Vida: Desafios e Soluções

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CAPÍTULO 11

VIDA: DESAFIOS E SOLUÇÕES

Á vida física é uma experiência iluminativa que enfrenta inumeráveis desafios, no seu processo de crescimento, exigindo esforços bem-direcionados, a fim de os solucionar.

O ser humano, graças ao seu instinto gregário, está fadado à construção do grupo social, no qual se realiza, recebendo auxílio e oferecendo recursos que são somados aos contributos do passado, de forma que a existência se torne mais agradável e enriquecedora.

No entanto, em razão dos seus atavismos e vinculações às atitudes agressivas, padece as injunções constritoras que o asfixiam em conflitos, atormentando-o continuamente.

Ao liberar-se, não raro, de uma dificuldade defronta outra, porque é impelido à ascensão e toda ascese exige sacrifício, renúncia e dedicação.

Para onde se volta depara convites ao crescimento, ao mesmo tempo testemunhos que o assustam.

Se amadurecido, considera cada vitória uma oportunidade de evolução, que o colocará diante de novos desafios, qual ocorre com os fenômenos da própria existência, que faculta visões diferentes da realidade de acordo com os períodos que são vividos.

Em cada etapa há uma escala de valores que têm um grande significado.

Logo depois de ultrapassada, surgem novos, que passam a interessar e a exigir esforços do indivíduo.

Se, todavia, não desenvolveu a escala de autodescobrimento, de maturidade, mergulha nos complexos dramas do desequilíbrio, perdendo-se no emaranhado das paixões e dos tormentos que o alienam.

Viver é construir-se interiormente, superando cada patamar da evolução mediante o burilamento de si mesmo.

Não é uma tarefa simples, porque tem muito a ver com a realidade moral e espiritual da criatura, que é chamada a um incessante trabalho de autovalorização, de aperfeiçoamento íntimo, com superação das dependências que a amesquinham.

Convidada às conquistas exteriores, multiplicam-se-Ihe os estados perturbadores na área da emoção: estados fóbicos, complexos de inferioridade ou de superioridade, narcisismo, egolatria, ressentimentos, inquietações quanto ao futuro, carência afetiva, transtornos neuróticos e psicóticos em variada gama, que não sabe como administrar, em razão da falta de hábito de adentrar-se interiormente, a fim de saber exatamente o que deseja da atual existência.

Acomodada, por hábitos ancestrais, receia autodescobrir-se, justificando não saber como enfrentar-se, já que durante todo o tempo esteve fugindo da sua realidade.

Nesse estágio, a viagem interior para solucionar os desafios fazse inadiável, sem reserva, sem retórica.


O Cérebro Intelectual E O cérebro Emocional

Durante os últimos oitenta anos, aproximadamente, a Psicologia esteve aprisionada no conceito do cérebro intelectual, que se exteriorizava através dos QIs, cuja escala de valores estabelecia os créditos dos que deveriam triunfar na existência física.

Todos aqueles que fossem bem-dotados intelectualmente, de certo modo, eram tidos como futuros triunfadores, passando a uma atitude quase arrogante em relação às demais pessoas, como se não necessitassem de mais nada para conseguirem a vida feliz que todos anelam.

Valorizando-se os resultados dos testes de Binet e Simon, graças à sua escala métrica da inteligência, não se levava em conta as emoções do indivíduo, que poderia ser comparado a um robô com capacidade de enfrentar os problemas e solucioná-los com frieza, equipado que se encontrava pela inteligência para os mais graves cometimentos existenciais.

A verdadeira ditadura dos elevados QIs selecionava os tipos eleitos pela natureza, abrindose-lhes as portas para o triunfo, criando, desse modo, uma casta privilegiada, que deveria conduzir as mentes humanas e a sociedade em geral.

Os resultados, porém, na prática, não corresponderam às expectativas dos seus formuladores.

Naturalmente, o indivíduo bem-dotado de inteligência encontra mais facilidade para solucionar os desafios das situações mais graves.

Todavia, há outros fatores de muita importância que devem ser levados em conta e que dizem respeito ao cérebro emocional, porquanto o ser humano é, antes de tudo, um feixe de emoções, que o dirigem, condicionam, elaboram programas para a sua estrutura psicológica, contribuem para a sua autorrealização.

Foi possível observar-se, com o passar do tempo, que homens e mulheres superdotados não lograram o êxito desejado por falta de vontade para a luta, por acomodação ou eleição de outros valores-prazeres que os dificultaram na conquista do bem-estar.

