Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1863

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Capítulo LIV

Junho - O osso para roer

Junho
Exibindo capacete de penacho e muita benevolência,

Um discípulo do defunto Vatel No pátio de sua vasta mansão

Dava audiência à sua cachorrada.

“Em vós, dizia ele, tenho pensado muito.

Eu vos amo e vos destino

Todos os restos da cozinha:

Este osso, este lindo osso para roer!

Mas só um terá este grande favor.

Sou justo e o darei ao que for o mais digno.

Está aberto o concurso; defendei vossos direitos.”

Um cão d’água famoso entre os mais hábeis,

Outrora o primeiro entre a tropa canina,

Logo saudou, fazendo cabriolas,

Lançando sobre os outros os olhos triunfantes,

Latiu, fez-se de morto, saudou o imperador.

Um dogue exclamou: “Que vale a habilidade!

Eu vigio, constante, todo este casarão.

Senhor, não esqueçais que no ano passado,

Um ladrão imprudente ficou em minhas presas.”

Um baixinho dizia:

“Valente e sem um erro,

Há dez anos eu rodo o vosso espeto;

E há dez anos carrego a sacolinha

Para comprar tabaco no empório da esquina.”

─ “Pois eu, rosnou Tayaut, amo as trompas e os tambores;

Na caça já fui visto entre os retardatários?

Vós me deveis ao menos cem coelhos, vinte raposas;

Sou sóbrio, submisso, e jamais devoro a perdiz presa ao laço.”

Enfim, quem roeu o osso?

Foi um velho basset,

Assim como teria feito um deputado do centro.

Como, sem corar, será feito amanhã,

Diante do canastrão arrastou-se sobre o ventre,

Lambeu-lhe os pés e fê-lo abrir a mão.

Bassets de grãos senhores, heróis de refeitório,

Aduladores vis, aqui está vossa história.



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