, por ti mesmo, na certeza de que todos temos distrações lamentáveis.


Anotaste a falta do companheiro.

Esqueceste toda preocupação de censura, diligenciando substituí-lo em serviço, sem alardear, superioridade.


Assinalaste o erro do vizinho.

Foges de divulgar-lhe a infelicidade e dispões-te a auxiliá-lo no momento preciso, sem exibição de virtude.


Recebeste queixas amargas a te ferirem injustamente.

Sabes ouvi-las com paciência, abstendo-te de impelir os irmãos do caminho às teias da sombra, trabalhando sinceramente por desfazê-las.


Caluniaram-te abertamente, incendiando-te a vida.

Toleras serenamente todos os golpes, sem animosidade ou revide e, respondendo com mais ampla abnegação, no exercício das boas obras, dissipas a conceituação infeliz dos teus detratores.


Descobriste a existência de companheiros iludidos ou obsidiados que se fazem motivos de perturbação ou de escândalo, no plantio do bem ou na seara da luz.

Decerto, não lhes aplaudes a inconsciência, mas não lhes agravas o desequilíbrio, através do sarcasmo, e oras por eles, amparando-lhes o reajuste, pelo pensamento renovador.


Se assim procedes, classificas-te, em verdade, entre os pacificadores abençoados pelo Divino Mestre, compreendendo, afinal, que a criatura humana, isoladamente, não consegue garantir a paz do mundo, no entanto, cada um de nós pode e deve manter a paz dentro de si.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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