Em Busca da Verdade

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CAPÍTULO 4

ENCONTRO E AUTOENCONTRO

A parábola do Filho Pródigo é um manancial de informações psicológicas profundas, guardando um tesouro de símbolos e significados que merecem cuidadosa análise, a fim de retirar-se do seu conteúdo as lições de paz e de saúde necessárias para uma existência rica e abençoada.


"

"Durante muito tempo o Evangelho de Jesus recebeu interpretações doentias e perturbadoras, conforme o equilíbrio emocional e espiritual dos seus tradutores, teólogos e pastores, mais interessados em projetar a sombra em que se debatiam do que as extraordinárias orientações de luz de que se revestia.

Propondo a humildade, levavam os seguidores a transtornos de conduta graves, estimulando o menosprezo à existência fisica, a desconsideração por si mesmos, o autodepreciamento, o culto ao masoquismo disfarçado de santificação como o caminho para a iluminação.


Como se pode considerar a vida, esse incomparável tesouro por Deus concedido ao ser humano, como desprezível, digna de ser desrespeitada nos seus mais nobres significados: alegria, bemestar, utilização saudável do sexo, solidariedade e convivência,

como negativos, impondo o isolamento, a severa abstinência sexual, o silêncio, o sofrimento, em nome da Boa Nova?!

Somente indivíduos emocionalmente castrados poderiam impor os seus tormentos aos demais, aos quais invejavam a saúde e comunicabilidade, de forma que se sentissem felizes com a desdita dos outros, em transtorno sadomasoquista, adulterando toda a proposta libertadora de Jesus, o Homem bom e nobre por excelência, que mais demonstrou amor e alegria na convivência com os desafortunados do que todos os demais.

Pregando dignidade, esses atormentados intérpretes das Suas lições condenavam o erro, massacrando os equivocados, os que delinquem, os que aguardam apoio, por serem ignorantes ou enfermos, distanciados dAquele que é o pão da Vida e veio exatamente para os infelizes e até mesmo para os infelicitadores...

Felizmente, com o avanço da cultura, com a ruptura dos laços férreos que mantinham a sociedade jungida aos dogmas enfermiços, descobre-se, cada dia, a grandeza da mensagem cristã, conforme Jesus e os Seus primeiros discípulos a viveram e divulgaram, verdadeira canção musicoterapêutica, sinfonia de esperança e de consolação.

As Suas parábolas, por isso mesmo, mantêm guardadas as respostas significativas e especiais para as perguntas inquietantes do comportamento humano.

Nelas, somente existem libertação e bondade, harmonia e júbilo, guardando, nos seus símbolos, verdadeiros poemas de interpretação das incógnitas existenciais.

Nesse maravilhoso significado insere-se a do Filho Pródigo que, de alguma forma, somos todos nós.

Enquanto os fracos emocionais e os dependentes de punições nela encontram a baixa autoestima, o remorso, a angústia da volta, o que se constata é a irrestrita confiança no Pai generoso, a certeza da alegria de ser bem recebido, a recuperação moral pelo equívoco vivenciado, a expectativa do recomeço em novas paisagens de afeto e autorrealização.

Por muito tempo estabeleceu-se que a humildade deve ser vivida em forma de desprezo por si mesmo e pelos valores com que a vida social estabelece os seus relacionamentos, fomenta o progresso das massas e dos indivíduos.

O autoabandono, a autodesconsideração e o autodesprezo tinham prioridade na conduta do adepto religioso, no passado, em violência contra as leis naturais, impondo-se uma conduta incompatível com a mensagem de amor e de felicidade.

Pessoas amargas, que mantinham autorrejeição, refugiando-se em falsas justificativas religiosas, procuravam escamotear a mágoa em relação às demais, a raiva contra si mesmas e os outros, negando-se a felicidade, que acreditavam não a merecer, porque se encontravam sob o impositivo da sombra ancestral, defluente das culpas dos atos ignóbeis praticados em existências anteriores.

Negando-se a oportunidade do encontro com o Pai amoroso, por não sentirem a vigência do amor em si mesmas, ainda hoje recusam-se o autoencontro, numa análise profunda que lhes poderia propiciar a visão mais saudável da Realidade.

Os seus mitos são as Parcas terríveis, as cóleras dos diversos deuses vingativos, as subjetivas ameaças de destruição apocalíptica, numa vingança generalizada, na qual o temor da morte desaparece, porque representa a destruição de tudo e de todos.

As advertências contínuas sobre o egoísmo, o orgulho, a prepotência e o encantamento das virtudes teologais, do altruísmo, da humildade, da fraternidade produzem, não poucas vezes, a virtude do autodepreciamento, da autodesconsideração, quase numa exibição forçada de triunfos que, em realidade, não existem no campo psicológico, porque ninguém pode comprazer-se na interioridade, no engodo, na negação dos problemas existentes...

