Mensagem do Amor Imortal (A)
Versão para cópiaSUBLIMES PARADOXOS
Mateus
Toda a vida de Jesus, na Terra, foi assinalada por sublimes paradoxos que permanecem, alguns deles, como verdadeiros desafios à lógica, à ética e à razão, mas que se estruturam em fundamentos de segurança da Sua incomparável Mensagem.
Tendo vindo anunciar o Reino de Deus não se utilizou da retumbância dos poderosos terrestres, antes recorreu aos instrumentos mais modestos e desconsiderados, para apresentar a grandiosa proposta de felicidade para os seres humanos.
Ao atingir a idade da razão e iniciar o ministério para o qual viera, procurou demonstrar a grandeza de Deus através dos recursos de que se fazia portador, jamais recorrendo à fanfarronice ou aos mecanismos dos festejos conhecidos, mantendo incomum dignidade, sem a bajulação aos poderosos nem o servilismo a quem quer que fosse.
Inaugurou uma primavera de esperanças como jamais antes houvera acontecido, isto porque a Sua é a Mensagem da alegria permanente, havendo elegido os miseráveis, os estropiados, os excluídos, neles colocando as sementes de amor necessárias ao reflorescimento dos seus corações estiolados.
Atendendo-lhes as necessidades imediatas — doenças, limitações, fome e abandono — pedia aos socorridos que nada dissessem a quem quer que fosse, quando seria natural sugerir-lhes que trombeteassem em altas vozes o que lhes acontecera.
Só mais tarde ordenaria que se propalasse a notícia, em razão da chegada do novo tempo de amor e de paz.
Evitou os discursos que perturbassem a mente e exigissem muito da razão, optando pelas parábolas simples que lhes penetravam melhor os sentimentos e o raciocínio, de maneira que ficaram insuperáveis através de todos os tempos transcorridos. . .
Compreendia que o intelecto dos fariseus e dos poderosos era um labirinto sombrio no qual se homiziavam os interesses mesquinhos, a fim de discutirem e sofismarem em relação a tudo que pretendesse alterar-lhes a vacuidade dourada. . .
Mas os simples culturalmente, que não compreenderiam os artifícios da lógica e das abstrações filosóficas, deixar-se-iam enriquecer por aquelas imagens comuns do dia a dia. . .
Eles conheciam as redes de pescar, algumas das moedas em circulação, as lâmpadas e os seus combustíveis, os grãos de mostarda e de trigo, as pérolas, as figueiras produtoras e as estéreis, o fermento e o levedo, os peixes e os pães. . .
Para que permanecessem inesquecíveis os Seus ensinamentos, com eles compôs as parábolas, utilizando-se da inexcedível sabedoria que proporciona uma existência feliz. . .
A Mensagem do Amor Imortal
(. . .) E prosseguem vibrantes, vigorosas, ricas de conteúdo na atualidade da Ciência e da Tecnologia, orientando vidas e salvando-as.
O vigor do Seu Verbo, muitas vezes apresentava-se de forma paradoxal para aquelas mentes, as dos homens e mulheres que convidava para que se transformassem em proclamadores da Nova Era.
Era o Príncipe da paz, mas trouxe a divisão. . .
Obediente à Lei que mandava ser preservado o respeito aos pais, ignorara a presença da Sua mãe e de familiares outros, enquanto cuidava dos negócios do Seu Pai, propondo, desde aquele momento, a integração de todos na família universal.
Pregando a união, informou que viera separar os familiares, uns dos outros membros, mesmo aqueles que viviam em maior intimidade. . .
Embora respeitando os desencarnados, afirmou que somente os mortos devem sepultar os seus mortos, enquanto que aqueles que despertaram para a verdade irão anunciar o Reino de Deus.
Em realidade, esses paradoxos da Sua palavra são diretrizes de vigor e de segurança para que todos deem importância àquilo que é de sabor indestrutível em relação ao transitório e supérfluo.
Iluminam-se de sabedoria os Seus ditos após as reflexões necessárias, tendo-se em vista que a opção por segui-lO custa um grande sacrifício, exatamente por dividir as famílias, principalmente aquelas que se comprazem na inutilidade, nos prazeres imediatos, que ainda não despertaram para a realidade do ser existencial que as constitui.
O Sermão da montanha é o prelúdio da sinfonia perene, e desdobra-se em outros maravilhosos cânticos que Ele entoou com mestria no transcurso do ministério.
Os desprezados e malvistos, por também serem filhos de Deus, em vez do repúdio, necessitam de oportunidade para refazimento interior. Essa proposta, a da divisão, da renúncia, choca os puritanos e presunçosos, mais preocupados com o exterior do que com a realidade que são, mais atentos aos cuidados da indumentária do que com o conteúdo moral, a sua essência. . .
