Há Flores no Caminho
Versão para cópiaAutenticidade histórica do Evangelho
Todavia, nas diferenças dos comentários realizados por quatro personalidades diversas e temperamentos próprios, em épocas diferentes, o Evangelho é um todo harmônico, que não deixa margem a quaisquer descréditos.
Enfocado por pessoas que viveram aqueles dias, a riqueza de detalhes em torno dos homens e da terra, dos hábitos e das conjunturas políticas são de uma irretorquível autenticidade, quanto de relativamente fácil comprovação.
As considerações sobre o solo árido, a escassez de água, as tricas e conflitos farisaicos, os costumes e ritos religiosos são de uma fidelidade histórica que supera a dúvida mais sistemática e a gratuita hostilidade a Jesus e a Sua vida.
Acontecimentos e paisagens geográficas são retratados com mestria e tranquila legitimidade, de tal forma verdadeiros que se encontram vivos, ainda hoje, na historiografia do povo hebreu.
Detalhes do dia a dia, às margens do mar, e preocupações em torno da fé, na Sinagoga, comentários irrelevantes ou graves da boca do povo ou registros de conversações nas altas rodas da sociedade da época transparecem e se apresentam na linguagem dos comentaristas dos sucessos que mudaram o curso da História. . .
Citações botânicas e apontamentos da vida dos profissionais surgem na limpidez das parábolas, com sabor de verdade —verdadeiras que eram as ocorrências — demonstrando que aqueles homens e mulheres não se encontravam alienados no tempo e no espaço ou que foram os dados compilados por visionários e sonhadores que desejaram compor o Homem e a Sua vida, com carismas que permitissem a fuga das consciências para aspirações espirituais ante o fracasso das suas realidades materiais. . .
Aventam-se hipóteses psicanalistas que pretendem tornar Jesus um biótipo fantástico, para compensar, no inconsciente das massas, em alegria e ventura, o que lhes pesa em miséria e sofrimento.
Não obstante, o Seu chamado não alcança apenas os frustrados e falidos do mundo, senão quantos se detêm a examinar-lhe a excelência de conteúdo que sobrenada nos Seus ensinos, únicos, aliás, capazes de sustentar o homem moderno combalido, que se fez vítima de si mesmo e se encontra vencido pela tecnologia avançada, que não logrou torná-lo mais feliz, nem mais tranquilo, apesar de a alguns haver conseguido propor comodidades e conforto. . .
Israel era, então, uma ilha de monoteísmo, num convulsionado oceano de culturas politeístas.
Com aproximadamente 20. 600 km² desempenhou na história da Humanidade um dos papéis mais relevantes de todos os tempos.
Vinculado a lima legislação austera, que vigiava e conduzia, mediante estatutos graves, os menores movimentos e comportamentos humanos, esperava um Messias para a suprema governança física e econômica da raça sobre o mundo submetido aos seus pés.
Jesus foi a antítese do sonho hebreu da época.
Não reformulou, porém, a Lei, antes submeteu-se-lhe, acrescentando o amor, como capítulo essencial, sem o qual a impiedade sobrevoa o cadáver dos vencidos que lhe tombam nas malhas apertadas e bem urdidas.
Seus sermões são proferidos para o Seu tempo e todos os tempos, tão oportunos hoje, quanto o foram ao ser enunciados.
Suas ações — por muitos consideradas milagres, que violentariam as leis naturais e por outros como falsas, por impossíveis de comprovadas — recebem o aval dos fatos modernos, das doutrinas que estudam e comprovam a paranormalidade humana, em momentosos eventos que abrem perspectivas mais amplas para a compreensão da vida, que extrapola os limites do berço e do túmulo, antecipando aquele e superando este. . .
Sua visão profética, carregada de emoção e piedade, torna-se evidente nestes dias, quando os acontecimentos a confirmam em toda a inteireza, a ponto de poder-se prever o que virá, em face do que está sucedendo.
Habilmente caracterizado, cada Evangelho, segundo a óptica de quem o escreve, ou porque ouvido por quem participou daquele período breve, que se fez longo, ou porque vividas as experiências conforme Mateus e João, as excelentes testemunhas, passa de um para o outro um fio que interliga as quatro histórias e exala o mesmo odor de beleza e esperança num só conteúdo de amor e paz.
