Encontro com a Paz e a Saúde

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CAPÍTULO 3

AUTODESAMOR

O processo de desenvolvimento emocional, de amadurecimento psicológico, inegavelmente, apresenta-se no ser humano, quando este adquire hábitos saudáveis de conduta comportamental, resultado natural da superação das suas tendências primárias que cedem lugar às aspirações da beleza, da saúde, do bem-estar.

Vítimado pelas heranças ancestrais, que se lhe insculpem no cerne do ser, em face de experiências multifárias, ei-las em predominância nos arquivos do inconsciente, expressando-se através de manifestações psicológicas de insegurança, de medo, de instabilidade, nu condição de mecanismos de fuga da realidade, assim escamoteando os conflitos íntimos que se transformam em sentimento de diminuição e mesmo desaparecimento da autoestima, do autorespeito, deixando-se arrastar pelo autodesamor.

lisses conflitos que permaneciam adormecidos as-. ninem então o comando da personalidade, produzindo dificuldade no paciente para conseguir um edificante relacionamento entre o ego e o Self, a prejuízo dos anelos superiores do pensamento.

Isto porque, os tormentos da culpa que procede das experiências transatas de reencarnações turbulentas, que não foram equacionadas, insultam a consciência, dando lugar a mais graves choques entre tendências opostas de conduta, que culminam no ato de estiolar a esperança e a alegria de viver do indivíduo, agora servo dessas manifestações enfermiças.

Todo o seu arcabouço de aparente serenidade e equilíbrio desconecta-se, surgindo uma nova constituição emocional fragilizada e destituída de valores éticos para os enfrentamentos da evolução inevitável.

A consciência de si cede, então, lugar à crítica mordaz e contínua em relação ao próprio comportamento e ao pensamento, condensando conceitos de incapacidade para a superação do desconforto interior, ao tempo em que surdas inquietações tomam conta dos espaços emocionais.

Simultaneamente, a confiança que deve viger em todos os cometimentos pessoais deixa de existir, iniciando-se-lhe uma forma irracional de animosidade contra si mesmo e desenvolvendo um sentimento de culpa que não se justifica.

Isto ocorre, porque o senso crítico torna-se míope em relação às possibilidades de crescimento e de realização, mediante as quais o desenvolvimento espiritual e moral impulsiona para a conquista de patamares e níveis mais nobres de consciência.

As lembranças inconscientes relacionadas à irreflexão com que sempre agiu, tornam-se uma constante na tela da memória em luta renhida contra as fascinantes possibilidades que se encontram ao alcance do Self para a sua plenificação.

A vida é um hino de louvor ao progresso, na marcha incessante das conquistas intelectomorais que aperfeiçoam o espírito, este combatente infatigável das lides evolutivas.

O autodesamor, portanto, apresenta-se como distúrbio de conduta que merece cuidados especiais, a fim de não se transformar em antipatia por si mesmo, no ramo de conflitos mais graves no comportamento, como sejam o ódio, o ressentimento e o desinteresse pela vida, que podem levar à atitude desesperadora do suicídio, na fuga espetacular do descontínuo existencial.

Embora sob disfarces variados esse autodesamor viceja em abundância no organismo social, arrebanhando vítimas indefesas para as suas fileiras, nas quais estorcegam os temperamentos fracos e os sentimentos conflitivos.


Autocondenação

Uma das formas habituais de exteriorização do conflito resultante do autodesamor, é a necessidade llageladora da autocondenação.

Em face do desprezo que o paciente se permite diante das possibilidades de ação que se lhe encontram ao alcance, torna-se um crítico perverso de si mesmo, trabalhando as emoções com alta dose de pessimismo «•de desconsideração.


Os valores que aprecia nos outros, atuam-lhe como um tormento que o leva à inveja e a atitudes de franca agressividade em relação às demais pessoas, apreseniando-se amargo, insatisfeito em relação à existência, I >

< ir não se permitir identificar os recursos de que pode dispor, a fim de superar as crises internas de autopuni-ção e auto-rejeição.

