Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1864
Versão para cópiaCapítulo LXVII
Setembro - Variedades - Um suicídio falsamente atribuído ao Espiritismo
Setembro
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O Moniteur de 6 de agosto contém o seguinte artigo, que o Siècle reproduziu no dia imediato:
“Ontem, quinta-feira, às duas da tarde, um jovem de apenas dezenove anos, filho de um médico, suicidou-se em sua casa, na chaussée des Martyrs, com um tiro de pistola na boca.
“A bala arrebentou-lhe a cabeça e, não obstante, a morte não foi instantânea. Ele conservou a razão por uns instantes, e respondendo às perguntas que lhe faziam, disse que, salvo o pesar que ia causar ao pai, não tinha nenhum remorso pelo que havia feito. Depois foi tomado de delírio e, a despeito dos cuidados de que foi rodeado, morreu ao anoitecer, após uma agonia de cinco horas.
“Diz-se que há algum tempo esse infeliz moço nutria ideias de suicídio e presume-se, com ou sem razão, que o estudo do Espiritismo a que se entregava com ardor, não tenha sido estranho à sua fatal resolução.”
Sem dúvida esta notícia fará o giro da imprensa, como antes a dos quatro supostos loucos de Lyon, repetida a cada vez com o acréscimo de um zero, tal a avidez com que os nossos adversários procuram as ocasiões de atacar o Espiritismo. A verdade não tarda a ser conhecida, mas, que importa! Espera-se que de uma boa caluniazinha sempre reste alguma coisa. Sim, dela algo resta: uma mancha sobre os caluniadores. Quanto à doutrina, não se nota que tenha sofrido por isto, pois ela prossegue sua marcha ascendente.
Felicitamos o diretor do Avenir, Sr. d’Ambel, por seu cuidado em obter informação sobre a verdadeira causa do acontecimento. Eis o que diz ele a respeito, no número de 11 de agosto de 1864:
“Confessamos que a leitura dessa notícia nos mergulhou na mais profunda estupefação. É impossível não protestar contra a leviandade com que o órgão oficial acolheu semelhante acusação. O Espiritismo é completamente estranho ao ato desse moço infeliz. Nós, que somos vizinhos do local do sinistro, sabemos perfeitamente que tal não foi a causa desse espantoso suicídio. É com a maior reserva que devemos indicar a causa verdadeira da catástrofe. Mas, enfim, a verdade é a verdade, e nossa doutrina não pode permanecer sob o golpe de uma tal imputação.
“Há muito esse jovem, que apresentam como entregue com ardor ao estudo de nossa doutrina, tinha fracassado em várias tentativas nos exames de bacharelato. O estudo lhe era tão desagradável quanto a profissão paterna. Em breve ele iria submeter-se a novo exame, e foi em consequência de uma viva discussão com seu pai que, temendo ser reprovado mais uma vez, tomou a fatal decisão e a executou.
“Acrescentemos que se realmente tivesse conhecido o Espiritismo, nossa doutrina tê-lo-ia detido na rampa fatal, mostrando-lhe todo o horror que nos inspira o suicídio e todas as consequências terríveis que tal crime arrasta consigo. (Vide o Livro dos Espíritos, itens 943 a 957.”
“Ontem, quinta-feira, às duas da tarde, um jovem de apenas dezenove anos, filho de um médico, suicidou-se em sua casa, na chaussée des Martyrs, com um tiro de pistola na boca.
“A bala arrebentou-lhe a cabeça e, não obstante, a morte não foi instantânea. Ele conservou a razão por uns instantes, e respondendo às perguntas que lhe faziam, disse que, salvo o pesar que ia causar ao pai, não tinha nenhum remorso pelo que havia feito. Depois foi tomado de delírio e, a despeito dos cuidados de que foi rodeado, morreu ao anoitecer, após uma agonia de cinco horas.
“Diz-se que há algum tempo esse infeliz moço nutria ideias de suicídio e presume-se, com ou sem razão, que o estudo do Espiritismo a que se entregava com ardor, não tenha sido estranho à sua fatal resolução.”
Sem dúvida esta notícia fará o giro da imprensa, como antes a dos quatro supostos loucos de Lyon, repetida a cada vez com o acréscimo de um zero, tal a avidez com que os nossos adversários procuram as ocasiões de atacar o Espiritismo. A verdade não tarda a ser conhecida, mas, que importa! Espera-se que de uma boa caluniazinha sempre reste alguma coisa. Sim, dela algo resta: uma mancha sobre os caluniadores. Quanto à doutrina, não se nota que tenha sofrido por isto, pois ela prossegue sua marcha ascendente.
Felicitamos o diretor do Avenir, Sr. d’Ambel, por seu cuidado em obter informação sobre a verdadeira causa do acontecimento. Eis o que diz ele a respeito, no número de 11 de agosto de 1864:
“Confessamos que a leitura dessa notícia nos mergulhou na mais profunda estupefação. É impossível não protestar contra a leviandade com que o órgão oficial acolheu semelhante acusação. O Espiritismo é completamente estranho ao ato desse moço infeliz. Nós, que somos vizinhos do local do sinistro, sabemos perfeitamente que tal não foi a causa desse espantoso suicídio. É com a maior reserva que devemos indicar a causa verdadeira da catástrofe. Mas, enfim, a verdade é a verdade, e nossa doutrina não pode permanecer sob o golpe de uma tal imputação.
“Há muito esse jovem, que apresentam como entregue com ardor ao estudo de nossa doutrina, tinha fracassado em várias tentativas nos exames de bacharelato. O estudo lhe era tão desagradável quanto a profissão paterna. Em breve ele iria submeter-se a novo exame, e foi em consequência de uma viva discussão com seu pai que, temendo ser reprovado mais uma vez, tomou a fatal decisão e a executou.
“Acrescentemos que se realmente tivesse conhecido o Espiritismo, nossa doutrina tê-lo-ia detido na rampa fatal, mostrando-lhe todo o horror que nos inspira o suicídio e todas as consequências terríveis que tal crime arrasta consigo. (Vide o Livro dos Espíritos, itens 943 a 957.”
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