Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1863
Versão para cópiaCapítulo LXIII
Julho - Desenho mediúnico
Julho
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Executado pelo Sr. Paul Lombardo, de Constantinopla, que desconhece as artes do desenho e da pintura
“A esta hora o quadro figura de maneira notável no Palácio da Exposição, à direita do lugar reservado aos quadros e gravuras. O preço foi fixado em 20 libras turcas ou 460 francos. Notai tratar-se de um fato que milhares de pessoas podem constatar autenticamente.
“Recebo cartas de vários pontos da Europa, da Ásia e da África, mas sou sóbrio de respostas, a não ser para encorajar o estudo sério e profundo de nossa grande e bela ciência. Depois eu os remeto sempre às vossas excelentes obras, os livros dos Espíritos e o dos médiuns.
“Temos sempre reuniões para as experiências físicas e para estudos psicológicos. Posto as primeiras quase sempre nos fatiguem, não podemos abandoná-las completamente, pois servem para convencer certos incrédulos, que querem ver e tocar.
“Peço apresenteis à Sociedade Espírita de Paris os respeitosos e fraternos cumprimentos dos nossos irmãos espíritas de Constantinopla e, em particular, deste que também se diz vosso mui devotado irmão,
“REPOS FILHO Advogado”
O fato significativo da exposição do quadro do Sr. Lombardo em Constantinopla, posto que admitido, apresentado ostensivamente como produto mediúnico, é a réplica das fábulas espíritas, coroadas nos Jogos Florais de Toulouse.
Foi dito alhures que se a Academia de Toulouse tivesse conhecido a origem dessas fábulas, tê-las-ia repelido. É fazer-lhe a mais grosseira injúria; é, além disso, esquecer que os assuntos enviados a essa espécie de concursos não devem levar assinatura nem qualquer sinal que pudesse revelar o autor, sob pena de exclusão. O Sr. Jaubert não podia, assim, apor nem a sua nem a de um Espírito, nem mesmo dizer que procediam de um Espírito, pois teria violado a lei do concurso, que exige o mais absoluto segredo. É a resposta aos que acusam o Sr. Jaubert de haver usado uma trapaça guardando silêncio sobre a proveniência das fábulas. Seja como for, nos dois extremos da Europa uma sanção oficial é dada a produções de além-túmulo.
Semelhantes fatos bastariam para demonstrar a força irresistível do Espiritismo se, aliás, ela se não tivesse tornado evidente por tudo quanto se passa aos nossos olhos, de alguns anos para cá, e pela inutilidade dos esforços feitos para combatê-lo. E por que são inúteis tais esforços? Porque, como temos dito, ele tem um caráter que o distingue de todas as doutrinas filosóficas, o de não ter um foco único e de não depender da vida de nenhum homem. Seu foco está por toda parte, na terra e no espaço, e se o prejudicam aqui, ele surge ali. Como diz a Sociedade Espírita de Palermo, ele se afirma pelos fatos, que cada um pode experimentar, e por uma teoria que tem suas raízes no senso íntimo de cada um. Para abafá-lo, não se teria que comprimir um ponto do globo, uma aldeia, uma cidade, nem mesmo um país, mas o globo inteiro. Ainda assim, seria uma parada momentânea, pois a geração que surge trás em si a intuição das ideias novas que, mais cedo ou mais tarde, fará prevalecer. Vede o que se passa num país vizinho, onde põem sobre essas ideias uma tampa de chumbo e de onde, entretanto, elas escapam por todas as fissuras.
“A esta hora o quadro figura de maneira notável no Palácio da Exposição, à direita do lugar reservado aos quadros e gravuras. O preço foi fixado em 20 libras turcas ou 460 francos. Notai tratar-se de um fato que milhares de pessoas podem constatar autenticamente.
“Recebo cartas de vários pontos da Europa, da Ásia e da África, mas sou sóbrio de respostas, a não ser para encorajar o estudo sério e profundo de nossa grande e bela ciência. Depois eu os remeto sempre às vossas excelentes obras, os livros dos Espíritos e o dos médiuns.
“Temos sempre reuniões para as experiências físicas e para estudos psicológicos. Posto as primeiras quase sempre nos fatiguem, não podemos abandoná-las completamente, pois servem para convencer certos incrédulos, que querem ver e tocar.
“Peço apresenteis à Sociedade Espírita de Paris os respeitosos e fraternos cumprimentos dos nossos irmãos espíritas de Constantinopla e, em particular, deste que também se diz vosso mui devotado irmão,
“REPOS FILHO Advogado”
O fato significativo da exposição do quadro do Sr. Lombardo em Constantinopla, posto que admitido, apresentado ostensivamente como produto mediúnico, é a réplica das fábulas espíritas, coroadas nos Jogos Florais de Toulouse.
Foi dito alhures que se a Academia de Toulouse tivesse conhecido a origem dessas fábulas, tê-las-ia repelido. É fazer-lhe a mais grosseira injúria; é, além disso, esquecer que os assuntos enviados a essa espécie de concursos não devem levar assinatura nem qualquer sinal que pudesse revelar o autor, sob pena de exclusão. O Sr. Jaubert não podia, assim, apor nem a sua nem a de um Espírito, nem mesmo dizer que procediam de um Espírito, pois teria violado a lei do concurso, que exige o mais absoluto segredo. É a resposta aos que acusam o Sr. Jaubert de haver usado uma trapaça guardando silêncio sobre a proveniência das fábulas. Seja como for, nos dois extremos da Europa uma sanção oficial é dada a produções de além-túmulo.
Semelhantes fatos bastariam para demonstrar a força irresistível do Espiritismo se, aliás, ela se não tivesse tornado evidente por tudo quanto se passa aos nossos olhos, de alguns anos para cá, e pela inutilidade dos esforços feitos para combatê-lo. E por que são inúteis tais esforços? Porque, como temos dito, ele tem um caráter que o distingue de todas as doutrinas filosóficas, o de não ter um foco único e de não depender da vida de nenhum homem. Seu foco está por toda parte, na terra e no espaço, e se o prejudicam aqui, ele surge ali. Como diz a Sociedade Espírita de Palermo, ele se afirma pelos fatos, que cada um pode experimentar, e por uma teoria que tem suas raízes no senso íntimo de cada um. Para abafá-lo, não se teria que comprimir um ponto do globo, uma aldeia, uma cidade, nem mesmo um país, mas o globo inteiro. Ainda assim, seria uma parada momentânea, pois a geração que surge trás em si a intuição das ideias novas que, mais cedo ou mais tarde, fará prevalecer. Vede o que se passa num país vizinho, onde põem sobre essas ideias uma tampa de chumbo e de onde, entretanto, elas escapam por todas as fissuras.
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