Astronautas do Além

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CAPÍTULO 3

Trovas em resposta


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FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER.


Temos uma página recebida em nossa reunião pública; assinada por nosso amigo Cornélio Pires, hoje obreiro da luz e da bondade no Mundo Espiritual.

Há dias recebi carta de um companheiro que foi amigo pessoal dele na Terra, solicitando a sua opinião a respeito do suicídio. Durante a reunião lembrávamos do assunto, com vistas às nossas tarefas da noite.

Feita a prece inicial, O Livro dos Espíritos nos ofereceu para estudo a questão 943. Ao término da reunião o nosso amigo espiritual mencionado escreveu as trovas a que intitulou Suicídio.


SUICÍDIO.

Suicídio, não pense nisso

Nem mesmo por brincadeira…

Um ato desses resulta

Na dor de uma vida inteira.


Por paixão, Quim afogou-se

Num poço de Guararema.

Renasceu em provação

Atolado no enfisema.


Matou-se com tiro certo

A menina Dilermanda.

Voltou em corpo doente,

Não fala, não vê nem anda.


Pôs fogo nas próprias vestes

Dona Cesária da Estiva…

Está de novo na Terra

Num corpo que é chaga viva.


Suicidou-se à formicida

Maricota da Trindade…

Voltou… Mas morreu de câncer

Aos quatro meses de idade.


Enforcou-se o Columbano

para mostrar rebeldia…

De volta, trouxe a doença,

Chamada paraplegia.


Queimou-se com gasolina

Dona Lília Dagele.

Noutro corpo sofre sarna

Lembrando fogo na pele.


Tolera com paciência

Qualquer problema ou pesar;

Não adianta morrer,

Adianta é se melhorar.


Cornélio Pires


O AUTOCASTIGO.


Deus não castiga o suicida, pois é o próprio suicida quem se castiga. A noção do castigo divino é profundamente modificada pelo ensino espírita. Considerando-se que o Universo é uma estrutura de leis, uma dinâmica de ações e reações em cadeia, não podemos pensar em punições de tipo mitológico após a morte. Mergulhado nessa rede de causas e efeitos, mas dotado do livre arbítrio que a razão lhe confere, o homem é semelhante ao nadador que enfrenta o fatalismo das correntes de água, dispondo de meios para dominá-las.

Ninguém é levado na corrente da vida pela força exclusiva das circunstâncias. A consciência humana é soberana e dispõe da razão e da vontade para controlar-se e dirigir-se. Além disso, o homem está sempre amparado pelas forças espirituais que governam o fluxo das coisas. Daí a recomendação de Jesus: “Orai e vigiai”. A oração é o pensamento elevado aos Planos superiores — a ligação do escafandrista da carne com os seus companheiros da superfície — e a vigilância é o controle das circunstâncias que ele deve exercer no mergulho material da existência.

O suicida é o nadador apavorado que se atira contra o rochedo ou se abandona à voragem das águas, renunciando ao seu dever de vencê-las pela força dos seus braços e o poder da sua coragem, sob a proteção espiritual de que todos dispomos. A vida material é um exercício para o desenvolvimento dos poderes do Espírito. Quem abandona o exercício por vontade própria está renunciando ao seu desenvolvimento e sofre as consequências naturais dessa opção negativa. Nova oportunidade lhe será concedida, mas já então ao peso do fracasso anterior.

Cornélio Pires, o poeta caipira de Tietê, responde à pergunta do amigo através de exemplos concretos que falam mais do que os argumentos. Cada uma de nossas ações provoca uma reação da vida. A arte de viver consiste no controle das nossas ações (mentais, emocionais ou físicas) de maneira que nós mesmos nos castigamos ou nos premiamos. Mas mesmo no auto-castigo não somos abandonados por Deus que vela por nós em nossa consciência.


Irmão Saulo



Cornélio Pires


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