Ê certo que não foram escritos conforme se encontram hoje.
Das anotações e fragmentos encontrados, tomaram corpo, na apresentação dos Evangelhos Sinópticos que são os de Mateus, Marcos e Lucas, em face do seu paralelismo, que lhes faculta ser colocados em três colunas "visíveis ao mesmo tempo". Escritos entre os anos
Mais ou menos transcorridos quase trinta anos surge o de João, coroando os anteriores.
Não se trata de uma narração por quatro diferentes escritores, mas uma Revelação revolucionária que nos propõe a transformação íntima, tendo por base o ser "mais perfeito" que jamais esteve na Terra, nosso "Modelo e Guia".
Ainda se conserva o texto de Marcos, que é o mais antigo, conforme as anotações iniciais.
Tudo indica que o texto de Mateus, primitivamente foi escrito em aramaico, antes de Marcos fazê-lo, após o que, o redigiu em grego.
Lucas, porém, escreveu, em grego castiço desde o início, os apontamentos que lhe chegaram por Paulo, dando uma ordem lógica e clara aos fatos e comentários, aos discursos do Mestre. Possivelmente ouviu Maria narrando a infância do filho.
O Evangelho de João, igualmente redigido em grego, também é chamado "Espiritual", merecendo de Orígenes, o pai da Igreja do Século III, o seguinte comentário: "Ousamos proclamar que a flor de todas as Escrituras é o Evangelho dado por João; não lhe pode perceber o sentido quem não tenha repousado no coração de Jesus ou não tenha recebido, de Jesus, Maria como Mãe!" Os narradores mostram-nos, sem alarde, as duas naturezas de Jesus.
Convive com os homens, demonstra as necessidades humanas, participa das atividades de carpinteiro, mas também é o Filho de Deus, que interfere nos problemas humanos e nos seus destinos. Basta um movimento, uma palavra para que se modifiquem as estruturas das coisas e as vidas. . .
Exalta as pequenas coisas, adornando-as de poesia e vive a grandeza do Cosmo, que não pode desvelar aos que O seguem.
O Evangelho, em razão disso, é um caminho que leva Àquele que se fez o caminho. . .
Objetivando atingir áreas humanas e culturas diferentes, escritos para atender a finalidades especificas, completando o trabalho apostólico oral, o fim de que vencessem os séculos, não perderam a homogeneidade nem o equilíbrio, que os tornam a mais perfeita explicação de uma saga incomum e impoluta, qual é a vida de Jesus.
Cada pensamento que foi exteriorizado pelo Mestre, breve e profundo, consoante a técnica Unguística da época, próprio para a memorização, passou de boca a ouvido e deste a outras vozes, atê que, grafado, se tornasse uma, luz inapagável que libertaria os tempos das sombras que o homem gerasse para si mesmo. . .
Recompilar e repetir os "ditos do Senhor", dando aos atuais problemas as Suas soluções, é tarefa que nos cumpre a todos realizar, a benefício próprio.
Muito escrita, a Sua é a história mais repetida da História dos tempos, no entanto, nova e fascinante, na rapidez com que passaram os Seus breves anos, naquela região que percorreu a pé de um para o outro lado, sob Sol escaldante ou frio cortante, com um magote de homens toscos que Ele trabalhou, deles fazendo, pela renúncia e sacrifícios de que deram testemunhos, os argonautas dos dias modernos.
Nunca houve um poeta simples e profundo como Jesus.
Jamais surgiu um sábio eloquente e nobre qual Jesus.
Não se repetirão os Seus feitos, conforme Ele os realizou.
Seu amor abrangente, através dos séculos, convocou desde Saulo que O hostilizava a Agostinho que O desprezou, de Francisco de Assis que queria gozar a Teresa d’Ávila que ambicionava por uma vida normal e um lar, de São João da Cruz a Alberto Schweitzer, de Gandhi que O conheceu de passagem a Martin Lutner King Jr. que O amou na pessoa dos seus irmãos estigmatizados pelo preconceito racial, em razão da cor da epiderme. . .
Jesus ontem, Jesus hoje, Jesus sempre a "rocha dos séculos" e a paz da vida.
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