Plenitude- Série Psicológica Vol. 3

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CAPÍTULO 14

XIV - Libertação do Sofrimento

Diante da infinita gama dos sofrimentos que dilaceram as criaturas, a finalidade da terapia profunda é arrancar-lhes as causas geradoras.

Ao lado de todo o contributo ético-moral que suaviza o sofrimento e altera-lhe a causalidade, produzindo gêneses saudáveis para o futuro, a assistência médica, quando se trate de questões na área da saúde física, assim como a assistência das ciências psíquicas no comportamento alienado ou nos conflitos da personalidade são de relevante valor.

Seja qual for o tipo de sofrimento, as suas garras produzem chagas de demorado processo degenerativo que leva, às vezes à alucinação, ao despautério, às arbitrariedades, especialmente as pessoas destituídas de resistências morais.

Normalmente, a sua intensidade é captada conforme a sensibilidade de quem o experimenta.

Sofredores há, na esfera física, portadores de alta capacidade para suportar-lhe a injunção, que, no entanto, tombam, desalentados, quando o sofrimento se apresenta no campo moral.

A recíproca é verdadeira, consagrando os heróis das resistências quase inacreditáveis, sob o jugo dos terríveis acúleos cravados nos tecidos da alma.

O sofrimento está muito relacionado com o processo espiritual.

A ampla sensibilidade faculta-lhe maior profundidade emocional, que responde pelas angústias e desagregações interiores, sem queixumes nem acusações.

O padecente silencia a dor e deixa-se estraçalhar interiormente, em especial quando tomba nas aflições morais, derivadas da traição, da injustiça, da crueldade, do abandono, do isolamento...

Se possuem fé religiosa e transferem o testemunho para o futuro espiritual, suportam melhor as lâminas cortantes, com equilíbrio, logrando vencer a conjuntura, superando-se e saindo da crise com amadurecimento e paz.

As enfermidades de larga duração aformoseiam-lhes o caráter e dão-lhes maior quota de amor aos sentimentos, que transbordam de ternura.

Quando atingem aqueles que estagiam em faixas menos evolutivas, as enfermidades brutalizam-nos e asselvajam-lhes as bases dos sentimentos, que se desenvolviam noutra direção benéfica.

O Espiritismo, em razão da sua complexa estrutura cultural, científica, moral e religiosa, é a doutrina capaz de equacionar o sofrimento, liberando as suas vítimas.

Carl Gustav Jung foi possívelmente quem melhor penetrou a realidade do sofrimento, propondo a sua elucidação e cura.

Enquanto a preocupação geral se baseava nos resultados físicos, no bem-estar emocional, sob a angulação médica, ele recorreu a dois métodos para encontrar-lhe a gênese e a solução: os sonhos e a imaginação.

Embora reconhecesse que toda generalidade peca por insuficiência de recursos para o atendimento, desde que cada caso é específico e exige uma linguagem terapêutica especial, adotava os dois comportamentos como método eficaz para os resultados saudáveis.

Ao mesmo tempo recomendava o apoio religioso, portador de excelentes contribuições para a cura da alma., na qual se sediam todas as causas dos sofrimentos.

A individualização e a marcha na direção do numinoso constituíram-lhe valiosos mecanismos terapêuticos para os problemas dos pacientes que o buscavam.

A promoção moral proposta pelo Espiritismo e a contribuição extraordinária que dá, pelo fato de ser a alma imortal - herdeira dos próprios atos que, equivocados, são geradores de sofrimentos - e da reencarnação - em cujos renascimentos o ser espiritual se depura, mediante, não raro, o sofrimento - constituem terapias irrecusáveis, no programa de eliminação da dor no homem e na Terra.

O sofrimento tem vigência transitória, por ser efeito do desequilíbrio da energia que, direcionada para o bem e para o amor, deixa de desarticular-se, facultando aos seres a iluminação, a plenitude, portanto, a saúde integral, que a todos no mundo está reservada pelo Pai Criador.






FIM





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