Preferem a hipocrisia bem-urdida, enganosa, com que disfarçam os sentimentos afligentes, dando a impressão de uma felicidade de que não desfrutam e de um poder que não possuem.
Para segui-lO, conforme o propunha, é claro que se faz necessária uma divisão radical, que nem todos compreendem, e isso separa os membros da família, divide as pessoas, gera lutas e conflitos, porquanto uns permanecem buscando os mesquinhos interesses, enquanto os convidados para o Reino anelam pelo tesouro maior, embora noutra dimensão.
Ante os jogos do imediatismo e das possibilidades das conquistas mediatas, a eleição dos últimos produz choque, em face dos apegos terrestres, das ilusões. . .
Foi o que aconteceu com Ele, antes como depois do Seu suplício e ressurreição.
Aqueles que O amaram e optaram por segui-lO experimentaram o opróbrio, a perseguição, o exílio, a morte infamante, porque se tornaram ameaça ao poder temporal dos césares e dos vendilhões das divinas mercês.
Ser-Lhe fiel, é loucura! -, bradam os apaixonados do corpo, em relação à eleição do Espírito imortal.
São, no entanto, os lúcidos, os sábios, que podem eleger o perene em detrimento do transitório.
Um homem trabalhava no campo e, cavoucando a terra, encontrou um tesouro. De imediato, no júbilo imenso de que foi possuído, ocultou-o e foi tentar comprar aquele terreno, tudo investindo por causa do mais valioso. . .
Um outro homem possuía pedras preciosas, metais raros e caros.
Ao encontrar, porém, uma pérola especial, de valor inestimável, perdeu todo o interesse pelo que possuía e vendeu-o, a fim de adquiri-la, por ser única, portanto, muito mais valiosa do que tudo de quanto dispunha. . .
Enquanto não chegavam os noivos, as jovens precipitadas gastaram o óleo das suas lâmpadas, mas as outras, que eram prudentes e confiantes, economizaram-no, mantendo- -se em expectativa.
(. . .) E quando eles chegaram, as últimas receberam-nos em festa, mas, as outras, imprevidentes, ficaram impossibilitadas de participar do banquete dos esponsais programados. . .
As Suas narrativas são uma ímpar melodia estruturada em simplicidade e beleza, que penetra o ser, dulcificando-lhe as emoções com desconhecida musicalidade que jamais será esquecida.
O Seu messianato, no entanto, sai das paisagens al- deãs da Galileia simples, da Samaria inquieta, das regiões próximas e esplende na entrada triunfal da soberba e criminosa Jerusalém, onde antes chegara a Sua fama e Ele, discretamente a visitara, mais de uma vez.
Aquela glória, porém, a daquele momento, era o prelúdio da traição, da negação, do abandono dos amigos, da solidão com Deus, para a patética terrível da cruz e da morte. . .
(. . .) E da Ressurreição!
Era necessário ir-se para retornar em triunfo na madrugada exuberante de luz e de beleza.
Tornava-se indispensável confirmar com a vitória sobre a morte, todos os Seus ditos e feitos através da invencível imortalidade, da comunicação com os amigos que permaneceram na saudade, bem como da promessa de ficar para sempre com os convidados para o Seu Reino.
Jesus e os Seus sublimes paradoxos!
Os tortuosos caminhos da existência humana, do ponto de vista social e tradicional, caracterizam-se pela ambição em favor do poder temporal, do destaque no grupo, da glória rápida, da disputa incessante pelos bens que fascinam e não preenchem os abismos das necessidades emocionais, nem as aspirações de paz interior e de saúde integral.
Para percorrê-los, quase todos se entregam às lutas insanas, sem dar-se conta da rapidez com que se diluem os projetos e anseios acalentados.
Os planos com Jesus, porém, são de máxima duração, de sabor eterno. Por isso, às vezes, são paradoxais as suas propostas e diretrizes. . .
Quando te encontres, portanto, a um passo do desespero e da loucura, em doloroso esquecimento de todos e em terrível solidão, quando excruciado e incompreendido, paradoxalmente exulta, porquanto, à semelhança d’Ele, te adentrarás pela porta estreita e sombria da imortalidade, para retornares aureolado de luz e de alegria em ressurreição incomparável, nunca mais sofrendo ou aparentemente a sós. . .
Paramirim-BA, em 21. 11. 2007.
AMÉLIA RODRIGUES
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Mateus 18:28
Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele sufocava o, dizendo: Paga-me o que me deves.
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Mateus 10:34
Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada;
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Mateus 10:35
Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra;
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Mateus 10:36
E assim os inimigos do homem serão os seus familiares.
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Mateus 18:29
Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.
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Mateus 18:30
Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida.
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