Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1859
Versão para cópiaCapítulo LVIII
Setembro - As tempestades - Papel dos Espíritos nos fenômenos naturais
Setembro
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1. ─ (A Fr. Arago). Disseram-nos que a tempestade de Solferino tinha um objetivo providencial e nos assinalaram vários fatos desse gênero, principalmente em fevereiro e junho de 1848. Durante os combates tinham essas tempestades um fim análogo?
─ Quase todas.
─ Quase todas.
2. ─ Interrogado a respeito, disse-nos o Espírito que em tais circunstâncias só Deus agia, sem intermediários. Permiti-nos algumas perguntas a respeito, que vos pedimos queirais resolver com a vossa habitual clareza. Compreendemos perfeitamente que a vontade de Deus seja a causa primeira, nisto, como em todas as coisas. Mas, também sabemos que os Espíritos são seus agentes. Ora, se sabemos que os Espíritos exercem ação sobre a matéria, não vemos por que alguns deles não teriam ação sobre os elementos, a fim de agitá-los, acalmá-los ou dirigi-los.
─ Mas é evidente. Isto não pode ser de outro modo. Deus não age diretamente sobre a matéria. Ele tem seus agentes dedicados em todos os graus da escala dos mundos. O Espírito evocado assim falou por ter um conhecimento imperfeito dessas leis, bem como das leis da guerra.
─ Mas é evidente. Isto não pode ser de outro modo. Deus não age diretamente sobre a matéria. Ele tem seus agentes dedicados em todos os graus da escala dos mundos. O Espírito evocado assim falou por ter um conhecimento imperfeito dessas leis, bem como das leis da guerra.
OBSERVAÇÃO: A comunicação do oficial, acima referida, foi obtida a 1º de julho; esta só aconteceu no dia 22, e por um outro médium. Na pergunta nada indica a qualidade do primeiro Espírito evocado, qualidade que, espontaneamente, este que acaba de responder lembrou. Esta circunstância é característica e prova que o pensamento do médium absolutamente não influiu na resposta. É assim que numa porção de circunstâncias fortuitas, o Espírito tanto revela sua identidade como sua independência. Eis porque dizemos que é preciso ver muito e muito observar. Dessa forma descobrimos uma porção de nuanças que escapam ao observador superficial e apressado. Sabe-se que é preciso apanhar os fatos quando eles se apresentam e que não será provocando-os que serão obtidos. O observador atento e paciente encontra sempre algo a respigar.
3. ─ A Mitologia está inteiramente fundada sobre as ideias espíritas. Nela encontramos todas as propriedades dos Espíritos, com a diferença de que os Antigos deles fizeram deuses. Ora, a Mitologia nos representa esses deuses, ou Espíritos, com atribuições especiais. Assim, uns eram encarregados dos ventos, outros dos raios, outros de presidir a vegetação, etc. Essa crença é destituída de fundamento?
─ É tão pouco destituída de fundamento que está muito próxima da verdade.
─ É tão pouco destituída de fundamento que está muito próxima da verdade.
4. ─ No começo de nossas comunicações, os Espíritos nos disseram coisas que parecem confirmar esse princípio. Disseram-nos, por exemplo, que certos Espíritos habitam mais especialmente o interior da Terra e presidem aos fenômenos geológicos.
─ Sim, e não tardareis muito a ter a explicação de tudo isso.
─ Sim, e não tardareis muito a ter a explicação de tudo isso.
5. ─ Os Espíritos que habitam o interior da Terra e presidem aos fenômenos geológicos são de uma ordem inferior?
─ Esses Espíritos não moram positivamente na Terra, mas presidem e dirigem os fenômenos geológicos. Eles são de uma ordem completamente diversa.
─ Esses Espíritos não moram positivamente na Terra, mas presidem e dirigem os fenômenos geológicos. Eles são de uma ordem completamente diversa.
6. ─ São Espíritos que já estiveram encarnados em homens como nós?
─ Que estiveram e que estarão. Eu vos direi mais a respeito, dentro de pouco tempo, se quiserdes.
─ Que estiveram e que estarão. Eu vos direi mais a respeito, dentro de pouco tempo, se quiserdes.
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