A Parábola do Filho Pródigo é todo um conjunto de lições psicoterapêuticas e filosóficas, de cunho moral e espiritual incomum.

Na sua mensagem não se encontram quaisquer tipos de censura a nenhuma das atitudes dos dois filhos, nem reproche ou dissimulação diante das ocorrências.

Tudo se dá de maneira natural, em júbilo crescente, porque aquele que estava perdido, foi encontrado, e porque estava morto, agora se deparava vivo.

A alegria da autoconsciência é esfuziante, porque ocorre depois do reencontro, na volta à casa, ao lar, ao abrigo emocional seguro, que é a conquista de paz e da correção dos atos.

O corpo é ainda um animal, algumas vezes insubmisso, que necessita das rédeas da aprendizagem para a disciplina espontânea e o comportamento correto que o direciona de acordo com as necessidades do self criativo a caminho do numinoso.

O Espírito é herdeiro de todas as experiências que vivência ao largo das sucessivas reencarnações, sendo natural que, não poucas vezes, predominem aquelas que mais profundamente assinalaram a conduta anterior, ressumando em forma de desejos e conflitos nem sempre identificados.

Por isso, uma análise dos símbolos oníricos, as associações e reflexões com o psicoterapeuta conseguem eliminar as fixações morbosas e as reminiscências angustiantes que se expressam como tristeza, insegurança, timidez, dificuldades de relacionamentos...

A identificação dos símbolos e sua interpretação exigem acuidade psicológica, experiência de consultório e interesse destituído de vinculação emocional, para auxiliar o paciente no encontro com a vida e no autoencontro, descobrindo a sua realidade.

O manto com que o Pai amoroso manda vestir o Filho pródigo bem representa o apoio, a cobertura afetiva que lhe é ofertada, igualando-o a ele mesmo, que também o ostenta.

A primeira preocupação do genitor é com a aparência do filho de retorno, com os cuidados de higiene e de vestuário, de adorno - o anel - de apresentação, porquanto, agora já não havia razão para permanecer conforme chegara.

Não será admitido como servo, mas como filho que tem direito à herança e ao seu amor.

Por essa razão ele viera do país longínquo de retorno ao lar.


Um país longínquo

Existe um país longínquo onde a vida estua e tem início, ensejando o processo de crescimento espiritual, nas sucessivas experiências reencarnacionistas.

Mesmo quando o viajante se encontra no país terrestre, por não se conhecer, ainda não havendo identificado as diversas províncias emocionais por onde pode transitar com segurança ou não, deixa-se identificar pelas expressões mais grosseiras das necessidades fisiológicas, das sensações orgânicas, do imediato que lhe fere os sentidos.

Periodicamente, fascinado pelo brilho falso das ilusões, relaciona todos os haveres que estão ao seu alcance, mas que não lhe pertencem, e pede ao Pai que lhe permita usufruí-los à saciedade, fugindo de casa, da segurança do lugar em que se encontra, para tentar ser feliz, conforme o seu padrão mentiroso.

Herdeiro dos recursos da inteligência e do sentimento, das tendências artísticas e culturais a que não dá valor, porque lhe exigem sacrifícios e desafios contínuos, reúne os tesouros da sensualidade, das ambições desmedidas, dos jogos dos sentidos primitivos, do acúmulo das forças juvenis e parte para outra região onde pode refestelar-se no prazer irresponsável, esquecido dos compromissos mantidos com a vida.

Exaure-se, em companhia dos seus demônios internos e dos seus anseios desregrados, até que surge a fome, por escassear os meios de prosseguir na loucura, e termina por encontrar com panhia nas pocilgas dos vícios mais perversos, alimentando-se dos miasmas e excentricidades que lhe chegam em decorrência do abandono dos parceiros emocionais...

É, então, quando tem um insighte dá-se conta de que não é aquilo, somente se encontra daquela forma, que não necessita de chafurdar mais fundo no chavascal da vergonha e do desdouro moral, quando tem um Pai generoso que trata bem aqueles que lhe servem, e pensa em voltar, pedir-lhe perdão, demonstrar o sofrimento que experimenta, a necessidade de recomeço, a submissão aos seus nobres deveres.

No processo da evolução, não são poucos os indivíduos que procedem de maneira diversa.

A princípio, desejam a independência, sem mesmo saber o de que se trata, que anelam pela liberdade que confundem com libertinagem, que anseiam pelo prazer, que pensam derivar-se do poder, arrojando-se às aventuras doentias e perturbadoras, em que amadurecem psicologicamente no calor do sofrimento.

Dão lugar a provações severas como os metais que necessitam do aquecimento para se tornarem plasmáveis e aceitarem as imposições dos artífices, vivenciando um período angustiante, para somente então pensarem em voltar para casa.

