Leis Morais da Vida

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CAPÍTULO 36

REFERÊNCIAS ENCOMIÁSTICAS

Agredido pela pedrada rude com que a impiedade zurze a sua malquerença ante o bem em triunfo, não desfaleças na desincumbência do ideal.

O petardo que te alcança, mesmo ferindo a sensibilidade da tua alma ou rasgando a tecedura fisiológica do teu corpo, é bênção de que podes retirar incalculáveis resultados opimos.

O agressor é sempre alguém em aturdimento, de que a Lei muitas vezes se utiliza a fim de chamar-te a atenção e situar-te no devido lugar de trabalhador da Causa das minorias do Evangelho.

Perigoso, entretanto, na tarefa a que doas o melhor dos teus sentimentos, é a referência encomiástica, exaltada e perturbadora.

Semelhante a punhal disfarçado em veludo, penetra-te e aniquila as tuas decisões superiores, fazendo-te desfalecer.

E comparável a veneno perigoso em taça de cristal transparente. Chega-se aos lábios da alma pruduzindo imediata intoxicação.

Necessário colocar-te em atitude de defesa contra os que aplaudem, os que enaltecem, os que, momentaneamente iludidos, podem transformar os teus sentimentos que aspiram à paz, em perturbações que desejam a glória efêmera.

Sabes pela experiência que o bom amigo traduz os seus sentimentos invariavelmente pelo testemunho da solidariedade silenciosa, da ação produtiva e do amparo fraternal, do que mediante as palavras explosivas, carregadas de lisonja.

O júbilo que explode no momento de exaltação também se converte em máscara de ira no momento de desgraça.

Poderás identificar o apoio ou a ressalva, o acerto ou o equívoco dos teus cometimentos se te exercitares no hábito salutar da reflexão e do exame das atividades encetadas.

* "O bom trabalhador", disse Jesus, "é digno do seu salário. " E o salário de quem trabalha com o Cristo é a paz da consciência correta.

O lídimo cristão sabe que tudo quanto faça nada faz, em considerando a soma volumosa de bênçãos que usufrui quando nas tarefas do Senhor.

Não te deixes, portanto, perturbar pela balbúrdia dos companheiros aturdidos, de palavras fáceis, gestos comovidos que te trazem o encômio vulgar, instru mentos, quiçá, de mentes levianas da Espiritualidade inferior interessadas na tua soberba e na tua queda.

Vigia as nascentes donde procedem o elogio e não o apliques a ninguém, nem te facultes recebê-lo de ninguém.


* * *

É verdade que todos necessitam do estímulo.

Entre o estímulo sadio e a palavra enganosa medeia uma grande distância. Poderás incutir no teu amigo o estímulo de queele precisa.

Um gesto de ternura numa expressão da face em júbilo edificante, mediante a palavra bem dosada com expressões de equilíbrio, terçando armas ao lado, quando ele necessita de alguém e participando com ele da experiência da fé, no amanho do solo dos corações com o arado da caridade e a perseverança do tempo, são atestados inequívocos de aplauso nobre.

Encômios, Jesus, o modelo excepcional de todos nós, nunca recebeu dos que O cercavam.

A dúvida, porém, a suspeição rude, a injunção negativa, a coroa de espinhos, o cetro do ridículo, o manto da chocarrice e a cruz da ignomínia sim, Ele os aceitou em silêncio, e, não obstante, representava a Verdade máxima que jamais a Terra recebera.

Não pretendas, a serviço d’Ele, superá-lo sem lograr sequer o que Ele jamais almejou: o triunfo equivocado das criaturas humanas.

Preserva-te nos postulados e tarefas do bem e ocorra quanto ocorrer, sê- Lhe fiel sem fantasias, sem enganos e sem aceitar as expressões encomiásticas que a tantos tem iludido e derrubado no cumprimento do dever.




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