Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1866
Versão para cópiaCapítulo XXIX
Abril - Pensamentos Espíritas - Poesia do Sr. Eugêne Nus
Abril
Pensamentos Espíritas - Poesia do Sr. Eugêne Nus
As estrofes seguintes são tiradas da obra Os Dogmas Novos, do Sr. Eugène Nus. Embora não seja uma obra mediúnica, certamente irão agradecer-nos a sua reprodução, dados os pensamentos tão graciosamente expressos. Sob o título de Os Grandes Mistérios, o mesmo autor publicou uma outra obra notável, a que faremos referência, e na qual se acham todos os princípios fundamentais da Doutrina Espírita, como solução racional.
Ó mortos amados, que esta Terra
Viu passar conosco misturados,
Revelai-nos o grande mistério:
Onde viveis, mortos amados?
Globos coruscantes, que povoais o espaço,
Irmãs de nossa Terra, estrelas dos céus,
Qual de vós me prepara um lugar,
E me guarda uma sorte sombria ou gloriosa?
Qual de vós recebeu as almas
Dos que eu amava e que perdi?
Num branco raio de vossa luz suave
Desceram em minha fronte sonhadora?
Ou então, presos à sorte da Terra
Pelo destino e pelo amor,
São levados em nossa atmosfera
Lá no alto esperando a hora de voltar?
Ou, ainda mais perto, Espíritos invisíveis,
Estão entre nós, metidos em nossos dias,
Pregando a concórdia aos corações sensíveis
E chorando baixinho, ao encontrá-los surdos?
Ó mistério profundo da alma infinita!
Há quanto tempo em vão eu te procuro.
Já empalideci a fronte, tanto cavei a vida
Sem jamais encontrar o segredo divino.
Mas, ó mortos queridos, que importa onde estejais!
Quer de longe ou de perto, a mim, certo, vireis;
Quantas vezes cedi à vossa voz secreta,
E o vosso calor aqueceu minha fé.
Ó mortos amados, que esta Terra
Viu passar, conosco misturados,
Revelai-nos o grande mistério:
Onde viveis, mortos amados?
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