Simultaneamente, outros com menor capacidade intelectual, variando entre 90 a 100, conseguiram realizar e realizar-se, em face da tenacidade e esforço moral para alcançar os patamares, que se prometeram e não pararam de lutar sem os atingir.

Muitas vezes têm sido encontrados aqueles que alcançaram o expressivo QI de 160 e, não obstante, são dirigidos por outros que não passaram de 100...

As habilidades relacionais e emocionais são fundamentais para o êxito do ser humano e não apenas as resultantes da sua inteligência.

Defronta-se, então, no momento, uma nova proposta, que diz respeito ao desenvolvimento da inteligência interpessoal, que se responsabiliza pelo relacionamento social, pela observação e acompanhamento das ocorrências, pela capacidade de poder discernir, respondendo de forma consciente aos variados estados espirituais, aos diferentes temperamentos com os quais se deve lidar, aos cuidados que devem ser direcionados no trato com as demais pessoas, que extrapolam à robotização intelectual.

Em razão disso, é necessário harmonizar emoção e pensamento, de forma que se ajudem mutuamente, a emoção dando calor à razão que, por sua vez, oferecerá entendimento ao coração, evitando sempre a permanência em uma única vertente da realidade que constitui o ser humano.

As emoções, naturalmente, quando maldirecionadas perturbam o pensamento, dificultando a concentração e trabalhando em sentido diferente do intelecto.

Da mesma forma, a inteligência fria e lógica cria obstáculos à doação afetiva, à concentração emocional, tornando o indivíduo destituído de amor e de sensibilidade.

Ele pode expressar toda a beleza, descrever toda a harmonia, narrar toda a grandeza da vida, sem nada sentir, fazendo-o apenas de forma intelectual, sem vida.

Quando há predominância da emoção, as atitudes são embaraçosas, e a pessoa simplesmente não consegue pensar corretamente, discernir entre o certo e o errado, criando dificuldades de comportamento.

A neurociência denomina o fenômeno como decorrente da memória funcional, que se localiza no córtex pré-frontal.

E necessário, portanto, que, no festival da vida, as emoções convivam bem com a racionalidade, a fim de que sentimento e pensamento deem-se mutuamente contribuição, para o cometimento dos resultados felizes nas decisões e condutas humanas.

A criatura, concluímos, é possuidora de dois cérebros: o emocional e o racional, que poderíamos denominar como dois tipos de inteligência ou, mesmo, dois tipos de mentes.

O desenvolvimento de ambos os fatores responde pelos sucessos ou pelos prejuízos que afetam as criaturas humanas.


Meditação E Visualização

Para um bom desempenho existencial, um adequado processo de evolução, torna-se indispensável uma análise profunda do Si, a fim de enfrentar a vida com os seus desafios e encontrar as convenientes soluções.

Entre os muitos métodos existentes, somos do parecer que a meditação, destituída de compromissos religiosos ou vínculos sectaristas - mais como terapia que outra qualquer condição oferece os melhores recursos para a incursão profunda.

Diferentes Escolas apresentam métodos diferenciados, cada qual mais exigente nos detalhes, como certas da excelência dos seus resultados, que merecem nosso respeito, mas não o nosso acatamento para o fim a que nos propomos neste contexto de pensamento e de identificação.

Assim, importantes não serão a postura, as palavras mântricas, as melodias condicionadoras, mas os meios que sejam mais compatíveis com cada candidato e suas resistências psicológicas.

E sempre ideal que se tenha em mente a boa respiração, como forma de eliminar o gás carbônico retido nos pulmões por deficiência respiratória, e, lentamente, a eleição de uma postura que não se faça pesada, cansativa, constritora.

Logo depois, seja selecionado o em que meditar e como fazê-lo.

Como a nossa proposição não se refere às técnicas da meditação transcendental ou outras determinadas, muito conhecidas no Esoterismo, na Yoga, etc, sugerimos que o indivíduo procure relaxar-se ao máximo, iniciando pela concentração em determinadas partes do corpo, a saber: no couro cabeludo, na testa, nos olhos - cerrados ou não, como for melhor para cada um - na face e descendo até os dedos dos pés.

A repetição do exercício criará um novo condicionamento mental, induzindo o pensamento a permanecer firme nas metas que lhe são apresentadas, e raciocinando, que é a sua principal peculiaridade.

No início não seria conveniente ouvir música, a fim de evitar criar dependência desse gênero.

Mais tarde, quando já aclimatado à experiência, a música poderá exercer uma função igualmente terapêutica, contribuindo para o relaxamento.

