Messe de Amor

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CAPÍTULO 22

FENÔMENO E DOUTRINA

Procura o Cristo vivo em qualquer escola de fé onde te encontres.

O essencial não é a adoção da crença pelas vantagens aparentes que ela oferece. É imprescindível estar ciente, por experiência pessoal, dos objetivos que a vitalizam.

A crença, nos moldes tradicionais, é rotulagem de fé. A ciência, pela participação ativa dos postulados, é comunhão com a fé.

Por isso, é necessário demandar o fulcro do pensamento acolhedor da crença para cientificar-se da sua legitimidade.

O crente é apenas um observador inoperante.

O ciente é um realizador ativo.

O primeiro produz para fora. Guarda a compostura da face, liga-se às fórmulas, entusiasma-se com as exposições, colabora com migalhas, presta satisfações, agrada...

O segundo realiza por dentro. Dispensa aparências, desdenha as rotinas, não valoriza hierarquias, raramente agrada, vive...

No primeiro empecilho, o crente queixa-se e foge, enquanto o ciente luta e sofre.

O crente vence no mundo porque a ele pertence. O ciente perde no mundo porque vence as convenções da superfície humana.

Um faz-se triunfador, recebendo honrarias e destaque social.

As homenagens vestem-no com os ouropéis da falsa superioridade e dão-lhe embalagem da santificação.

O outro parece vencido. Desinteressa-se das coisas vãs, vencendo-se, libertando-se. Ninguém lhe descobre o valor.

No entanto, é nele que cantam as vozes da Mensagem Cristã, chamando-lhe a alma ansiosa e leal.

O exterior é fenômeno que passa.

O interior e consistente é Doutrina que fica.

Assim, não te preocupes, no Espiritismo, com o fenômeno da Mediunidade.

Em todas as épocas da humanidade as vozes falaram de maneira inteligível e sábia. Mas não se tem notícia de que os intermediários dessas vozes se entregaram desinteressadamente ao mister da própria elevação e da assistência fraterna dos demais.

Uns fugiam do mundo como se fossem bem-aventurados, silenciando a palavra. Eram chamados santos.

Outros encastelavam-se no privilégio que a si se atribuíam e enlouqueciam, tomados pelas forças sedutoras da presunção. Eram conhecidos como magos.

Somente alguns porfiaram até a morte, abafando as vozes ao crepitar das chamas que os consumiram, nas fogueiras tormentosas. Foram os mártires.

Alguns corações que hoje buscam as sessões do Espiritismo prático, identificam os Espíritos, beneficiam-se e passam, iludindose quanto ao porto final...

Outros, irresponsáveis e fúteis, demoram-se nas pesquisas, desejando mais, sempre mais.

Creem agora, duvidam mais tarde.

Empolgam-se hoje, desinteressam-se amanhã.

Lembra-te do Espiritismo praticado e preocupa-te com o espírito da Doutrina.

O fenômeno é meio. A Doutrina é fim.

O fenômeno é informe. A Doutrina é esclarecimento.

O fenômeno chama. A Doutrina conduz.

O fenômeno é instrumento da Doutrina. A Doutrina é a vida do fenômeno.

O fenômeno sem a Doutrina reduz-se a um amontoado de informações sem valor. A Doutrina sem o fenômeno permanece indestrutível como organismo poderoso de esclarecimento e de salvação.

O fenômeno precedeu a Doutrina e esta superou-o.

Procura, assim, na Doutrina Espírita, o Cristo realizador e, ligando-te a Ele pela ciência da crença, prossegue infatigável no teu programa de aperfeiçoamento, esforçando-te pela redenção de todos.




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