Celeiro de Bênçãos

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CAPÍTULO 14

Desalento

Equivalente a enfermidade moral, instala-se o desalento, utilizando-se de pretextos vários em que se apoia, para o nefando mister da destruição da vida. Chega sorrateiro e modifica a paisagem interior, minando resistências e sombreando ideais antes clarificados pelo sol do otimismo.

Aqui se nutre de alegações falsas com que, em se vitalizando, promove a fuga espetacular ao dever e à responsabilidade.

Ali se identifica com os insucessos passados e estabelece a rede da má vontade com que destroça as florações da alegria nascente. Adiante arregimenta as deficiências alheias, a fim de eximir-se de maiores comprometimentos com a ação relevante. Exala cansaço injustificável, produzindo enfermidades imaginárias; instila apatia, grassando como desinteresse mórbido; favorece o desgoverno da ordem como árbitro da indiferença enfermiça; aniquila os que lhe caem nas faixas estreitas por contínua intoxicação mental, que termina em processos penosos de distonia psíquica e descontrole emocional.

Raramente se apossa por meio de ataque violento. Dissimulador, acoberta-se, maneiroso, com habilidosas justificações. Previne-te contra as artimanhas desse adversário soez, sempre à espreita.

Não te negues prudência e entusiasmo. Se o trabalho te parece desagradável, reajusta os centros de interesse e renova-te.

Caso estejas cansado, busca motivação estimuladora e prossegue. Quando te identifiques em desilusão, considera o compromisso a que te fixas e reencontra-te. Seja qual for o motivo, aparentemente justo, para fugires ao dever que te cabe, de servir e promover o bem, torna tua a contribuição base que estimule e encoraje os outros. Mas não recuses a oração nem o diálogo fraterno com os companheiros, ilhando-te, porquanto, uma vez atingido pelas manobras do desalento, somente a hercúleo esforço lograrás libertação. Imagina a planta crestada negando-se ao orvalho da noite, a máquina trabalhada recusando lubrificação, a construção seguindo sem programa, o veículo em disparada sem o auxílio dos freios.

Sem dúvida a ruína se encarregará de alcançá-los, cada um a seu turno.

Assim ocorre com o obreiro da vida que se permite estiolar pelo desalento.

Na atividade ou no repouso, em grupo ou a sós, não fomentes as tricas que produzem desencanto ou as dúvidas que suscitam o desalento.

Tem por modelo Jesus que, não obstante ser o Construtor da Terra, não poucas vezes, no fragor das atividades de renovação para a Humanidade, recolhia-se à meditação e à prece, a fim de manter-se como expressão viva de otimismo e ação superior incessante.




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