Deve-se ter em mente o tempo disponível.

De início, o esforço deve ser breve e, vagarosamente, ampliado até o suportável com bem-estar e sem preocupação, atingindo-se depois o limite desejável de trinta ou sessenta minutos, conforme as possibilidades individuais.

Não há regras rígidas estabelecidas, antes propostas que facultem a educação da mente e criem o hábito da interiorização, em face do contubérnio em que se vive, distante de todo processo que induz ao silêncio mental, ao equilíbrio das emoções, à harmonia do pensamento.

A mente é um corcel rebelde, que necessita ser domada pelo exercício de direcionamento a valores que elevem e dignifiquem o ser.

A polivalência de preocupações, de apelos, de necessidades deixa-a sempre agitada ou esgotada, incapaz de novas contribuições, quando são solicitadas colaborações inabituais, gerando dificuldade de concentração e de captação de ideias diferentes.

Criada a atmosfera de relaxamento sem dificuldade, com a respiração pausada, em tempos específicos de inspirar com a boca cerrada, reter, mantendo-a ainda fechada, e expirar, abrindo-se suavemente os lábios, modifica-se esse tipo de estrutura convencional, a que se está acostumado, dando-se lugar a um novo método saudável de absorção e eliminação do ser.

Perceber-se-á, aos primeiros dias do exercício, uma renovação orgânica, muscular e melhor disposição para as atividades, como efeito da boa respiração, passando-se então para a visualização, que é um método de enriquecer o pensamento e a memória, despojando a última das fixações pessimistas e inquietadoras que se tornaram habituais.

Basta que se pense em uma região agradável: praia tranquila, bosque perfumado, jardim colorido, regato cantante e manso, lago espelhado, montanha altaneira, recanto bonito, qualquer lugar que ofereça uma paisagem, uma visão encantadora e confortante, para poder transferir-se mentalmente para a mesma.

Conservando o relaxamento e a respiração, a mente que elabora o lugar ou a memória que traz de volta um referencial sedutor, como cromo festivo, deve fixar o pensamento e aí viver as agradáveis harmonias, enquanto se deixa penetrar pelas forças ignotas da Natureza, facultando a sintonia com a Energia Divina, que se encontra em toda parte, abrindo espaço para as influências dos Espíritos superiores, que se utilizam desses momentos, a fim de auxiliarem os seus pupilos, particularmente aqueles que estão interessados no próprio crescimento moral.

Quando estiver estabelecido esse novo hábito, deve-se visualizar um acontecimento agradável que se encontra guardado no inconsciente, retirando-o dali pela memória ativa e voltando a experimentá-lo de tal forma, que se torna vivido e saudável, proporcionando o mesmo bem-estar daquela oportunidade ora passada.

Esse expediente auxiliará a emoção a reviver cenas felizes, que estão sepultadas sob os desencantos e problemas acumulados, que ora constituem carga emocional muito desagradável e inquietadora.

Com esse método fácil de reviver a felicidade, podem-se visualizar, também, momentos desagradáveis, ocorrências más, que deixaram resíduos ácidos e ressentimentos graves desculpando o ofensor, distendendo-lhe o perdão, retirando-o dos arquivos do inconsciente e liberando-se para preencher o espaço com acontecimentos vitalizadores.

Por fim, visualizar uma grande luz com tonalidades suaves e penetrantes, deixando que se lhe adentre pelo centro coronário, invadindo o aparelho circulatório, a partir do cérebro e tomando todo o organismo, lentamente, liberando-o das energias deletérias que facultam a instalação de microrganismos destruidores e de larvas mentais, formas-pensamento e outros, que contribuem para o surgimento de enfermidades degenerativas.

Com a força mental deve-se empurrar os impedimentos que a luz encontre nas artérias, veias e vasos, até que todo o corpo interiormente seja uma torrente luminosa.

Durante três a cinco minutos permanecer em estado de claridade interior terapêutica, mantendo o pensamento na visualização salutar e volvendo ao ambiente onde se encontra, sem pressa e com tranquilidade.

E claro que se deve selecionar o lugar onde se vai meditar e visualizar, a fim de que nada preocupe, nem crie embaraço ou perturbação.

Passado o exercício, conservar a experiência com naturalidade quanto possível nos painéis mentais, até que outras preocupações lhe tomem o lugar, sem gerar aflição.

Com essa técnica simples apresentamos uma forma terapêutica para a libertação de alguns conflitos, que devem ser trazidos, um a um, à visualização, através do tempo, superando-os ou diluindo-os.

