Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1865
Versão para cópiaCapítulo XXVIII
Abril - Poesias espíritas
Abril
Poesias espíritas
O Espiritismo
O Espiritismo é o desenvolvimento do Evangelho, a extensão e a expansão da vida.
É pois verdade!
Sua sombra querida
Vem ajudar e sustentar meus cantos,
E penetrar de ebriez infinita
A vaga feliz dos pressentimentos.
Como um reflexo que envolve minh’alma,
Seu nobre Espírito derrama luzes,
Enche-me os dias de invisível chama,
E minhas noites de encantados sonhos.
Então dos Céus se as idades invoco,
Uma lembrança me traz o seu sopro
E dissipando as nuvens do presente,
Transforma meu passado em meu futuro.
“Criança, me diz, abandona a Terra;
“De novo terás os dias do passado,
“E o que te foi pai estará ao teu lado,
“E eternos amores no coração.
MARIE-CAROLINE QUILLET
Membro da Sociedade dos Escritores.
Pont-L’Évêque (Calvados).
Em apoio às palavras ela junta as seguintes estrofes:
Aos poetas
Despertai, apóstolos e poetas;
Escutai os oráculos do tempo.
O ar carrega o sopro dos profetas
Retine o Hosana nas asas do vento.
O Sinai de nuvens está coberto;
Ruge o Etna no horror de seus fogos;
No entanto o Eterno dispensa as tormentas,
E para a Terra ilumina os céus.
A verdade ressurge da parábola;
Seu puro brilho toca-nos a fronte,
De nova luz o símbolo clareia,
E os raios da fé vem aquecer.
A fé, o amor, o vero sol das almas,
Aos mais obscuros mostra a claridade;
E as chamas de seu disco ela alimenta,
Pelo labor e pela caridade.
Vinde, mártires de sublime canto;
Abri a voz a estranhos lutadores.
Aos quatro ventos, sobre os nobres cimos,
Ide plantar de Jesus a humilde cruz.
O Espiritismo
O Espiritismo é o desenvolvimento do Evangelho, a extensão e a expansão da vida.
É pois verdade!
Sua sombra querida
Vem ajudar e sustentar meus cantos,
E penetrar de ebriez infinita
A vaga feliz dos pressentimentos.
Como um reflexo que envolve minh’alma,
Seu nobre Espírito derrama luzes,
Enche-me os dias de invisível chama,
E minhas noites de encantados sonhos.
Então dos Céus se as idades invoco,
Uma lembrança me traz o seu sopro
E dissipando as nuvens do presente,
Transforma meu passado em meu futuro.
“Criança, me diz, abandona a Terra;
“De novo terás os dias do passado,
“E o que te foi pai estará ao teu lado,
“E eternos amores no coração.
MARIE-CAROLINE QUILLET
Membro da Sociedade dos Escritores.
Pont-L’Évêque (Calvados).
A Sra. Quillet, autora de Églantine solitaire, acaba de publicar um volumezinho encantador com o título de Une heure de poésie, que será apreciado por todos os amantes dos bons versos. Sendo a obra estranha à Doutrina Espírita, embora de modo algum a ela contrária, sua apreciação escapa da especialidade de nossa Revista. Limitar-nos-emos a dizer que a autora prova uma coisa, é que, contrariamente à opinião de alguns de seus confrades em literatura, pode-se ter espírito e acreditar nos Espíritos.
A Sra. Quillet nos escreve o que segue, a respeito das comunicações da Sra. Foulon, publicadas no número de março.
“A Sra. Foulon pensa que os homens não compreenderiam a poesia do Espiritismo. Ela deve ter razão do seu ponto de vista luminoso. Sem dúvida os poetas sentem suas asas pesadas pelas trevas de nossa atmosfera. Mas o instinto, a dupla vista, de que são dotados, vêm auxiliar-lhes a inteligência. Eu creio que cada um é chamado, conforme suas aptidões, ao grande trabalho da renovação terrestre: os poetas, os filósofos, pela inspiração dos Espíritos; os mártires, os trabalhadores, pelo gênio dos filósofos e pelos cantos do poeta. Esses cantos não passam de um suspiro, é verdade, mas no exílio dos suspiros formam a base e o complemento do concerto.”
A Sra. Quillet nos escreve o que segue, a respeito das comunicações da Sra. Foulon, publicadas no número de março.
“A Sra. Foulon pensa que os homens não compreenderiam a poesia do Espiritismo. Ela deve ter razão do seu ponto de vista luminoso. Sem dúvida os poetas sentem suas asas pesadas pelas trevas de nossa atmosfera. Mas o instinto, a dupla vista, de que são dotados, vêm auxiliar-lhes a inteligência. Eu creio que cada um é chamado, conforme suas aptidões, ao grande trabalho da renovação terrestre: os poetas, os filósofos, pela inspiração dos Espíritos; os mártires, os trabalhadores, pelo gênio dos filósofos e pelos cantos do poeta. Esses cantos não passam de um suspiro, é verdade, mas no exílio dos suspiros formam a base e o complemento do concerto.”
Em apoio às palavras ela junta as seguintes estrofes:
Aos poetas
Despertai, apóstolos e poetas;
Escutai os oráculos do tempo.
O ar carrega o sopro dos profetas
Retine o Hosana nas asas do vento.
O Sinai de nuvens está coberto;
Ruge o Etna no horror de seus fogos;
No entanto o Eterno dispensa as tormentas,
E para a Terra ilumina os céus.
A verdade ressurge da parábola;
Seu puro brilho toca-nos a fronte,
De nova luz o símbolo clareia,
E os raios da fé vem aquecer.
A fé, o amor, o vero sol das almas,
Aos mais obscuros mostra a claridade;
E as chamas de seu disco ela alimenta,
Pelo labor e pela caridade.
Vinde, mártires de sublime canto;
Abri a voz a estranhos lutadores.
Aos quatro ventos, sobre os nobres cimos,
Ide plantar de Jesus a humilde cruz.
A Sra. Quillet está certa quando diz que todos são chamados a concorrer à obra da renovação terrestre. Ninguém contesta a influência da poesia, mas ela se equivoca quanto ao pensamento da Sra. Foulon, quando esta diz: “O entusiasmo invadiu-me a alma e espero que seja um pouco tarde para vos entreter com o Espiritismo sério, e não com o Espiritismo poético, que não é bom para os homens. Eles não o compreenderiam.” O Espírito não entende por Espiritismo poético as ideias espíritas traduzidas pela poesia, mas o Espiritismo ideal, produto de uma imaginação entusiasta; e por Espiritismo sério, o Espiritismo científico, apoiado nos fatos e na lógica, que melhor convém à natureza positiva dos homens de nossa época, o que é objeto de nossos estudos.
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