Recordam-se que, na província de onde vieram, havia alegria, diferente, é certo, mas júbilo, e desejam fruí-lo, como é natural.

Enquanto permanecem no gozo desgastante, desperdiçando a herança que conduziam, tudo é frustrante, o desespero é crescente, as perspectivas são negativas, o que os impele a uma nova tomada de decisão.

Essa não pode ser outra, senão o retorno à casa, às raízes, a fim de recomeçar e renovar-se.

As províncias do coração humano são muitas e quase sempre estão sombrias, assinaladas pelo desconhecido, pelo não vivenciado, que favorecem as fantasias exclusivas do prazer e do gozo.

Toda província, no entanto, por melhor, por pior que seja, possui diversificadas paisagens que aguardam a contribuição daqueles que as habitam.

Numas é necessário remover o lodo acumulado, cavando valas para extravasar a podridão, enquanto que, noutras, alargam-se os horizontes para que mais brilhe o Sol da beleza e da estesia.

Esse país longínquo, olhado desde o mundo causal pode ser a Terra, para onde vêm os Espíritos com os bens herdados do Pai, a fim de desenvolverem os mecanismos da evolução e aplicarem os recursos de que são portadores, o que nem sempre acontece de maneira favorável aos que o alcançam.

Sob outro aspecto, pode ser o mundo espiritual onde se inicia a experiência evolutiva e se dispõe de recursos inapreciados para serem desenvolvidos mediante os esforços empregados, ocorrendo que, nas primeiras tentativas, o olvido momentâneo da responsabilidade e os demônios internos que são sustentados pelas paixões primevas, estimulam o desperdício dos bens preciosos.

saúde, pureza de sentimentos, alegria espontânea constituem tesouros de alta valia, que devem ser preservados, a qualquer custo, da contaminação dos fatores dissolventes do novo país, porquanto, na volta para casa eles serão de altíssima significação, evitando os desastres emocionais e afetivos.

Analisando-se o núcleo arquetípico do ego, observa-se que ele não se modifica de um para outro instante, desde o momento em que ocorre a viagem ao país longínquo, predominando as tendências ancestrais que o direcionam para os interesses imediatistas, as conveniências, sem abrir espaço ao si-mesmo que ambiciona o infinito.

Essa consciência do ego - a superfície da psique - sofre colisões contínuas que procedem das emoções habituais e das aspirações de libertação, auxiliando no seu desenvolvimento, alterando-lhe a estrutura e abrindo-lhe campo para mais amplas ções.

Os problemas afligentes, que se podem apresentar como enfermidades de vário porte, conflitos diversos, à medida que se dão as colisões operam despertamentos e surgem oportunidades de mais acuradas reflexões, insights valiosos, que irão trabalhar em favor do amadurecimento do Self, o viajante incansável da evolução...

O animal humano sexuado, vitimado pela pulsão dominante, não lhe é escravo exclusivo, porquanto outras pulsões apresentam-se-lhe com fortes imposições que não podem ser desconsideradas.

Desde a pulsão da fome àquelas do idealismo mais elevado, trabalham pela transformação das forças da libido em satisfações outras também plenificadoras que impulsionam para a saúde e o bem-estar.

A pulsão do Filho Pródigo entregando-se ao sexo desvairado, na fase da deserção da casa paterna - o santuário do equilíbrio, o Eden da inocência - empurrou-o para o abismo do conflito e da culpa, do sofrimento e da amargura, descobrindo que o desejo sexual por mais acentuado, quase sempre ao ser atendido não oferece a compensação esperada, o que produz frustração e ansiedade.

A ansiedade induz ao desespero, e a perda do discernimento trabalha em favor dos transtornos de conduta que se podem agravar.

Raramente, nessa conjuntura, o ego desperta para perceber-se equivocado e induzir a volta para casa.

No conceito de que o ego é o centro da consciência, devem ser trabalhadas todas as suas manifestações, de modo a valorizar os bens de que dispõe, não os desperdiçando com as meretrizes nem os companheiros de orgia, esses elfos que permanecem como realidades arquetípicas no inconsciente, conduzindo-o na repetição das experiências malogradas.

Há um país longínquo a ser conquistado pelo ego, simbolizado pela conduta correta, pela consciência liberada dos conflitos.

A existência corporal é sempre um mecanismo de distrações da consciência profunda do si-mesmo, que, embora superficial, exerce uma predominância na escolha dos comportamentos humanos.

Caso alguém se coloque na posição do irmão mais velho da parábola, valerá o esforço de considerar que o outro, seu irmão, não foi feliz na tentativa de ir para o país longínquo, mas teve a coragem de voltar a casa, embora maltrapilho, esfaimado e arrependido.

A pulsão da fome é forte em todos os seres viventes, porque nela se encontram os recursos para a permanência, a continuidade da vida, o equilíbrio da saúde...