Caso permaneçam alguns mais difíceis de liberação, é evidente que a pessoa necessita de um grupo de apoio, ou de um psicoterapeuta para tanto, credenciado pelas Academias.

A visão da Psicologia Transpessoal sobre a criatura favorece-a com possibilidades inimagináveis de auto encontro, para uma autorrealização que vai sendo conseguida com esforço e prática de boas ações, que se encarregam de restaurar os créditos morais que as atitudes das encarnações passadas desperdiçaram, gerando efeitos danosos para a atual.

Como todos estão na Terra para serem felizes e superarem os impedimentos à perfeição que lhes está destinada, todo o esforço e empenho moral envidados contribuem para a harmonia e felicidade.


O Pensamento Bem-Direcionado

O pensamento é força viva e atuante, porque procede da mente que tem a sua sede no ser espiritual, sendo, portanto, a exteriorização da Entidade eterna.

Conforme o seu direcionamento, manifesta-se, no mundo das formas, a sua realização.

A sua educação é relevante, porque se torna fator essencial para o enfrentamento dos desafios e encontro das soluções necessárias à vida saudável.

Normalmente, em razão do hábito de mal pensar, os indivíduos asseveram que tudo quanto pensam de negativo lhes acontece, e não se dão conta de que são, eles próprios, os responsáveis pela construção mental do que anelam, inconscientemente, e elaboram pelo pensamento.

Alterassem a forma de encarar a vida e de pensar, e tudo se modificaria, tornando-se lhes a existência mais apetecível e positiva.

A Neurolinguística demonstra que as fixações mentais contribuem para as realizações humanas, e a Neurociência confirma o poder da força mental na atividade humana.

É de mau vezo cultivar-se pensamento destrutivo, pejorativo, perturbador, porquanto a sua emissão vai criar fatores que lhe facultam a condensação na área das emoções, das realidades físicas.

Sempre que se pensar a respeito de uma ocorrência desagradável que se espera aconteça, e constate que a mesma sucedeu, estará na hora de alterar a maneira de elaborar as ideias, construindo-as de forma edificante ou positiva.

Ver-se-á que se alterarão os acontecimentos, tornando-os mais felizes e confortadores.

Não desejamos com isso afirmar que, com o simples fato de elaborar-se uma ideia, necessariamente, acontecerá como se quer ou como se planeja.

No entanto, a onda mental emitida se transforma em fator propiciatório, que irá contribuir para tornar viável o desejo, que deve ser acompanhado do empenho, do esforço para torná-lo real, construtivo e edificante.

Vítimado por uma necessidade masoquista, o ser humano, que gosta de chamar a atenção pela piedade e não pelos seus incomparáveis valores morais, intelectuais, culturais, sociais e outros, sempre se fixa nos complexos de desgraça, cultivando mentalmente as atitudes que geram infelicidade, assim desenvolvendo uma grande capacidade para produzir os efeitos.

Modificando a estrutura psicológica, pelo sanear do conflito a que se apega, deve direcionar a força mental para a sua realização, a fim de que lhe surjam fatores especiais que o auxiliem na modificação das paisagens íntimas e das ocorrências externas, desde que está programado pelo Pensamento Divino para alcançar os patamares mais elevados da vida.

Necessário que se adapte às alturas, de forma que o crescimento se dê natural e caracterizado pelas bênçãos da alegria, da saúde, da ventura.

A harmonia que predomina no Universo igualmente se encontra no ser humano, que momentaneamente está em desenvolvimento dessas belezas que cantam em toda parte, emulando-o ao avanço sem repouso, ao trabalho sem fadiga, à edificação do melhor em todos os momentos.

Desse modo, os desafios existenciais fazem parte da vida, sem os quais o ser seria destruído pela paralisia da vontade, dos membros, das aspirações, que se transformariam em doentia aceitação dos níveis inferiores do estágio da evolução.

Viajar no rumo do inconsciente para liberá-lo das heranças primárias e enriquecer o Si com a luz do discernimento elevado, em ininterrupto esforço de engrandecimento e sintonia com a Vida, é a finalidade precípua da reencarnação, que liberta o Espírito da roda automática das experiências do ir-e-vir sem conquistas correspondentes às propostas da Divindade.

E porque esse fenômeno de conquista do Infinito não cessa, terminada uma etapa outra surgirá mais desafiadora, e mediante essas vitórias o ser se plenifica e se torna uno com Deus.






FIM





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