Ementário Espírita
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Não faça do seu silêncio conivência com a calúnia.
Há muita covardia que se esconde por detrás de lábios selados.
Se o acusado lhe é estranho, desculpe-o. Se é seu conhecido apresente ao acusador as faculdades nobres que ele possui.
A lama fétida oculta nascentes cristalinas.
O rio transparente desliza sobre lama repousante.
Há homens de caráter lodacento, embora possuidores de valiosos mananciais, que ninguém ajuda a se libertarem do tremedal.
E há corações de bondade à flor dos sentimentos que qualquer gravame imprevisto tolda as realizações.
Use o dom do verbo em favor do próximo. Não é necessário que você se transforme em causídico sistemático a serviço de todos. Nem que se transfigure em estátua impassível quando o crime realiza desmandos.
A pretexto de humildade não concorde com o erro.
A violência nascida da coragem é menos danosa do que a não violência gerada pela covardia. . .
A humildade no coração do homem não é virtude estática em inoperância: é construção dinâmica em realizações morais.
No momento em que a acusação indébita lhe chegue aos ouvidos, observe e tente ajudar. Não conseguindo inutilizar a sementeira da maldade, silencie e, ao primeiro ensejo, desvie o assunto. Não consinta que a sua audição se contamine com a rezinga quando entoe o triste canto da difamação.
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