Vozes do Grande Além

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Capítulo LVIII

Almas sofredoras

Na noite de 2 de agosto de 1956, tivemos a alegria de ouvir pela primeira vez em nosso recinto o Espírito Casimiro Cunha, o notável poeta fluminense, que se manifestou através das suas rimas, repletas de simplicidade e beleza, para encantamento e edificação de nossas almas.


Meus amigos, no serviço

De prece e doutrinação,

Cada Espírito que sofre

É a bênção de uma lição.


Ouvindo os desencarnados

Em lutas de consciência,

Permaneceis navegando

Nas águas da advertência.


Tantos náufragos em treva,

Sem clarão que os reconforte,

São apelos da verdade,

Gritando no mar da morte.


O malfeitor que aparece

No tormento que o redime,

Bramindo, desarvorado,

É mensagem contra o crime.


Paranoicos revoltados,

Em vozerio e barulho,

São avisos dolorosos

Contra os flagelos do orgulho.


Apaixonados que clamam,

Entre a demência e o furor,

Revelam a delinquência

Que se rotula de amor.


Sovinas desesperados,

Sob o tacão da secura,

São vivas lições na estrada

Contra os perigos da usura.


Suicidas em desalento,

Que a dor pavorosa espia,

Demonstram à saciedade

Os monstros da rebeldia.


As mentes em vício e ódio,

Sob lama deletéria,

Mostram em toda a extensão

A ignorância e a miséria.


Tiranos paralisados,

No suplício da aflição,

Indicam que há fogo e cinza

Nos tormentos da ambição.


Espíritos que perseguem

A carne enferma e insegura

São tristes apontamentos

De vampirismo e loucura.


Obsessores que bradam

Em sofrimentos atrozes

Ensinam que, além do corpo,

Há chagas e psicoses.


Meus irmãos, não olvideis,

No campo do aprendizado,

Que, acendendo a luz no Além,

Quem doutrina é doutrinado.



CASIMIRO CUNHA — Grande poeta fluminense, nascido na cidade de Vassouras e valoroso companheiro da Causa Espírita.



Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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