A sombra daquele que ficou aturde-o, torna-o irascível, em mecanismo de preservação da própria sobrevivência que situa nas posses que o pai lhe legou desde antes da morte, permanecendo, porém, morto psicologicamente para muitos valores mesmo durante a vilegiatura do progenitor.

Naquele momento, quando o irmão volta, a sua morte não lhe permite a lucidez para compreender que também ele tem estado em um país longínquo, onde residem a indiferença, a ambição, a cupidez e o egoísmo.

As mudanças arquetípicas do ego dão-se nas fases da infancia para a juventude, dessa para a idade adulta, e daí para a senectude, quando o Self, amadurecido, deve comandar o conjunto eletrônico delicado que é o ser humano.

Isso, porém, somente acontece quando os indivíduos estão cispostos a despertar para a sua realidade, superando a sombra ao invés de cultivá-la.

Não serão essas fases, cada período, também um país psicológico longínquo do outro, que deve ser conquistado a esforço acidade da vontade?

A vontade é um impulso que nasce da razão e se transforma em força que deve ser direcionada de maneira adequada para resultados relevantes de dignidade e de crescimento intelectomoral no processamento dos valores da existência terrestre.

Será, portanto, a vontade bem dirigida que impulsionará o ego a vencer cada fase, deixando-a à margem após transpô-la, a fim de que não venha a ressumar noutro período.

Por falta de esforço encontram-se indivíduos adultos vivenciando o período arquetípico da infância, ou na idade avançada ainda com as aspirações de adulto, quando o organismo já não dispõe das forças naturais para esse tipo de comportamento.

Sendo o processo de vida um fenômeno entrópico, ele se desenvolve graças ao desgaste da energia, e por isso mesmo, cada período estará nutrido pelas forças hábeis e correspondentes à sua fase.

Mantendo-se o ego em harmonia com o Self, equilibrase o eixo que os liga, e a sombra cede espaço ao discernimento, liberando toda a energia para o processo de individuação que deve constituir a grande meta.

Há quem pense que a fuga do Filho Pródigo tem um significado arquetípico, no que diz respeito ao estoicismo, à coragem de buscar-se, de realizar o encontro, de descobrir-se interiormente, de lograr a conquista do Self.

Anuímos, de alguma forma, com a tese, lamentando somente o processo da ingratidão, da perda do sentido existencial no abandono ao Pai, naturalmente rompendo o cordão umbilical, num momento em que ainda não dispunha da maturidade para os autoenfrentamentos, redundando a tentativa no retorno à casa de segurança, à proteção do genitor.

A conquista do si-mesmo há de ser realizada em atitude interior para superar os impositivos da sombra egoísta e perversa, que seduz e ilude, dando imagens equivocadas da realidade e negando a possibilidade da libertação.

Na proposta de progressão junguiana, torna-se necessário o bom encaminhamento da energia da libido, canalizando-a em favor da melhor compreensão da existência humana e da sua aplicação na conquista dos recursos que a edificam.

Quando, por alguma razão, ela é interrompida, dá-se um choque, qual seja a perda dos interesses libertadores, passando a uma fase de regressão e perdendo-se no inconsciente, desenvolvendo complexos e conflitos perturbadores.

Nesse sentido, a psicoterapia em geral e a espírita em particular, em libertando o indivíduo das amarras do erro e dos enganos, estimula-o à autossuperação das deficiências graças ao empenho da vontade e à contribuição da libido, ora direcionada para fins nobilitantes, sem tormentos nem ansiedades de sublimação, mas simplesmente aplicando de maneira saudável.

Assim agindo, encontra-se o caminho de ida segura ou de volta razoável ao país longínquo, que pode estar no inconsciente como a meta existencial a conquistar.


Voltar para casa

A volta para casa é uma viagem rica de alegria, de formosas expectativas, de lembranças queridas, das raízes, de segurança do conhecido ante o bravio mundo desconhecido.

O Pai misericordioso é apoio e amparo, mesmo na parábola, em momento algum ele recalcitra, seja no instante quando o filho deseja aventurar-se na loucura, iludindo-se com a possibilidade do autoencontro adiante, ou no da volta, sem nenhuma reprimenda.

Em casa, no conhecido lugar de desenvolvimento dos valores profundos do ego e da afirmação do Self, existe alegria em razão da simplicidade, dos recursos que propiciam a saúde e o bem-estar, mas também pode asfixiar ou afligir, por falta de liberdade total em que se possa expressar.

Não se pode ser livre in totum, em razão dos limites impostos pelas leis e mesmo pelo organismo que, de alguma forma, é um ergástulo necessário para a evolução.

Esse Pai, no entanto, deseja a felicidade do filho, ele pode estar configurado no superconsciente, em expectativa agradável de que tudo será resolvido, e para que isso ocorra, compreende as desilusões e as experiências malogradas que aquele viveu, não lhe aumentando a carga de culpa nem de remorso, antes liberando-o, para que se possa estabelecer definitivamente na confiança e na renovação.

