Celeiro de Bênçãos

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CAPÍTULO 52

Incompreensões

Clima de exceção significa regime de injustiça. Não o aguardes. Experiência que não se vive, continua sendo teoria não incorporada à existência. Arestas não corrigidas, permanecem na condição de impedimento na engrenagem.

Por isso mesmo ninguém há que atravesse a senda reencarnatória sem conhecer o percalço das incompreensões alheias.

Espíritos difíceis em necessários reajustamentos, que somos quase todos nós, somente a pouco e pouco nos vamos despojando das couraças constritivas e perniciosas do eu enfermo, a fim de adquirirmos mais amplas percepções, na esfera das lutas em que nos empenhamos pela própria libertação.

Não raro, enquanto conseguimos abençoadas reformas no campo do sentimento, malogramos em atividades outras, comprometendo vasta área de realizações valiosas.

Vigilantes em um setor, distraímo-nos noutro campo de ação. Adquirindo amizades novas, descuramos a assistência aos amigos de ontem, preciosos, incidindo, mesmo involuntariamente, em gravames e desassisamentos.

Isto porque muito lento é o progresso real do viandante, na escalada redentora. Não há, porém, razão para descoroçoar. Dificuldade vencida é conquista realizada.

Problema que surge representa desafio que espera solução. Assim, são inevitáveis as incompreensões que nos assaltam a cada instante.

Vale não as provocar pela rebeldia ou através da presunção, mediante o desvario ou por azedume contumaz. Ninguém, porém, conseguirá eximir-se de sofrê-las.

Rebelas-te, em face de muitos acontecimentos desagradáveis, e assumes então, atitude de incompreensão em relação ao Estatuto Divino, que ignoras. Não te compreendes a ti mesmo: reações surpreendentes, ações imprevistas, emoções descontroladas que surgem e ressurgem embora o policiamento a que te impões. Se é assim contigo, em relação ao próprio eu, quão difícil entender corretamente o próximo ou por ele ser compreendido! Não te agastes, portanto, quando colhido nas malhas da incompreensão dos outros. Depois de haver conhecido Jesus, quando empenhada, sinceramente, na reforma íntima com a consequente fidelidade aos postulados da Boa Nova, Maria de Magdala conheceu penosas dificuldades, por não confiarem os companheiros na sua renovação, nem compreenderem o esforço despendido para a sua reintegração na disciplina salutar do equilíbrio que almejava. Embora tocada pela Mensagem clarificadora da Boa Nova, diante de Maria, sua irmã, comovida e devotada ao Senhor, Marta, inquieta, não compreendia que apenas as tarefas essenciais exigem doação total, enquanto que as supérfluas podem esperar... E o próprio Mestre, não obstante o amor com que a todos amou e as vívidas demonstrações oferecidas quanto a ser o excelso Filho de Deus, experimentou incompreensões de tal monta, que foi crucificado, após as amarguras inomináveis e as dores sofridas, em face da deserção daqueles a quem mais amara e aos quais se dera em regime de abnegação. No entanto, não os desamou, nem os esqueceu, retornando a aquecê-los com a esperança, mediante a doação do perdão que lhes renovou a paz nos espíritos aflitos.

Reflexiona, e, encorajado, mesmo que transites sob chuvas de incompreensões, prossegue, denodado, ideal à frente, até a libertação do vaso carnal.




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