Saudação do Natal

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CAPÍTULO 14

NA SENDA REDENTORA

Emmanuel

Enquanto nos demoramos nas teias escuras da animalidade, costumamos centralizar a vida na concha envenenada do egoísmo, orientando-nos pelo cérebro, agindo pelo estômago e inspirando-nos pelo sexo. . .

A passagem na Terra significa, então, para nossa alma, o movimento feroz de caça e presa.

O cálculo é o nosso modo de ser.

A satisfação física é o nosso estimulo.

O prazer dos sentidos é a finalidade de nosso esforço.

Contudo, quando a luz do Evangelho se faz sentir em nosso coração, altera-se-nos a vida.

O amor passa a reger nossas mínimas expressões individuais.

Identificamos as nossas próprias feridas, catalogamos nossos próprios defeitos e inventariamos nossas próprias dificuldades.

A língua perde a volúpia criminosa da maledicência.

Os olhos olvidam a treva, em busca de sol que lhes descortine horizontes mais vastos.

Os ouvidos esquecem as serpes invisíveis do mal, a fim de se concentrarem nas sugestões do Bem.

E a cabeça procura o suave calor da fornalha da caridade, a fim de que as ilusões lhe não imponham o frio do desapontamento amargo, triste compensação de quantos reclamam da carne a felicidade que a carne não pode dar. . .

Chegada esta hora bendita de renovação de nosso próprio espírito, nossa existência se transforma numa pregação permanente aos que nos seguem os passos, de vez que a lâmpada acesa do ensinamento de Jesus, no imo da nossa alma, é astro irradiante a clarear a marcha da vida.

Não te gastes, portanto, desesperando-se em exigências descabidas, nem te percas no cipoal das queixas sem significação. . .

Procura o Cristo, em silencio, e grava as lições d’Ele nas paginas da tua luta de cada dia, e quem te acompanha saberá encontrar em tua conduta e em teus gestos o santificado caminho da redenção.




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