O filho, não sendo censurado, não sente vergonha, não experimenta constrangimento, Mas aquele Pai misericordioso também não reclama da conduta do outro filho ciumento, em difícil trânsito da adolescência para a vetustez da maturidade, porque a dor que experimenta já é uma forma de punição em referência à sua conduta.

Esforça-se por diluir-lhe a mágoa, justificando que tudo que tem é dele, que ele tem estado ao seu lado, portanto, desfrutando de segurança e de alegria.

Merece consideração o detalhe da oferta de um anel que o pai faz ao transviado, esse elo de vinculação profunda, a fim de restabelecer a ligação que fora interrompida pelo ego inquieto, doentio.


O anel será sempre um símbolo de bem-

— estar, auxiliando na cura dos tormentos que se demoram no seu mundo interior.

As sandálias, que também lhe manda pôr aos pés, são de relevante significado, porque revelam prestígio social.

Os descalçados são a representação da penúria e do desprezo, psicologicamente aqueles que não têm apoio para a marcha, que se acreditam destituídos de recursos emocionais para os enfrentamentos, já fracassados, porque perderam os chinelos de proteção aos pés andarilhos, agora impedidos de avanço, porque abertos em feridas, vitimados pelos espículos e pedrouços do caminho.

Esses impedimentos são as atrações perturbadoras, os prazeres insanos, os gozos intoxicantes...

Por fim, chegando a casa, o filho recebe um manto que o iguala ao pai e ao irmão, ele que desejara ser recebido como um pária, um servo, um suspeito de confiança, torna-se, dessa maneira, um igual, alguém querido que merece respeito.

O Pai misericordioso abre-se ao Self do filho e agasalha-o no manto de púrpura que ele próprio veste, assim como o possuem o outro filho e os seus convidados de destaque.

Em casa, não há lugar para a inferioridade do retornado, porquanto o amor a todos iguala, dando-lhes oportunidade de crescimento e de iluminação.

As criaturas tendem a manter posturas de tristezas, melancolias prolongadas, conflitos em torno do existir.

Mesmo quando tudo convida à reflexão da alegria, desde um botão singelo de rosa que desabrocha aos beijos cálidos do Sol à magnitude gloriosa do nascer do dia.

A sombra densa dos atavismos reencarnacionistas nelas permanece perturbadora, patológica, anulando a alegria natural da experiência de viver e de crescer, sendo cultivada em forma de transtorno masoquista e afligente.

Deus é o mais extraordinário exemplo dé alegria, conforme Jesus sempre O decantou.

E o Pai dos felizes e dos angustiados, a todos oferecendo a incomparável oportunidade de reencontrar-se na estrada evolutiva, de recomeçar quando equivocado e de prosseguir enriquecido quando eficiente e produtivo.

A própria mensagem do Carpinteiro galileu é um hino de júbilo, porque Ele não possuía sombra, era todo numem, convidando à satisfação do desenvolvimento psicológico e social, de forma que todos pudessem desfrutar de felicidade, conforme a preconizava e vivia.

A Sua mensagem é libertadora, produzindo bem-estar e autorrealização, conferindo valores existenciais que permaneciam adormecidos.

A fuga para a tristeza produz infelicidade, porque as densas trevas do desinteresse pelo desenvolvimento do Sef tornam o ego mais castrador e impeditivo de experimentar solidariedade e harmonia.

Enquanto vicejem os conflitos defluentes da melancolia, da insatisfação, da queixa, pode-se fugir para a autoanulação, para a morbidez existencial.

Na parábola, as vestes oferecidas ao Filho pródigo denotam renovação e rejuvenescimento, recomeço e beleza.

A sombra cede, imediatamente, lugar ao entendimento, favorecendo o sentimento de igualdade em relação às demais pessoas, sem a presença de qualquer conflito perturbador.

Os andrajosos físicos também, quase sempre se encontram descuidados psicologicamente, atirados ao fosso do descaso, da indiferença, desejando não ser notados, excluídos que se fazem por conta própria do meio social.

Morrendo, desejam desaparecer, não deixar vestígio.

O Pai misericordioso sabia que o seu filho necessitava de roupas novas, de identificação pessoal com as demais pessoas.

Não era um réprobo de retorno, um fugitivo que estava sendo recebido, mas o filho que fora na busca de si mesmo e não conseguira o êxito.

Tornava-se necessário que estivesse com a veste própria para a festa que logo mais se faria em sua homenagem, de maneira que se não sentisse inferiorizado.

A festa é sempre a maneira de celebrar-se o retorno dos triunfantes, mas, naquele caso todos celebrariam o valor do pai, a segurança do lar, a vitória do bom senso e da realidade distante da ilusão.

