Ementário Espírita
Versão para cópiaTESOURO
Respeite em seu corpo o valioso tesouro que Deus lhe concede para a glória da (Expressão usada por Francisco de Assis) Imortalidade.
Centenas de trilhões de vidas microscópicas — as células — alternam-se ativamente, para que ele, equilibrado, possa atender aos imperativos da alma.
Milhares de quilômetros de artérias, veias e vasos que dariam para fazer duas vezes a volta da Terra, oferecem o mais perfeito sistema de transporte que o mundo conhece, constituindo o aparelho circulatório para que a pulsação da vida atinja os mais longínquos pontos da estrutura física, em cooperação com você.
Ossatura vigorosa sustenta músculos e cartilagens, para que lhe seja possivel viver em harmonia com as leis do equilíbrio universal.
Delicado aparelho elétrico vibra em seu sistema nervoso, num circuito especializado, para que o cérebro atenda às exigências da vida organizada.
Em cada minuto, mais de setenta milhões de hemácias sucumbem em silenciosa renúncia e, quando envelhecidas, passam pelo fígado, são "fisgadas" por células especiais — em forma de estrela do mar — que as desviam do sistema circulatório, retirando 85% do ferro vital de que são constituídas, para os encaminhar à medula óssea e contribuir para o nascimento de outras hemácias.
O bolo alimentar, conduzido ao estômago, ali encontra ácidos e enzimas que o transformam em mais de duas dezenas de ácidos aminados, para que chegue a Iodas as células o milagre da vitalidade, a fim de que você possa prosseguir.
Forrando as paredes do intestino delgado, cinco milhões, aproximadamente, de vilosidades oferecem passagem às moléculas dos ácidos aminados, em trabalho incessante, sem que você se aperceba, cooperando com a sua vida.
No seu corpo, tudo manifesta a sabedoria divina que elaborou uma forma perfeita para a residência temporária do Espirito no processo evolutivo.
Não o ultraje.
Não o desrespeite.
Ame-o, vitalizando-o com o pensamento edificante, capaz de corrigir as imperfeições e de equili- brá-lo para que você possa demorar por mais tempo em seu domicilio precioso.
Ofereça-lhe a energia psíquica sem rebelar-se com as limitações de que, porventura, seja portador.
Mesmo que o tenha com poucos movimentos e parcas possibilidades de prazer, ame-o. Não se agaste com o seu cansaço, não se inquiete com a sua fraqueza.
Cada espírito tem o corpo que merece e de que necessita.
Se a fonte das sensações não lhe obedece aos caprichos com a volúpia que o desejaria, agradeça ao Senhor, que lhe corrige o abuso através de valiosas contingências de limitação orgânica.
Se o centro das emoções não lhe concede grandes voos no campo dos sentidos, rejubile-se com o Senhor, que o modelou de tal forma que você não reincindirá em novos desequilíbrios.
Se a imobilidade lhe domina alguns membros, aprenda em silêncio e reaparelhe a alma, a fim de que, no futuro, em outras jornadas, ela possa vitalizar esses mesmos membros.
Respeite em seu corpo a vida estuante e bela que lhe serve de degrau evolutivo no roteiro da felicidade plena.
Um corpo, mesmo limitado, enfermiço ou anor- malizado, é o maior tesouro que Deus oferece a um Espírito devedor.
Se você o tem jovem; ajude-o; se desabrocha
^ para a adolescência, mantenha-o; se repousa na maturidade, conserve-o; se o observa envelhecido, seja-lhe grato.
Ame "esse jumentinho", consoante a expressão de Francisco de Assis, com o caridoso zelo que dedica ao mais fiel dos amigos, pois que se constitui sustentáculo para a sua redenção.
Não o exponha aos perigos do caminho; não o conduza à borda de abismos emocionais; não o retenha nas curvas do instinto; afaste-o de quaisquer aberrações. Mas, não se detenha somente nele, nele somente fixando a mente.
Defenda-o e guarde-o, conservando a facilidade de poder romper, mais tarde, os liames para flutuar acima das próprias vísceras. Seu corpo é tesouro para sua alma.
Formas desgraciosas expressam a sabedoria celeste em seu favor. Traços belos e anatomia harmoniosa representam responsabilidade e perigo iminente.
Ambos, porém,marcham para o túmulo.
Não se entristeça; não se envaideça.
Como todos os tesouros, é apenas um instrumento de Deus para a glória da alma que, um dia, se despirá, deixando-o na Terra, para ascender luminosa aos páramos da ventura.
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