Desperte e Seja Feliz

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CAPÍTULO 27

ORAÇÕES SOLICITADAS

Remanescendo do atavismo das preces pagas, generaliza-se o hábito das orações encomendadas.

Graças à comodidade de transferir os deveres para o próximo e remunerá-lo, no mundo social, muitos religiosos aplicaram o mesmo método para as atividades da fé.

Estabeleceram cultos e cerimônias, sacramentos e rituais, com objetivos salvacionistas que podem ser alcançados mediante pagamento monetário, assim eximindo o fiel do saudável esforço moral e espiritual de sintonizar com as forças geradoras da vida.

Tal conduta, reprochável sob todos os aspectos considerada, gera o profissionalismo religioso e a indiferença pessoal aos conteúdos doutrinários, devendo ser eliminada dos comportamentos que assumem todos aqueles que se deixam tocar pelos postulados da Doutrina Espírita.

Escusam-se, alguns desses indivíduos que encomendam orações a benefício pessoal, que a sua atitude se justifica, por encontrarem-se aturdidos, sem a necessária lucidez, incapazes de concentrarem-se, padecendo inúmeros tormentos íntimos...

Não obstante esses fenômenos psicológicos serem impeditivos à oração enriquecida de unção e bem sintonizada, a função da prece é produzir a harmonia, a claridade mental, a fixação das ideias felizes...

Transferindo para outrem o salutar recurso, embora recebam as vibrações que decorrem da intercessão, a assimilação da energia saudável faz-se muito difícil pela falta de permeabilidade psíquica, em razão do desalinho íntimo, que reage contra a mesma, bloqueando-lhe a captação ou elimi-nando-a por preponderância da irradiação de dentro para fora das ondas de pessimismo, de perturbação, de negatividade...

Assim, quem ora eleva-se a Deus e penetra-se de bênçãos, qual ocorre àquele que colhe flores perfumadas...

Indispensável disciplinar a mente, quando as circunstâncias são adversas, a fim de encontrar os requisitos favoráveis à sintonia com o Bem, logrando a comunhão pela prece.

Transferir a oportunidade, para que outrem a frua, é negar-se à conquista do equilíbrio emocional e da plenitude espiritual.

A transferência das orações por encomenda, para outros as realizarem, conspira em detrimento da responsabilidade e dos deveres que cumpre a todos realizar, a benefício próprio.

Orar é banhar-se de claridade, colocando-se em sintonia com as chuvas de energias restauradoras.

Quem ora enternece-se e vitaliza.

Jesus recomendou que orássemos uns pelos outros, num convite à solidariedade fraternal, a fim de que nos ajudemos através das ondas mentais da comunhão com Deus.

Isso, porém, não cria a classe dos intercessores que induzem os necessitados à desistência do esforço pessoal.

Quando a dor se apresenta sob qualquer forma, a oração é o veículo mais eficaz para suportá-la e superá-la.

Ademais, ela cria um campo de paz, no qual a alma se fortalece e se inspira, melhor identificando os recursos próprios para fomentar a alegria e o bem-estar.

Igualmente, quando o sucesso e os resultados felizes se apresentam, a oração de louvor, como de gratidão exterioriza o júbilo e prolonga a sensação de felicidade, por manter intercâmbio de energias, entre aquele que se expande em emoção superior e o Dínamo Irradiador de forças plenificadoras.

Não te escuses de interceder pelo teu próximo através da oração. Todavia, não estimules as encomendas de preces; por essa medida, os demais se sentem desobrigados de fazê-lo.

Ora, desse modo, ajudando àquele que sofre; no entanto, encoraja-o a sair do emaranhado de problemas psíquicos, e orando, ele próprio restaurar-se-á.

Quando orares por alguém, envolve-o em ternura e envia-lhe pensamentos de bem-estar, participando emocionalmente da vibração que lhe destines.

Evita a repetição de palavras sem participação pessoal, a expressão maquinal, sem a onda do amor que ajuda.

Ao orares, abre-te a Deus e doa-te de coração e de alma.

Sentirás as dúlcidas respostas impregnando-te de forças-luz que vitalizarão por largo período.

Jesus ensinou-nos pelo exemplo como se deve orar e por que se deve fazê-lo.

Sempre esteve buscando o Pai mediante a oração, que não transferiu para ninguém.

No Tabor ou no Getsêmani, a Sua oraçãoentrega foi total, transfigurando-se no primeiro monte e fortalecendo-se, no segundo, para o holocausto.

Ante as encomendas de preces, orienta os desavisados e convoca-os ao exercício de auto iluminação, porém intercede por eles, sem que esse ato se torne rotina que te impeça de sintonizar com Deus e ser feliz.

É inevitável o processo da evolução.

Mergulhado no rio do progresso, o Espírito conquista, braçada a braçada, as distâncias que o separam do porto da perfeição relativa que lhe está reservado.

A esforço, conquista recursos externos e conquista-se, lapidando arestas, depurando-se de mazelas, aprimorando-se intimamente.

Contempla os altiplanos e deslumbra-se ante a possibilidade de alcançá-los, não medindo os esforços que investe para consegui-los.

Os limites e as dificuldades iniciais são transformados em experiências úteis para futuros empreendimentos mais significativos.

Ao descobrir a finalidade da vida ser feliz sem restrição — o ser emerge da pequenez na qual se encontra e vence todos os obstáculos, qual plântula tenra que rompe a casca da semente onde se enclausura, e ruma na direção do sol que a vitaliza.

Esse tropismo Divino alça-o ao objetivo e fortalece-o nas diferentes etapas do crescimento, até o momento da plenificação anelada.

Não importam quais sejam os mecanismos da evolução.

O essencial é consegui-la.




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