O amor é luz que se espraia em todos os sentidos, a tudo envolvendo na mesma claridade, sem excesso no epicentro nem diminuição a distância.

Os dois filhos, para o pai, eram as estrelas da velhice, assim como as aspirações de nobreza que todos devem possuir e manter em desenvolvimento contínuo rumando para o logro da individuação.

O Filho pródigo não apenas foi recebido, mas também abraçado pelo Pai.

Há muitas maneiras de receber-se quem chega de viagem.

Naquele caso, somente havia júbilo, porque há mais alegria quando se encontra a ovelha perdida, conforme acentuou Jesus.

Nas lutas de sublimação dos valores egóicos, que se devem transformar em claridades no imo do ser, há um abraço paternal da saúde real em relação aos múltiplos distúrbios da jornada evolutiva.

Esse abraço espande-se, albergando, também, o outro filho, o insatisfeito, que pode ser também o eu demônio da fissão da psique.

Trabalhar pela fusão desses antagônicos eus constitui o desafio psicológico da busca do estado numinoso, no qual não há espaço para sombra alguma, suspeita injustificável, aceitação de tormento ou de conflito.

O processo da volta para casa após a jornada pelo país longínquo é feita de experiências libertadoras, de crescimento e amadurecimento emocional, de superação dos tormentos infantis que permanecem dominadores na personalidade, de identificação com a realidade desafiadora que deve ser vivida com entusiasmo.

O filho é uma experiência juvenil, pois que avança para tornar-se pai, no processo natural da perpetuação da espécie.

A longa experiência da filiação irá oferecer-lhe madureza para a paternidade responsável, sem os descaminhos das emoções exacerbadas.

No inconsciente individual, quando alguém se recusa ao autoconhecimento, provavelmente está negando-se à futura paternidade/maternidade, que a vida impõe, seja sob o aspecto biológico ou afetivo.

Não apenas é genitor aquele que reproduz, mas também quem ensina, quem educa, quem se responsabiliza e guia, numa pater-maternidade espiritual de longo significado, que muitas vezes se torna mais representativa do que a biológica.

Essa última é automática, impositivo da união sexual, enquanto a outra é optativa, espontânea, idealista, libertadora.

Quem se isola na tristeza, negando-se a claridade da alegria e a música do júbilo, encarcera-se na soledade, sem reproduzir-se em afeto ou em dedicação, podendo ser considerado, conforme a parábola da figueira que secou, muito simbólica, em relação às vidas ressequidas, não produtivas, que se tornam inúteis, muitas vezes pesando na economia da sociedade, sem esforço para tornar-se contribuinte, optando por dependência, a doentia dependência infantil.

Cada período existencial apresenta-se como ensejo de alcançar-se a próxima etapa, mais amadurecido, mais lúcido.

É o que anela o Pai amoroso da parábola.

Aqueles filhos seriam pais um dia e era necessário que compreendessem, desde cedo, que o afeto não tem limite, seja qual for a circunstância que se apresente.

Quando exige, toda vez que se impõe, torna-se capricho emocional ao invés de alimento da vida.

Esse crescimento na direção da paternidade/maternidade independe de cultura, de posição social, de recursos financeiros, por tratar-se de amadurecimento interior, de reflexões profundas que se derivam das experiências existenciais nas mais diferentes expressões da reencarnação.

A culpa do filho pródigo cedeu lugar à confiança do amor do pai, de tal forma que não teve pejo em desculpar-se, em expor-se, em apresentar-se desnutrido, descalçado, malvestido, em situação deplorável, porém, vivo e confiante.

Não ouviu do Pai generoso as expressões usuais do perdão, ao lado da repreensão, do acolhimento, mas também da queixa pelo tempo que foi malbaratado, ao lado da fortuna que foi desperdiçada.

Encontrou abrigo e compreensão, oportunidade renovadora, como se nem sequer houvesse ido ao país longínquo, porque jamais se afastara do seu coração bondoso.

Esse é o mais elevado troféu do sentimento de paternidade, de dever humano e social, de construção da vida em todas as suas expressões.

Quando se deseja paz mediante lutas, alegria entre vexames e queixas, somente brumas e sombras surgem empanando o Sol da vida.

A volta para casa é inevitável, porque todos retornarão ao país longínquo-próximo da Espiritualidade de onde se veio para a experiência de crescimento e de desenvolvimento do deus interno.

Transgrida-se ou não o compromisso de respeitar os tesouros de que se dispõe, a volta é inevitável, porque essa é a finalidade existencial do processo imortalista.

O ser humano é construído para a plenitude do Self, após as inevitáveis experiências de ida e de volta para casa.


Amar para ser feliz

A Parábola do Filho pródigo faz parte da trilogia narrada por Jesus, em resposta ao farisaísmo hipócrita e perseguidor.

