Espírito e Vida

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CAPÍTULO 54

EXULTANTE

Uma vez estabelecidas relações com os habitantes do mundo espiritual, possível se tornou ao homem seguir a alma em sua marcha ascendente, em suas migrações, em suas transformações.


A GÊNESE — Capítulo 5o — Item 16.

Consoante as lições do Espiritismo, que te aclaram as razões antes ignoradas da aflição e da angústia, respeita, na p ação, o clima de luz necessário à própria felicidade.

Há quem diga que a convicção imortalista nada tem a ver com abnegação ou dignidade moral.

É aquele que faz da Revelação espiritista um ingrediente para uso em horas determinadas, sem outras consequências.

Há quem explique que a religião, assentada necessariamente numa fé racional, não tem algo a ver com a conduta em sociedade.

É aquele que vive aparentemente filiado à fé religiosa usufruindo os benefícios consequentes da corrupção dos fracos, sem se renovar ulteriormente.

Há quem pretenda seja a religiosidade um primitivismo emocional, herança dos velhos feitiços que somente aos incultos e débeis constitui motivação espiritual.

Ë aquele que apregoa crer em Deus por conclusões resultantes da pesquisa científica e aceita a vida extra-física, prosseguindo amoral, quando não mais seguramente reprochável na conduta particular ou na vida social.

Há quem diga que o princípio espiritual é capítulo da Metafísica e que nenhuma prova existe da imortalidade.

É aquele que se supõe conhecedor de tudo.

Uns pretendem iludir-se e conseguem-no fácilmente — são opiômanos ante a informação espiritual.

Outros disputam fantasias e enfeitam-se de tranquilidade — são narcisistas religiosos.

Os demais exibem superação da ignorância, tentando livrar-se das atividades que o crer impõe, e desgarram-se — são ególatras arreligiosos.

Conheces, porém, por experiência íntima intransferível — por mais vigorosas sejam as tessituras aparentes da argumentação em contrário — o rumo da sublimação através das linhas evangélicas a transudarem dos tempos, convocando-te o espírito, na Doutrina Espírita, para a luta enobrecedora sobre ti mesmo.

A mediunidade abriu portas antes fechadas para o teu espírito, apontandote horizontes felizes.

Em cada experiência novos fantasmas do passado culposo recorporificam-se famanazes e truculentos.

Enflorescem em teu íntimo as plantas da ilusão que não conseguiste destruir.

Refazem-se painéis de angústia e falsas necessidades nos dédalos da mente sem que logres vitória fácil.

Reacendem paixões que ferem como acúleos cruéis que te maceram, sem libertação integral, malgrado a luta que travas.

Só a fé que te vitaliza, graças ao Espiritismo, oferece força e alento para uma religiosidade atuante, salvadora.

Com ela amparas a dor, compreendes a vida, acendes esperanças, consolas aflições, espalhas amor.

Amparado por ela, na balbúrdia faze-te silencioSO, na loucura revelas-te sereno, na angústia permaneces tranquilo, na revolta apresentas-te pacífico.

Não te amedrontes nem te sintas diminuído no campo em que operas.

O míssil balístico que carrega morte num invólucro brilhante, veste-se com linhas aerodinâmicas.

A vacina salvadora surge da cultura microbiana perigosa.

A usina potente sustenta-se em bases rochosas ocultas.

A vida orgânica é patrimônio do protoplasma.

Produze com segurança e faze-o com alegria.

Dá a tua contribuição à felicidade geral com a flama da tua devoção e da tua fé.

Obtempera que, incompreendido, Jesus se deixou arrastar, flagiciado, até o madeiro de imolação para ensinar-nos, valoroso, que os hipnotizados na ilusão, os ludibriados no equilíbrio e os enlouquecidos em si mesmos, embora vencedores aparentes são vencidos que se reconhecem sob o estigma da aflição que os infelicita...


Porfia, pois, exultante, e não recalcitres nem titubeies


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