ESCALADA DE LUZ

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CAPÍTULO 37

O andarilho

De roupas em molambos, cabelos sujos em desalinho, olhos tristes perdidos nas órbitas: é o velho João que passa.

De onde vem? Para onde vai?

Todos ignoram. Bate de porta em porta à procura de sua casa... Sim! a casa com que sempre sonhou!... para logo após cair, exânime, no primeiro monte de farelo que encontrar.

Tenta dormir, sonhando com as estrelas de seu remoto paraíso, para no dia seguinte recomeçar a jornada sem rumo, sem destino e sem ninguém.

A figura de João é um atestado eloquente da reencarnação. Ao vê-lo, pressinto encontrar o nobre que fora no passado, hoje escondido nos andrajos do presente. Sombra viva a refletir uma humanidade inconsciente e fria.

Em seu cérebro agitado, quanto conflito! Quantos retalhos de sonhos! Em seu peito desnudo traz o coração faminto de afetividade...

Dia e noite: só!

De década em década: plenamente só!

O que me consola a alma é saber que existe um homem, amigo João, que vela pelos seus passos errantes, que arruma um travesseiro de estrelas para sua cabeça cansada dormir. Um ser invisível que conhece todas as suas lágrimas e acompanha, com extremado amor, o ritmo descompassado de seu coração. Este ser angélico é Jesus, que um dia lhe abrirá as portas de luz de sua pátria de origem.

Eu me compadeço de você, João, porque de alguma forma também estou no seu caminho!




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