Era-Lhe hábito conviver com os pecadores e os publicanos, que se sentiam atraídos pelos Seus ensinamentos libertadores.

* Os doentes do corpo buscavam a cura que lhes restaurasse a saúde.

Os seus enganos eram tidos como graves compromissos pela intolerância religiosa e social da sociedade castradora e perversa.

A sombra coletiva pairava sobre Israel e os seus servidores mais credenciados, os fariseus, os levitas, os escribas, os sacerdotes viviam da aparência enganosa.

Mantinham a preocupação de atender aos 613 preceitos que diziam respeito ao corpo e à sociedade, embora interiormente se encontrassem deteriorados pela morte do sentimento e pela presunção de coisa nenhuma.

Os seus conflitos eram mascarados porque lhes importavam os falsos prestígios e distinções, os comentários bajulatórios e a extravagância da aparência, quanto possível impecável, embora apodrecendo de inveja, de insatisfação, enfermos em espírito com mais dificuldade para a recuperação.

Nas parábolas psicoterapêuticas narradas por Jesus, percebe-se que os Seus inimigos não censuravam a conduta daqueles que foram excluídos da vida social, por serem pecadores e cobradores de impostos sempre detestados, mas a do Mestre em conviver com eles.

Olvidavam-se que era natural que o Homem integral, Aquele que não tinha sombra nem qualquer tipo de conflito acercasse-se dos impuros, a fim de os recuperar, de os integrar na vida.

Haviam-se esquecido, por conveniência e pela perversidade em que se compraziam, da grandeza do amor, da poderosa proposta libertadora de que se reveste, do significado profundo de que é portador.

Por isso, pode-se considerar que as três parábolas dos perdidos, a do homem que deixa o rebanho para buscar a ovelha que se perdeu, a da mulher que perdeu uma dracma e a do Filho pródigo, que se perdeu, podem ser consideradas como as do encontro e do autoencontro.

Sob outro aspecto, pode-se denominá-las como as mensagens de júbilos e de misericórdias, porque todos, ao encontrarem o que haviam perdido, ao autoencontrar-se exultavam, convidando todos, servos e amigos, para que se banqueteassem, para que sorrissem, para que se rejubilassem com os resultados felizes.

A saúde é jovial e enriquecedora de alegria, promovendo a tranquilidade e ampliando a capacidade de amar.

O pai misericordioso em todos os momentos da narrativa profunda ama, tanto àquele que foge em busca da autorrealização e fracassa, quanto ao outro que fica ao lado, vivendo emocionalmente distante do carinho e do sentimento de ternura para com o genitor.

Em momento algum demonstra afeto, porque está morto na sua conduta formal, pusilânime, que aparenta fidelidade, mas é apenas interesseiro, porquanto não se refere àquele que retorna humilhado e destroçado interiormente, como seu irmão.

Usa de uma expressão dura para com o pai e ferinte para com o sofrido, dizendo: - Esse teu filho aí...

Havia um proposital desprezo, um ciúme doentio e um indescritível sentimento de vingança.

O irmão era visto agora como competidor, que estava reabilitado, que voltava a ter direito aos haveres do pai, que iria disputar com ele a herança...

O pai, no entanto, redargui com paciência amorosa, sem lhe censurar a conduta e o ressentimento: - Filho (menino), tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu.

O Self do pai sabia a razão do despeito do ego do filho mais velho e procurou tranquilizá-lo, sem o conseguir de imediato.

Então aduziu: — Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois esse teu irmão estava morto e tornou a viver; ele estava perdido e foi encontrado!

Somente um sentimento de amor profundo e desinteressado poderia concluir de tal maneira, na análise do comportamento do filho que retornou, ao mesmo tempo, demonstrando o significado da alegria.

O amor do pai é automático em expressar-se, em oferecerse em júbilo.

Ao ver o filho de longe correu e encheu-se de compaixão, lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos.

Esse beijo na face é incontestável sinal de perdão e de compaixão, de renascimento e de vida.

Não deu tempo ao filho ingrato de justificar-se, demonstrando-lhe que estava novamente no seu lar.

Somente então o desertor confessou que pecou contra ele e contra o céu, não sendo mais digno de ser considerado filho.

Esperava ser tratado como empregado, porque a culpa estava nele insculpida, em face da deserção, do desinteresse pelo pai idoso, quando mais necessitava de apoio e de segurança.

* O amor é, sem dúvida, a terapia eficiente para os males que afligem os indivíduos em particular e a sociedade em geral, porque desperta a reciprocidade, arrancando do esconderijo do egoísmo esse sentimento que é inato, mas necessita de estímulo, de ser despertado, de ser trabalhado, de ser aceito.

O filho mais velho ficara com os sentimentos ressequidos, entregando-se ao trabalho rotineiro e não compensador de amealhar, não para o pai, na expectativa da herança, portanto, para ele mesmo.