Adotada essa consciência do desvalor que se atribui, da incapacidade de lutar e superar os naturais impedimentos que dizem respeito ao seu processo de enriquecimento interior, refugia-se na solidão, mesmo que se encontre no meio social, familiar, na multidão...

Esse refúgio oferece-lhe oportunidade mais vasta para a depreciação de si mesmo, a morbosa acomodação ao estado em que se encontra, quando deveria empenhar-se para superar os limites, investindo as energias em esforço e sacrifício, de forma que pudesse experimentar a real alegria da luta.

Toda ascensão exige o contributo pessoal do candidato através do empenho que se deve impor, de forma que não recue ante os insucessos que fazem parte do processo das conquistas aneladas.

Quem teme a marcha, de forma alguma consegue alcançar os patamares superiores, e se receia as alturas libertadoras, detém-se nas baixadas da lamentação doentia pelo infeliz prazer da autopunição.

Ninguém alcança gratuitamente o progresso nem o sucesso, especialmente quando a sua atitude perante a vida faz-se assinalada pela morbidez da preguiça mental disfarçada de impossibilidade.

Trata-se de uma atitude cômoda e doentia, que faculta ao indivíduo deter-se a meio do caminho, justificando impedimentos que podem ser vencidos.

Quando insiste na impossibilidade de aplicação dos recursos próprios, passa a agir de maneira equivocada, atirando dardos de ira e de mágoa contra os triunfado-res, resultando, infelizmente, em maior aversão por si mesmo.

Esse sentimento pernicioso, sem dúvida, será pro-jetado nas demais pessoas, pelo natural fenômeno da transferência de responsabilidade.

À medida que essa atitude permanece, instalando-se no subconsciente como uma realidade, mais difícil se torna a mudança comportamental para atividades encoraj adoras e edificantes.

Essa lamentável conduta está fincada em raízes das experiências anteriores, quando o espírito permitiu-se a ociosidade dourada, a inutilidade mental, explorando a vida e as demais criaturas que se lhe deveríam submeter ao talante das paixões e das circunstâncias ambientais.

Reencarnando-se para recuperar o tempo perdido e ;i oportunidade malbaratada, o conflito de culpa transforma-se em punição inconsciente, de que o indivíduo sente-se necessitado, de forma a depurar-se, infelizmente por mecanismo punitivo, quando deveria e poderia fazê-lo mediante o recurso reeducativo de valores.

Por consequência, em face da necessidade da evolução impostergável, renasce em um lar, no qual os latores genéticos, psicológicos e sociais que lhe irão proporcionar a inadiável recuperação, tornam-se de-scncadeadores atuais do conflito.


Defrontam-se, então, aquelas psicogêneses que I irocedem das existências anteriores, assim como da pre-rnte, responsáveis pelo desencadeamento da aflição que t leve ser trabalhada com lucidez e decisão, a fim de que a i >

| » irtunidade se transforme em bênção libertadora.

O imponderável das Leis da Vida, no entanto, convidando o paciente à reflexão, faculta-lhe a liberação de algumas imagens arquivadas no inconsciente, que e fazem caracterizar pela autodesconsideração, evo-i mulo a inutilidade em que viveu, e que ora o répugna, empurrando-o para um insensato masoquismo, no qual sentimentos contraditórios se apresentam.

De um lado, o mal-estar que permanece no mundo íntimo e de outro o prazer mesquinho de ser infeliz.

A autocondenação, torna-se-lhe inevitável, por apresentar-se como um mecanismo escapista, através do qual inconscientemente sente-se punido, portanto, em vias de restabelecimento.

Sucede, porém, que os valores da vida são de natureza positiva, jamais se expressando por métodos perturbadores e afligentes.

A lei que vige no Universo é a de amor, porque procede da Divindade, não havendo lugar para terapias de violência, agressividade e desprestígio dos inabordáveis tesouros emocionais que jazem adormecidos no âmago de todos os seres.

