Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1865
Versão para cópiaCapítulo LXXXV
Novembro - Dissertações espíritas - O repouso eterno
Novembro
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Dissertações espíritas - O repouso eterno
(Sociedade de Paris, 31 de outubro de 1865 - Médium: Sr. Leymarie)
Quando deixei meu envoltório terreno, fizeram vários discursos em meu túmulo, e todos estavam impregnados da mesma ideia. Sonnez, meu amigo, dizia um, ides gozar do repouso eterno. Alma, dizia o padre, repousa na contemplação divina. Amigo, repetia o terceiro, dorme em paz após uma vida bem vivida. Enfim, era o repouso eterno contínuo, que ressaltava do fundo de tantos adeuses tocantes.
O repouso eterno! Que entendiam por esta expressão e pelas mesmas palavras continuamente repetidas, cada vez que um homem desaparecia da Terra e ia para o desconhecido?
Ah! meus amigos, dizeis que repousamos. Que erro estranho! Compreendeis o repouso à vossa maneira. Olhai em torno de vós; existe o repouso? Neste momento as árvores vão se despojar de seus envoltórios encantadores; tudo geme nesta estação; a Natureza parece preparar-se para a morte, contudo, se procurarmos, acharemos a vida em preparação sob essa morte aparente. Tudo se depura nesse grande laboratório terrestre: a seiva e a flor, o inseto e o fruto, tudo o que deve adornar e fecundar.
Esta montanha, que parece ter uma imobilidade eterna, não repousa. As infinitas moléculas que a compõem realizam um trabalho enorme. Elas tendem, umas a se agregar, outras a se separar, e essa lenta transformação causa espanto a princípio e depois admiração ao pesquisador que acha em tudo instintos diversos e mistérios a explorar. E se a Terra assim se agita em suas entranhas, é que esse grande cadinho elabora e prepara o ar que respirais, os gazes que devem sustentar a Natureza inteira. É que ela imita os milhões de planetas que percebeis no espaço, e cujos movimentos diários e trabalho contínuo obedecem à vontade soberana. Sua evolução é matemática e se eles encerram outros elementos além dos que vos fazem agir, vamos! Acreditai! Esses elementos trabalham para a sua depuração, para a sua perfeição.
Sim, para a sua perfeição, porque essa é a palavra eterna. A perfeição é o objetivo, e para atingi-lo, átomos, moléculas, seiva, minério, árvores, animais, homens, planetas e Espíritos se empenham nesse movimento geral, que é admirável por sua diversidade, pois é harmonia. Todas as tendências vão ao mesmo fim, e esse fim é Deus, centro de toda atração.
Depois da minha partida da Terra, minha missão não está realizada; busco e trabalho todos os dias; meu pensamento aumentado abarca melhor o poder dirigente; sinto-me melhor fazendo o bem e, como eu, legiões inumeráveis de Espíritos preparam o futuro. Não acrediteis no repouso eterno! Os que pronunciam essas palavras não compreendem o seu vazio. Vós todos que me ouvis, podeis matar o pensamento, forçá-lo ao repouso? Oh! não. O vagabundo procura e procura sempre e não desagrada aos amáveis e úteis charlatães que negam o Espírito e o seu poder. O Espírito existe, nós o provamos e o provaremos melhor quando chegar a hora. Nós lhes ensinaremos, a esses apóstolos da incredulidade, que o homem não é o nada, um agregado de átomos reunidos pelo acaso e pelo acaso destruídos. Nós lhes mostraremos o homem radiante por sua vontade e seu livre-arbítrio, senhor de seu destino, elaborando na geena terrestre o poder da ação necessária a outras vidas, a outras provas.
SONNEZ
O repouso eterno! Que entendiam por esta expressão e pelas mesmas palavras continuamente repetidas, cada vez que um homem desaparecia da Terra e ia para o desconhecido?
Ah! meus amigos, dizeis que repousamos. Que erro estranho! Compreendeis o repouso à vossa maneira. Olhai em torno de vós; existe o repouso? Neste momento as árvores vão se despojar de seus envoltórios encantadores; tudo geme nesta estação; a Natureza parece preparar-se para a morte, contudo, se procurarmos, acharemos a vida em preparação sob essa morte aparente. Tudo se depura nesse grande laboratório terrestre: a seiva e a flor, o inseto e o fruto, tudo o que deve adornar e fecundar.
Esta montanha, que parece ter uma imobilidade eterna, não repousa. As infinitas moléculas que a compõem realizam um trabalho enorme. Elas tendem, umas a se agregar, outras a se separar, e essa lenta transformação causa espanto a princípio e depois admiração ao pesquisador que acha em tudo instintos diversos e mistérios a explorar. E se a Terra assim se agita em suas entranhas, é que esse grande cadinho elabora e prepara o ar que respirais, os gazes que devem sustentar a Natureza inteira. É que ela imita os milhões de planetas que percebeis no espaço, e cujos movimentos diários e trabalho contínuo obedecem à vontade soberana. Sua evolução é matemática e se eles encerram outros elementos além dos que vos fazem agir, vamos! Acreditai! Esses elementos trabalham para a sua depuração, para a sua perfeição.
Sim, para a sua perfeição, porque essa é a palavra eterna. A perfeição é o objetivo, e para atingi-lo, átomos, moléculas, seiva, minério, árvores, animais, homens, planetas e Espíritos se empenham nesse movimento geral, que é admirável por sua diversidade, pois é harmonia. Todas as tendências vão ao mesmo fim, e esse fim é Deus, centro de toda atração.
Depois da minha partida da Terra, minha missão não está realizada; busco e trabalho todos os dias; meu pensamento aumentado abarca melhor o poder dirigente; sinto-me melhor fazendo o bem e, como eu, legiões inumeráveis de Espíritos preparam o futuro. Não acrediteis no repouso eterno! Os que pronunciam essas palavras não compreendem o seu vazio. Vós todos que me ouvis, podeis matar o pensamento, forçá-lo ao repouso? Oh! não. O vagabundo procura e procura sempre e não desagrada aos amáveis e úteis charlatães que negam o Espírito e o seu poder. O Espírito existe, nós o provamos e o provaremos melhor quando chegar a hora. Nós lhes ensinaremos, a esses apóstolos da incredulidade, que o homem não é o nada, um agregado de átomos reunidos pelo acaso e pelo acaso destruídos. Nós lhes mostraremos o homem radiante por sua vontade e seu livre-arbítrio, senhor de seu destino, elaborando na geena terrestre o poder da ação necessária a outras vidas, a outras provas.
SONNEZ
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