Por consequência, não sentia a manifestação do amor de maneira alguma, o que o tornava doente emocionalmente, mesquinho e distante.

Negando-se a entrar em casa e rejubilar-se, mantinha-se preso ao instinto de conservação dos sentimentos doentios, não dando oportunidade ao Self de desenvolver-se, mantendo-se distante e cerrado.

É necessário entrar-se na casa dos sentimentos e renoválos com a alegria, com a satisfação pela felicidade dos demais.

É comum chorar-se com quem chora, poucas vezes, porém, sorrir-se com os júbilos dos outros, porque a inveja, filha dileta do egoísmo, não se permite compreender a vitória, a real alegria do outro...

Provavelmente, na sua solidão, o filho mais velho ambicionasse adquirir independência após a morte do pai, atrair amigos e afetos, pensando que somente o poder e o ter conseguem companhia e participação nos júbilos.

Interiormente, prosseguiria ressequido, desejando ser amado, levado em consideração, desfrutando o destaque, superando o complexo de inferioridade em que se debatia por depender do pai sem o amar...

Não se encontra a felicidade fora do amor, que é o elã sublime de ligação entre todas as forças vivas da Natureza, é o alimento das almas, fortalecimento da psique, é vida e força espiritual.

Enquanto não viger o amor natural, o ser humano rumará perdido num país longínquo, gastando haveres que transitam de mãos e sempre deixam solitário aquele que deseja a multidão de presenças exteriores, igualmente vazias de companheirismo.

Quem almeja o encontro, mesmo que inconsciente do Self, deve perceber que somente através de um mergulho interior, na reflexão silenciosa, é possível descobrir e dominar os tesouros adormecidos, trazendo-os para a ponte que facilitará a comunicação entre os dois eus, realizando a identificação do ego com os valores legítimos da vida.

As heranças ancestrais de precaver-se para sobreviver, de agredir antes de ser atacado, de manter-se na retaguarda são todas deploráveis experiências que perturbam a saúde emocional e psíquica dos indivíduos.

Abrindo-se ao amor, cada um descobre que qualquer tipo de fuga é perturbador, enquanto que todo avanço na direção do serviço fraternal, da solidariedade, do amor constitui próximo encontro com a saúde.

Por outro lado, o estado de semianiquilamento físico e moral do filho mais moço demonstra que toda fantasia em torno da vida constitui perigo, e a entrega ao prazer desmedido se transforma em frustração, em desgaste e culpa.

A autoconsciência é o elemento que deve ser buscado sempre e de forma lúcida, a fim de poder eleger-se o que se deve fazer e se pode realizar em detrimento daquilo que se pode, mas não se deve, ou se deve, mas não se pode executar.

Aquele filho mais velho possuía a religião formal, aquela aparência social, mas ainda não encontrara o sentido existencial, o significado do amor em toda a sua plenitude e na mais variada expressão.

Na censura que faz, esse filho mais velho esquece-se da justiça, pensando em ser justo, pelo menos para com ele mesmo, porque acredita ser o único merecedor de todas as homenagens.

Assim procedem todos os egoístas.

Olvida-se que os haveres são do pai, e que, mesmo idoso, enquanto viva, tem o direito de reparti-los, de utilizá-los conforme lhe aprouver, pois que foram os seus braços que deram início ao patrimônio, foram a sua administração e a constância no trabalho que mantiveram os recursos agora disputados tenazmente pelo infiel que se dizia fiel...

A sociedade ainda vive de maneira farisaica, sempre censurando os pecadores e os cobradores de impostos, requerendo cada membro mais atenção e cuidado, no inconsciente com inveja dos prazeres que esses experimentam e eles não se encorajavam a vivenciar, em face dos preconceitos vigentes...

Não seja de estranhar que alguém seja censurado por uma atitude, veementemente combatido porque quebrou algum tabu social, não porque se permitiu a leviandade, mas porque o seu censor gostaria de estar no seu lugar e não tem as forças para fazê-lo, vindo, no entanto, mais tarde, a viver de maneira equivalente, demonstrando o conflito em que vivia, a exulceração oculta superficialmente, mas igualmente pútrida.

Provavelmente, esse filho mais velho via o pai como um fornecedor dos haveres de que desfrutaria no futuro, não como o pai generoso e amigo que também participa da vida, das suas alegrias, das suas tristezas, embora traga o coração angustiado pela saudade do filho perdido...


O amor abarca o mundo, e por mais se divida, jamais diminui de intensidade, conseguindo multiplicar-se e ampliar-

— se ao infinito.

Somente no amor está a felicidade, porque nele se haure vida e vida em abundância, facultando o encontro com a consciência de si, o autoencontro com o Self.




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Lucas 15:31

E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas;

lc 15:31
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Lucas 15:32

Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se.

lc 15:32
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