O paciente que se inscreve neste capítulo da patologia comportamental, pode apresentar-se em postura decadente - desprezo por si mesmo, indiferença pelo traje, descuidos corporais de higiene e outros compromissos para com a saúde ou manter a aparência convencional cuidadosa para mascarar o conflito, gerando simpatia na convivência, mas tornando-se pessoa de relacionamento difícil, exigente e inconformado com tudo e todos, por efeito da animosidade em referência a si mesmo.

Quando se afeiçoa a outrem e resolve pelo convívio afetivo, no matrimônio ou através da parceria sem a confirmação legal, transfere a insegurança para o outro, sendo-lhe indiferente ou transformando-se em crítico pertinaz, acusador inclemente, por cujo meio desforça-se da insatisfação, tornando-se um verdadeiro sádico, assim auto-afligindo-se nas contínuas pugnas em que sempre deseja ser o triunfador.

A incapacidade para administrar as dificuldades que defluem da convivência, desde que inamistoso consigo próprio, faz que se converta em um egoísta, escondendo-se sob a máscara da exigência injustificável a respeito do parceiro, cuja vida se converte em um terrível flagelo emocional e espiritual.

Esse tipo de desvio de conduta exige cuidadosa terapia psicológica, sem dúvida, porque o indivíduo não reconhece o próprio distúrbio, projetando culpa nos outros, que diz não o entenderem e porque também se considera incapaz de modificar o comportamento a que se entrega sem o indispensável contributo da razão.

O prolongamento da morbidez termina por produzir somatizações compreensíveis, especialmente no trato digestivo, na função hepática e no aparelho respiratório, que se encarregam de exteriorizar as toxinas produzidas pela mente em destrambelho e pelas fixações perniciosas cm que se compraz.

Não é de estranhar-se, pois, que a intoxicação emocional transforme-se em enfermidades aparentes ou re-; ris, em face das infecções que se instalam no organismo cm decorrência da perda imunológica sob o bombardeio contínuo da mente enfermiça.

É de bom alvitre que o ser humano, em identificando suas limitações e dificuldades existenciais, esforce-se por superá-las, adotando hábitos salutares, quais as conversações edificantes, as leituras estimuladoras, as convivências exemplares, de modo a transferir-se das paisagens mentais depressivas para aquelas nas quais a alegria e o bem-estar convivam harmonicamente.

Nesse sentido, a compreensão lógica dos mecanismos evolutivos faculta a conquista do autoperdão, de uma visão mais compatível com o seu nível de evolução, pennitindo-se a possibilidade de erro, mas também de acerto, de desequilíbrio quanto igualmente de correção, i Io enfermidade e especialmente da conquista da saúde.

Por consequência, a autocondenação é distúrbio de comportamento que deve ser combatido, logo se apresente em forma sutil ou vigorosa, pelas implicações conflitivas de que se reveste.

A atitude de confiança nos recursos da vida, nos relacionamentos humanos, nos projetos de crescimento moral e emocional, nos esforços em favor da comunidade, no desenvolvimento das faculdades mentais e transcendentais, constitui recurso precioso que propele o indivíduo para a conquista da saúde integral e da felicidade possível que está ao alcance de todo aquele que se empenha em desfrutar do seu lugar ao Sol...


Autopiedade

Inevitável consequência da acomodação emocional às circunstâncias que se apresentam aflitivas durante a existência física, assomando irrefragável à consciência do indivíduo, é a autopiedade, essa bengala psicológica de que necessitam aqueles que se recusam ao esforço dos enfrentamentos da evolução.

A existência orgânica é feita de preciosos recursos que se conjugam em harmonia, a fim de proporcionarem o corpo, a emoção e a psique.

Setenta trilhões de células de diferentes estruturas aglutinam-se em torno do modelo organizador biológico - perispírito - a fim de que o ser espiritual possa comandar todos os equipamentos, levando-os a bom termo, isto é, aos objetivos para os quais encontra-se reencarnado.

Essa maquinaria sublime trabalhada pela Divindade ao largo de bilhões de anos para servir de recurso evolutivo para o princípio espiritual, encontra-se em continuo processo de modificações nas suas estrutu-ras intrincadas e complexas, em face do espírito que a utiliza, como decorrência dos comportamentos nas existências anteriores.

