Messe de Amor

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CAPÍTULO 1

SOLIDÃO E JESUS

Quando as amarguras da jornada te assinalem a alma, jungindo-te ao carro sombrio onde a solidão se demora algemada, recorda o Mestre Crucificado, em terrível abandono.

Onde os amigos de outrora, as multidões saciadas e os corações socorridos?

Começara o ministério, a que se entregaria integralmente, nas alegres bodas de Caná, e encerrava-o numa Cruz, esquecido dos beneficiários constantes que o envolviam em álacre vozerio.

Sempre estivera o Mestre cercado pelas criaturas...

Pregara nas cercanias formosas das cidades e das aldeias, nas praias livres entre o lago e as montanhas, nas Sinagogas repletas e nas praças movimentadas.

Atendera a todos que Lhe buscaram o socorro.

Todo o seu Apostolado de amor foi de enobrecimento.

À mulher desprezada e em aviltamento, ofereceu as mais belas expressões da sua Mensagem.

Consolou e esclareceu a Samaritana atormentada.

Retirou dos coxins de veludo e seda a obsidiada de Magdala.

Convidou Marta às questões do Espírito.

Atendeu à mulher cananeia, prodigalizando o equilíbrio à filha endemoninhada.

Hanah, a sogra de Pedro, recebeu-lhe o passe curador.

À pobre hemorroíssa siro-fenícia restituiu a saúde.

Ofereceu à viúva de Naim o filho considerado morto.

Joana, a mulher de Cusa, recebeu-lhe o convite para a vida imperecível.

À filha de Jairo prodigalizou a bênção do despertamento das malhas da catalepsia.

Além delas, distendeu o amor a todos os corações.

Leprosos e sadios participaram do seu convívio.

Homens ilustres e mendigos foram comensais da sua afeição.

Recuperou a serenidade no homem de Gadara, infelicitado por Espíritos obsessores e curou o filho do Centurião.

Elucidou o afortunado príncipe do Sinédrio em colóquio fraterno, e propiciou luz aos olhos fechados de mísero cego das estradas de Jericó.

Honrou a rica propriedade de Zaqueu e fez refeições nos barcos humildes dos pobres pescadores.

Revelou a Boa Nova aos sábios de Jerusalém que a escutaram deslumbrados e, à última hora, ensinou aos malsinados ladrões, companheiros de crucificação, a porta estreita para a liberdade espiritual.

Movimentou os membros paralisados de Natanael, descido pelo telhado, e revelou aos discípulos do Batista os sinais que o identificavam como o Esperado...

Milhares de almas receberam a paz e a saúde de suas mãos.

Os "demônios" submetiam-se à sua voz.

O mar respeitou-lhe a ordem.

O vento atendeu-lhe o imperativo.

As doenças desapareciam ao seu contato.

Os anjos obedeciam-lhe à vontade...

No entanto, à hora da angústia, sorveu a taça de amargura a sós.

O coração feminino, junto à Cruz, apresentou-lhe apenas a saudade e a aflição, em lágrimas.

Mas provou a agonia, o escárnio e a humilhação em suprema soledade.

Nenhuma voz se ergueu para defendê-lo nas Altas Cortes.

A plebe, que recebera tanto amor e o aplaudira delirantemente às vésperas, na entrada da Cidade, esquecia-o agora.

Todavia, entregando-se confiante ao Pai, venceu o mundo e todos os seus enganos e, mesmo depois da morte, ressurgiu glorioso, voltando ao amor para a felicidade de todos.

Lembra-te d’Ele.

Só no mundo, e o Pai com Ele.

À hora das tuas provações, os companheiros e beneficiários do teu carinho não podem ficar contigo; seguirão adiante. A vida os espera mais além.

Tem paciência!

Não os ames menos por isso. Eles necessitam da tua compreensão e do teu carinho.

Cresce para ajudar no crescimento deles.

E mesmo que a morte venha às tuas carnes, renascerás depois das cinzas da sepultura, em esplêndida madrugada, para continuares o teu labor junto àqueles que te abandonaram.

Na tua solidão, entretanto, Jesus estará sempre contigo.




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