Espírito e Vida

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CAPÍTULO 57

ANTE O SEXO E O AMOR

À medida que progride moralmente, o Espírito se desmaterializa, isto é, depura-se, com o subtrair-se à influência da matéria; sua vida se espiritualiza, suas faculdades e percepções se ampliam; sua felicidade se torna proporcional ao progresso realizado. Entretanto, como atua em virtude do seu livre arbítrio, pode ele por negligência ou má vontade, retardar o seu avanço; prolongar, conseguintemente, a duração de suas encarnações materiais, que, então, se lhe tornam uma punição, pois que, por falta sua, ele permanece nas categorias inferiores, obrigado a recomeçar a mesma tarefa. Depende, pois, do Espírito abreviar, pelo trabalho de depreciação executado sobre si mesmo, a extensão do período das encarnações.


A GÊNESE Capítulo 11o — Item 26.

Como o fogo que necessita ser disciplinado para ser útil, o sexo deve ser dirigido pelo amor a fim de preencher a sua finalidade santificante.

A chama que a fornalha retém, aproveitando-lhe o calor, quando se movimenta a esmo alastra-se em incêndio destruidor.

O sexo, que perpetua a vida humana nos misteres procriativos quando bem conduzido, é o mesmo elemento que escraviza a alma quando transborda desgovernado.

Se te encontras em tormentos íntimos, açoitado pelo látego dos desejos infrenes, recorda o amor no seu roteiro disciplinante e corrige o desequilíbrio, imolando-o ao dever.

Não acredites que a emoção atendida nas fontes turbadas possa oferecer-te a tranquilidade que almejas.

Amanhã, retomarás, voraz, novamente vencido. E enquanto não a submetas ao crivo rigoroso do teu comando, serás conduzido de forma impiedosa e aniquiladora.

Busca, assim, a linfa pura do amor, e, sacrificando o impulso momentâneo, lava as impurezas emocionais que te maculam.

Educa o pensamento por onde veiculam os primeiros gritos da emotividade desequilibrada.

Todo pensamento que se cultiva, transforma-se em ação que se aguarda.

Compreende que as exigências do desejo de agora nasceram ontem, no abuso da função sexual, quando o amor delinquiu contigo, favorecendo os excessos prejudiciais.

Enquanto te inclinas sedento sobre as largas faixas do gozo animalizante, procurando as fácilidades que conduzem à lassidão e à morte, outros corações, marcados por sinais indefiníveis, arrastam os delitos do passado em alucinantes punições no presente, chorando em segredo, ao sorverem a taça de fel da correção expiatória.

Não convertas as sublimes experiências da continência sexual em favores degradantes que conduzem à loucura e ao crime.

Ausculta o coração dos favorecidos pelas concessões do impulso desgovernado e compreenderás o quanto são infelizes e insaciados.

Procura sondar a própria alma em rigorosa disciplina produtiva, fiel ao roteiro do dever mantenedor da vida, e, se encontrares ardência íntima, constatarás que ela prenuncia libertação consoladora que logo advirá.

Por essarazão, a vitória sobre a carne não pode ser protelada com pretexto de "falta de forças". Se na condição de amo não consegues dirigir, na posição subalterna mais difícil será a tua ordenação.

Os que atravessaram os portais do além-túmulo, vencidos pela lascívia e pelos desvios da função genésica, permanecem doentes pela emoção atormentada, transformados em párias sociais.

Encontrá-los-ás no caminho das criaturas, envergando roupagens masculinas e femininas, retidos em invólucros teratogênicos, quais presidiários em cárceres estreitos e disciplinantes, em longos processos de reeducação.

Ama, portanto, embora não recebas a retribuição.

Ama o dever idealista, inspirado pelas Forças Superiores, oferecendo tuas energias à produção do bem que libertará o homem de todos os males.

Desenvolve a fraternidade no coração, deixando-a espraiar-se como bênção lenificadora, consoante nos amou Jesus Cristo, corrigindo a inclinação da mente em relação àqueles com quem podes privar da intimidade, libertando o espírito e enriquecendo os sentimentos.

Trabalha em favor dos outros, mesmo que estejas transformado em brasa viva, e vencerás a aflição, recebendo as moedas de luz qual salário em forma de serenidade.

No entanto, se apesar dos melhores esforços não conseguires a desejada paz, continuando aflito, não creias que, sorvendo a taça embriagadora, amainarás a tempestade.

Logo cessando o efeito entorpecente, a sede devoradora retornará, agravando o processo liberativo.

O problema do sexo é do espírito e não do corpo, e só pelo espírito será solucionado.

Procura, antes de novos débitos, o amantíssimo coração de nosso Pai, através da oração confiante, entregando-te a Ele, para que a sua inefável bondade, que nos criou e dirige, nos dê o indispensável vigor de conduzir o nosso sexo em direção do amor sublime que nos proporcionará a legítima felicidade.




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