Desse modo, cada qual transita no veículo corporal a que faz jus, como efeito da maneira que o utilizou anteriormente.

Co-construtor dos equipamentos delicados, a sua vida mental e moral ajuda-o a manter-se em harmonia ou desorganiza-o através do torpedeamento de ideias agressivas e desequilibradas.

Movimentando campos vibratórios muito sutis, o espírito é convidado a comportamento edificante, de maneira que contribua para a sua preservação e equilíbrio contínuos.

Todavia, transferindo hábitos insensatos nos quais se compraz, de uma para outra experiência, assume atitudes piegas e despropositadas, aguardando soluções mágicas para os problemas por ele próprio gerados.

Diante dos inevitáveis insucessos que o assaltam, desacostumado às refregas lapidadoras da personalidade, foge para o mecanismo irresponsável da autopiedade, na desonesta condição de incapaz, esperando gerar compaixão e auxílio dos outros, quando deveria preocupar-se em inspirar amor, cooperando com o programa de evolução pessoal e geral.

A autopiedade expressa insegurança emocional propiciadora de preguiça mental, que prefere sempre receber e nunca ofertar, demonstrando carência, como se se encontrasse em atitude de abandono, relegado pela vida ao sofrimento imerecido e injustificado.

A princípio, o sentimento de compaixão aflora à sua volta até que, desinteressado pelo real crescimento moral, afasta o socorro que solicita, porquanto esse o arrancaria da atitude infantil e agradável a que se entrega.

Essa imaturidade psicológica, mantida por pessoas instáveis emocionalmente, converte-se em grave ameaça ao organismo social, que somente progride graças aos esforços conjuntos dos seus membros.

Aquele que se permite a ociosidade, a atitude de infelicidade, esperando sempre pelo esforço alheio, transforma-se em peso morto na economia geral da comunidade, que termina por deixá-lo à margem, de modo a prosseguir na marcha pelo progresso.

Concomitantemente, em razão das emissões de ondas mentais perniciosas, esse paciente atrai espíritos outros, ociosos e zombeteiros, que passam a conviver com as suas energias, dando lugar a obsessões simples, que culminam em estados de subjugação e de vampirização, nutrindo-se à sua custa de imprevidente e inoperante.

A bênção de um corpo, em qualquer condição em que se apresente, significa oportunidade incomum de crescimento espiritual, que deve ser considerada como empréstimo do Divino Amor para a construção do bem generalizado.

Essa maquinaria superior foi-se organizando nos últimos dois bilhões de anos, formando engrenagens complicadas e com finalidades específicas, para servir de domicílio temporário ao espírito viajor da Eternidade sob a orientação divina.

Ainda não se encontra concluída, em razão do atraso em que, por enquanto, se apresenta o ser que a comanda, porém segue aprimorando-se, tornando-se mais sutil, de forma que, em breve, estará em condições de melhor captar as ondas sublimes do mundo causal e decodificá-las como valioso recurso de autoiluminação.

Em decorrência, torna-se indispensável que o Self adquira lucidez e responsabilidade, a fim de bem direcionar o ego, em um comportamento consentâneo com as finalidades superiores da existência terrena, ao invés da situação infantil da dependência da compaixão dos demais membros da sociedade.

O que acontece ao indivíduo constitui-lhe lição de aprimoramento, facultandolhe melhor entender os objetivos existenciais, trabalhando-se pela conquista do Infinito enriquecedor que o desafia com as suas leis imponderáveis.

Não há, portanto, no Cosmo, lugar para a fragilidade psicológica, a dependência afetiva, a comiseração, a auto compaixão...

Quando se opta pela situação enfermiça, o sofrimento se encarrega de trabalhar o imo do ser, despertando-lhe o deus interno, qual ocorre com o diamante que, para refletir a luz, deve ser arrancado da ganga que o reveste a vigorosos golpes da lapidação.

