Celeiro de Bênçãos

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CAPÍTULO 37

Amor fraternal

"A Terra é fundo abismo onde se multiplica o desespero e a amargura reina" - afirma o pessimismo. Mas o amor fraternal, que não persegue nem objurga, coloca mãos à obra do soerguimento e tudo renova. " Viver entre os homens significa padecer em cada instante" - assevera o ódio. Todavia, o amor fraternal toma as cruzes em que estão as criaturas de braços distendidos e transforma as traves em rotas luminosas para a liberdade. "Servir, amar, perdoar, são expressões utópicas da fraqueza dos vencidos" - atesta a desesperação. Sem embargo, o amor fraternal serve, ama, perdoa e gera clima de otimismo, onde a ruína semeara destruição. "Não valem os esforços e as renúncias para aqueles que estão caídos" atestam os que se deixaram tisnar pela desdita.

Porém, o amor fraternal se converte em degrau abençoado e por ele se elevam os que jazem no sofrimento, alçando-os ao cume da vitória.

"A morte, sem dúvida alguma, é a veneranda porta de liberdade, graças ao aniquilamento" - impõe o cinismo materialista. E o amor fraternal rasga o túmulo, desvendando os enigmas da imortalidade para abrir os braços ao transeunte da via redentora. Há sempre lugar para que o amor fraternal se manifeste. Se chove e alguém blasfema, ele aponta a alegria do campo que reverdece. Se o sol arde e outrem reclama, ele fala do benefício da claridade que enseja trabalho dos que necessitam viver. Se irrompe a guerra, ele é o caminho da paz. Se governa a paz, faz-se o elo da fraternidade que faculta o progresso. Fala-se muito de amor entre os homens da Terra.

No entanto, convertido em expressão de sexo em desvario, temo-lo confundido por paixão animalizante e não passa de instinto procriativo, que a insensatez corrompe.....

Sugere-se tal amor como solução simplista para todos os problemas. E a imposição não vai além de arroubo oratório ou cometimento literário com que muitos se comovem e nada realizam... O amor fraternal que recorda o Herói anônimo que se ocultou nos trapos da carne para edificar a vida na humanidade de todos os tempos, é a alavanca promissora e eterna de que podes dispor para alçar os que caíram e te ergueres na direção da plenitude da vida. Quando todos os métodos te pareçam ultrapassados e quando todas as técnicas estiverem desvitalizadas; quando as circunstâncias se manifestarem aziagas e as ocasiões se fizerem pessimistas, aplica o amor fraternal sem pressa, sem reproche, sem imposição, como alguém que dilui unguento balsâmico e perfumado sobre nodosa afecção orgânica e conta com o milagre do tempo para resolver o impasse.

Verás, então, reflorescer a esperança, renascer a alegria, ressurgir a felicidade onde há pouco sobre nadavam destroços, graças, agora, ao amor fraternal.




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