Messe de Amor

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CAPÍTULO 52

BENFEITORES

Com a alma tocada pelas belezas com que a Doutrina Espírita te enriquece de ventura, gostarias de servir com desassombro, oferecendo a própria existência à excelsa manifestação do Bem.

Descobrindo agora o lado formoso de todas as coisas e constatando que a Sabedoria Divina tudo emoldurou com necessários arremates, sentes a necessidade de dar expansão à felicidade que te invade, espalhando a luz do amor com as criaturas.

Fascina-te a posição de benfeitor e afirmas que tudo darias para transformar-te em mensageiro do bem nas lutas da santificação.

As possibilidades de socorro são múltiplas ao teu alcance.

Qualquer auxílio que se dilate é bênção que se difunde. No entanto, para auxiliar de molde a ser felicitado pelo próprio benefício é necessário um grande e exaustivo trabalho dentro de ti mesmo, no intramuros do espírito.

Toda doação nobre é sementeira de luz.

Todavia, para que a semente atinja à plenitude do embrião, vê-se constrangida a libertar-se do próprio invólucro, transformando-o em vitalidade.

Para que atinjas o objetivo é necessário arrebentar a concha do "eu", destruindo a torre de granito onde recolhes o personalismo.

Ninguém serve bem, se espera retribuição de qualquer natureza.

Para que a fonte atenda à sede do viandante que lhe busca a linfa, a água se liberta do lodo do fundo.

A fim de que o pão favoreça a mesa, o trigo supera a lama que lhe atende a raiz.

Não se serve a contento, quando se oferece amor com acrimônia e azedume.

Pouco importa renunciar aos prazeres do mundo em favor da obra do bem, impedindo que a alegria juvenil irrompa, ingênua, no sorriso dos tutelados.

A renúncia legítima desconhece medida e sacrifício. Para ser nobre, deve ser jovial e comunicativa.

Ajudar reclamando, pode ser comparado a descuidar da higiene do copo, em que se oferece água fresca a quem se estima.

Serviço com enfado, apresentando cansaço e amargura, sempre expressa trabalho escravo.

A obra do Senhor é feita com alegria.

O sol sorri gentil sobre o pântano, sem pressa nem prevenção.

A árvore abençoa o homem com sombra e fruto, desconhecendo o próprio valor.

A chuva atende ao solo sem constrangimento, caindo na várzea e na montanha.

Eles ignoram o benefício que distribuem.

Antes, acreditava-se que a santificação se manifestava através de uma austeridade que empalidecia o rosto, mortificando a carne.

Com o Espiritismo, o homem austero não é aquele em cujos lábios a severidade faz morada e o cenho carregado deforma a face...

Não se ajuda, amaldiçoando o auxílio.

Coloca, pois, em teus serviços o sal do amor para que o paladar cristão esteja sempre presente em teu prato de fraternidade.

Se quiseres servir com sucesso, observa os Mensageiros da Luz Divina, e faze com os teus tutelados como eles fazem contigo.

Jamais reclamam — atendem sempre.

Nunca exigem — compreendem sempre.

Não perturbam — acalmam sempre.

São, em qualquer situação, o colo de mãe compreensiva ou o braço de pai vigoroso, oferecendo consolo ou trabalho.

Benfeitor, no seu sentido real, é todo aquele que, esquecendose de si mesmo, toma a cruz dos outros sobre os ombros, feridos e caminha ao lado, ignorando o próprio sacrifício.

Jesus, na via dolorosa, esquecia as chagas e o ultraje de todos para poder atingir o termo da tragédia por amor, rogando ao Supremo Pai, no clímax das aflições, perdão para nós que ainda hoje, dois mil anos depois, nos fazemos servos indignos da sua Mensagem Divina.




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