Inimiga vigorosa do indivíduo é a preguiça mental, geradora da física e das outras expressões em que se apresenta.

A vida exige movimentação, e tudo quanto não se renova tende à desagregação, ao desgaste, ao desaparecimento.

Assim também a inutilidade, responsável pelos problemas orgânicos, depois dos emocionais lamentáveis, dando lugar aos processos degenerativos de diagnose difícil.

Conscientizar-se, pois, o paciente, de que ele é herdeiro de si mesmo e as conjunturas desafiadoras em que se encontra podem ser modificadas a esforço pessoal, deve ser o primeiro passo para o auto-encontro, para o despertamento da consciência de si, para a futura vitória sobre as dificuldades momentâneas.


É natural que, em determinados momentos de dor

<• de solidão, a criatura anele por companhia, por soli-dariedade, por entendimento fraternal.

Para tanto, a coragem em perseverar nos esforços desperta nos outros o interesse por contribuir em favor da sua renovação e da sua liberdade.

Autopiedade, desse modo, nunca!


Autoconsciência

A saúde emocional, de par com a espiritual e psíquica, revela-se, a partir do momento em que o indivíduo sai das províncias sombrias das dependências externas e viaja na direção da autoconsciência, objetivo primeiro do processo de autoconquista pelo Self.

Como efeito de padrões educacionais deficientes, a metodologia de orientação emocional das pessoas obedece aos interesses de natureza externa: conquista de uma posição relevante na sociedade, aquisições de bens variados para o conforto e a satisfação pessoal, triunfo político, artístico ou cultural, competição e luta constante para atingir o topo, com total esquecimento das realizações internas e comportamentais.

Na ânsia de alcançar o poder, esfalfam-se, atirando-se com ansiedade na busca dos resultados idealizados, enquanto escondem o medo de não lograr o êxito, para depois sucumbir ao peso das frustrações e do vazio existencial.

Por outro lado, aquelas portadoras de timidez e limitações refugiam-se na angústia e na ausência de autoestima, considerando-se incapazes de alcançar o Olimpo das glórias, perdendo a excelente oportunidade de crescimento espiritual.

À medida que a psicologia clínica penetra no âmago das necessidades humanas, mais facilmente descobre que as aquisições exteriores, embora contribuam para a satisfação das necessidades, não produzem a realização pessoal.

Isto porque, toda vez que se alcança um alvo que significava objetivo essencial, surge o tédio, o desinteresse pela continuação da luta, porque o fenômeno da apatia se instala após as alegrias decorrentes da momentânea glória.

A vida é mais do que as satisfações temporárias que facultam sensação de segurança e de bem-estar, logo cedendo lugar às emoções que anelam por beleza interior, por harmonia e autoconfiança.

Os indivíduos abastados, elevados à glória e invejados, não poucas vezes se excruciam em silenciosos tormentos, desejando satisfações singelas, como os momentos de reflexão, o anonimato, o silêncio interior, o desejo de viver em tranquilidade, sem os atavios nem as exigências da situação em que se encontram.

Quando não têm resistências psicológicas buscam outras satisfações que pensam encontrar nas substâncias da drogadição, nas múltiplas experiências sexuais, no narcisismo ou na arrogância, nos quais ocultam os medos que lhes assinalam o dia a dia.


Os relacionamentos afetivos, porque inautênticos, na maioria das vezes, desde que inspirados no interesse pelo poder e pela fama, são rápidos e tumultuados, assinalados pela desconfiança recíproca, pela incerteza de serem amados, acreditando que o parceiro foi atraído mais pelo (

|ue cada um tem do que pelo que é, resvalando em contínuas buscas, e terminando no escuro da solidão.

Certamente, a aquisição de recursos amoedados, o destaque na sociedade, a satisfação de alcançar as metas a que se propõem, constituem objetivos que são estimuladores para tornar a existência aprazível e significativa.

No entanto, o erro está em considerar-se que esses são os únicos fins que devem ser disputados, mesmo que se faça necessário o investimento da saúde física, emocional e moral.

