Celeiro de Bênçãos

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CAPÍTULO 42

O problema da fé

Confundem-na com utilidade de ocasião. Supõem-na valor de que se deva dispor levianamente. Crêem-na de efeito urgente. Possuem-na como se fora moeda de trocas, com que se pode negociar com a Divindade. Quando, porém, os resultados não se fazem imediatos, lucrativos, oferecendo prêmios transitórios, dizem-se decepcionados, e, então, deblaterando, desertam. Afirmam-se descrentes e aguardam sinais, na suposição de que a vantagem da crença deve pertencer a Deus, quando não a transferem para os Amigos Espirituais, e não a eles mesmos...

Refaze conceituações e reflete com diligência. O problema da fé é, antes de mais nada, resultante do maior ou menor esforço despendido por adquiri-la.

Alguns têm-na de forma natural. Em tais, é espontânea, porquanto trazem-na de vidas pregressas, insculpida nos painéis da mente espiritual. Outros conseguem-na mediante a reflexão e o estudo, como corolários do equilíbrio e da maturidade que já alcançaram. Diversos, dela se impregnam, após a linguagem dos fatos eloquentes que atestam a transcendência da vida e a sua indestrutibilidade.

Muitos, porém, relutam. Aguardam-na como meio de se evadirem das consequências dos erros e leviandades, desta e de outras existências...

Não obstante a documentação experimental por outros apresentada, ou da própria realização, recalcitram.

Desejam mais provas, maior soma de realidades..... ... E enquanto isso continuam irrequietos, em trêfegas refregas do prazer e da ociosidade.

A fé, além de virtude espontânea, também é conquista intelectual. Referimo-nos à fé religiosa, porquanto crer é qualidade inerente ao ser. Crê-se por hábito, por acomodação, pelo fenômeno da razão. A fé religiosa, porém, graças, hoje, às lições do Espiritismo e às realidades mediúnicas, decorre do exame racional dos fatos, em perfeita consonância com as leis que regem a vida.

Necessário, no entanto, refletir melhor para fixá-la em profundidade. Adubá-la com os valiosos recursos da oração e do trabalho edificante, a fim de que se não entibie e desapareça. Tem a fé a função essencial de oferecer forças para solucionar problemas ao invés de afastá-los ou liberar o crente dos testemunhos necessários para a sua evolução. Mediante o seu concurso, a dor muda de configuração. Deixa de ser o aguilhão do resgate para se transformar em força-estímulo para a vida, desafio para o avanço e auto-realização. Crendo no Pai entregou-se Jesus totalmente ao sacrifício, sem mácula nem culpa, de modo a ensinar-mos que a fé é ponte divina por onde transitaremos da nossa pequenez na direção abençoada da liberdade total e grandiosa.




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