Messe de Amor

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CAPÍTULO 54

APONTE

Estão na retaguarda.

Não puderam acompanhar o ritmo que a renovação impunha.

Enquanto os Sábios Mensageiros, à maneira de narradores de histórias, falavam das construções celestes, eles se detinham extasiados. Compraziam-se na expectativa de fáceis triunfos, antevendo-se coroados de êxitos nas lutas do caminho comum sem qualquer esforço nobre.

Supunham que o Espiritismo fosse apenas uma Doutrina Consoladora, cujo mister se resumisse na coleta de náufragos e mendigos para os alentar, enxugando-lhes as lágrimas sem qualquer compromisso com o trabalho e o sacrifício, em cujas diretivas o homem se integra no movimento libertador de consciências.

Esqueceram-se de que a morte física não é o fim.

Além do sepulcro, olvidaram, que não há repouso nem paraíso, senão para quem converteu a própria paz em paz para outros, e dirigiu a felicidade pessoal para a felicidade de todos.

Depois da morte, constatarão, não existem soluções definitivas para problemas que a reencarnação não solveu.

A Terra é o grande campo de realizações, aguardando a dedicação dos lidadores da esperança, do bem e da verdade.

Ninguém a deixará, em liberdade, mantendo compromissos com a retaguarda.

Os que ficaram atrás preferiram o céu fantasioso da ilusão.

Fizeram-se apologistas do heroísmo de mão beijada, e pretendiam a glória de um trabalho apanagiado por padrinhos terrenos, passageiros detentores de prestígio social e político.

Deixaram à margem os problemas gigantes que defrontarão mais tarde complicados e insolváveis.

Tentaram o recuo à hora do avanço e se detiveram à distância...

Não os incrimines nem os lamentes.

São almas fracas, incapazes de uma resistência maior.

A vida, a grande mestra, paulatinamente, com mãos de mãe gentil e devotada, conduzi-los-á de retorno à realidade da qual ninguém foge impunemente.

Segue adiante, porém.

Esquece a fantasia das narrativas atraentes e enfrenta o campo que se desdobra, necessitado.

Aqui concede a bênção de uma fonte, e o deserto se converterá em jardim.

Ali remove o charco, e o pântano se transformará em horta dadivosa.

Acolá afasta as pedras, e a estrada surgirá em fácil acesso para homens e animais.

Faze o bem em toda parte com as mãos e o coração, orando e esclarecendo, a fim de que o trabalho da verdade fulgure em teus braços como estrelas luminescentes em forma de mãos.

E ligado aos Espíritos da Luz, construirás, com o suor e o esforço incessante, enquanto na carne, a ponte sobre o abismo, pela qual atravessarás, em breve, formoso e deslumbrado, em busca dos amores felizes que te aguardam, jubilosos, "do outro lado".




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