O conflito pelo poder esfacela os sentimentos, transtorna as expectativas de vida, aflige sem cessar, em razão do receio de perder-se o posto após alcançá-lo, ou em decorrência da ansiedade pelo conseguir...

Felizmente, já se dão conta os estudiosos da conduta que, associados aos compromissos materiais são indispensáveis as técnicas de relaxamento, as valiosas contribuições da ioga, do taichichuan, a dança, os esportes, as caminhadas que proporcionam a liberação de toxinas, fortalecem o organismo, auxiliam a circulação sanguínea, oferecem conforto físico e emocional.

Adicionando-se as inestimáveis contribuições da meditação, da prece, da reflexão, da solidariedade, da compaixão, a viagem interior ocorre naturalmente, ensejando maior entendimento do programa existencial, que se coroa com a desencarnação inevitável mas tranquila, sem que haja realmente a interrupção da vida.

O ser humano psicológico é muito mais complexo do que a sua constituição física encarregada, muitas vezes, de refletir o seu estado interior.

Herdando os conflitos do processo evolutivo, durante a longa jornada antropológica, na qual o medo se destacou desde os primórdios, quando no período primitivo era incapaz de compreender os fenômenos naturais sísmicos, fisiológicos, agressivos das feras e de outros indivíduos - o pavor assenhoreou-se-lhe, dando surgimento a conflitos que se vêm arrastando pela esteira dos milênios.

É natural que predominem no seu inconsciente as incertezas, as ansiedades, as dores, as dificuldades de interpretar as ocorrências e submeter-se-lhes, superando-as quanto possível.

Mesmo passando pelo crivo da razão, os acontecimentos impõem-se sem pedir licença para estabelecer-se, amargurando ou exaltando a personalidade, marcando as estruturas internas com aflições que adormecem nas regiões profundas, e que, periodicamente ressumam em forma aterradora.

A auto análise contínua, serena e persistente em torno da relatividade da existência corporal e a consideração em torno da preexistência e sobrevivência do espírito, contribuem para a conquista da autoconsci-ência, para que seja alcançado onuminoso, quando os acontecimentos adquirirem sentido psicológico e motivação para o empreendimento da felicidade.

Para esse desiderato, nunca será demais que se detenha na reflexão em torno do pensamento de Jesus Cristo em forma de diretriz salutar para a aquisição do bem-estar, o amadurecimento interior, a vitória sobre os conflitos perturbadores.

A culpa sempre deflui de uma ação física ou mental portadora de carga emocional negativa em relação a outrem ou a si mesmo.

Na infância psicológica, o indivíduo somente reage, não se permitindo equilíbrio para agir, em face da predominância dos seus instintos agressivos em relação à razão.

À medida, porém, que se educa e se disciplina, começa a agir, evitando o revide, por descobrir que o agressor nem sempre é saudável, normalmente portador de conflitos mais graves do que os seus.

Quando se adianta moral e culturalmente, ama e compreende quaisquer situações, mesmo que sejam afligentes e penosas, porque os seus são sentimentos equilibrados, sem os picos de paixões dominadoras.

Concomitantemente, o conhecimento dos postulados da Doutrina Espírita, notavelmente psicoterapêu-ticos, por explicar as causas de todos e quaisquer acontecimentos, a responsabilidade que sempre decorre de cada ação praticada, eliminam a culpa e a necessidade de autopunição, desde que exista a consciência de si.

É, portanto, compreensível que a toda ação apresente-se uma reação correspondente.

A lucidez em torno do comportamento saudável, faculta uma vivência mais consentânea com a conquista dos inestimáveis tesouros da saúde e da paz.

Os enfermiços comportamentos da autopiedade e da autopunição, tornam-se processos conflitivos, so-matizando-se e dando lugar a consequências danosas à saúde emocional e física, com probabilidade de futuros distúrbios mentais.

Autoconsciência é também processo de auto-ilumi-nação, conquista do infinito, realização plena.

Temas para reflexão: "122 - O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. "

* "Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. " Mateus 22:39.




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Mateus 22:39

E o segundo semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

mt 22:39
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