Após a Tempestade

Versão para cópia
CAPÍTULO 20

CRENDICES E SUPERSTIÇÕES

Fixações nos centros perispirituais, pelo longo processo evolutivo, no trânsito das faixas primárias para as conquistas da inteligência, as crendices se alastram nos Espíritos infantis dando margem a lamentáveis espetáculos de superstição, que favorecem a ignorância e promovem o desequilíbrio da emoção.

Atraso moral e espiritual dos habitantes da terra, a presença e a amplitude da feitiçaria e seus talismãs, que baterão em retirada ante a alvorada de luz e bênção da fé racional, que enfrenta a dúvida filosófica, as conquistas da inteligência e da técnica materialista, tranquilamente, emtodas as épocas, dirimindo problemas e sustentando a confiança em Deus.

Paradoxalmente, a década emque o homem conseguiu a arrancada da Terra, nos rumos da lua, sonhando com a conquista de outros planetas, é, também, a do retorno à barbárie e às crendices, em fuga espetacular dos cálculos computados em aparelhagens quase perfeitas para os abismos da imaginação desregrada.

A decantada morte da fé religiosa, prevista pelos expoentes da cultura materialista dos séculos passados e atual, de forma alguma poderia defrontar mais chocante reação das mentes tecnizadas destes dias...

É verdade que o homematurdido, decepcionado ante as promessas mirabolantes das doutrinas religiosas do passado, rebelou-se, passando a "adorar" as máquinas que construiu, barafustando, porém, em direção das áridas províncias do ceticismo.

Ressequido e inquietado, interiormente, deixou-se estimular pelo fantasioso, ressuscitando velhas superstições a que ora se entrega em espetáculos deprimentes e ridículos.

O universo atômico por ele defrontado reconduziu-o ao reino da energia e ontologicamente ao transcendental.

Mal armado para o exame das realidades espirituais, por contumaz suspeição que nele se arraigou, preferiu as imagenschavões do "sobrenatural" do "maravilhoso", do "mistério", para fugir ao niilismo aniquilante que elaborou e cruelmente o despedaça.

Ninguém nega a interferência das forças vivas e pulsantes, do universo, no comércio contínuo com as mentes humana. Daí às fantasias absurdas que subestimama Divindade e atribuem poderes excepcionais ao demônio — que é apenas a personificação simbólica que a si se atribuem Espíritos viciosos e perversos — vai uma distância imensa de ética, cultura e razão...

No fundo, os supersticiosos padecem atrofia do espírito, preferindo o temor ao amor, sufocando a esperança nos crepes da desconfiança com que se desesperam e se realizam...

Mediante processo de transferência psicológica, ao invés de mergulhar-se nos íntimos painéis de si mesmo, a combater os inimigos de dentro, desterra-os para as praias em que se demora o próximo, atribuindo a este os danos que causa por negligência e despautério, responsabilizando-o.

E se enleia nas teias muito bemdistribuídas das artimanhas das Entidades trevosas que o açulam e lhe estimulam os "instintos agressivos", de forma a retê-lo nas fortes amarras da temeridade e do desvario.

Iniciada a façanha da crendice e da superstição, só mui dificilmente empreende a viagemde volta à responsabilidade e à lucidez que lhe exigem esforço, educação e disciplina intransferíveis para que se possa alçar das mágoas, dos paúes das queixas e vulgaridades aos altiplanos da nobreza, edificação e paz.

Proliferam, vertiginosamente, os números dos enganados e os desditosos enganadores da Terra e do além-túmulo em nefário intercâmbio de loucura e desfaçatez.

Abjuram a verdade e afeiçoam-se à ilusão; abonimam o bem e se comprazem na ignomínia.

Superstições, supersticiosos!

De todos os tempos as superstições e os supersticiosos são herança torpe do obscurantismo espiritual e da insensatez perniciosa, que encontram guarida porque o homemainda prefere a treva à luz, a piedade ao respeito, o sofrimento ao amor...

Ninguém, no entanto, interfere nos planos e desígnios de Deus, por mais se esforce, presunçoso e almeje.

Feiticeiros de todas as épocas que a desregrada imaginação popular deu aso a largas fantasias, são os médiuns vinculados aos Espíritos da sombra, em realizações infelizes.

Epíteto genérico de que se utilizou a intolerância clerical para silenciar os imortais, foram e são homens do caminho de lutas de todos nós, um dia chamados a darem conta da mordomia de que estiveram investidos.

Com Jesus, o Libertador, deixa à margem do caminho crendices, superstições, ilusões, e cresce para o serviço da tua e da redenção de todos.

Através do Espiritismo compreenderás que, construtor do porvir, és árbitro da felicidade ou da própria desdita, herdeiro dos valores que possuis e legatário futuro das aquisições que reúnas.

Ilibado, sem peias mentais nemconexões morais degradantes, coma retaguarda evolutiva, crê, ama e passa servindo, indene ao mal e aos maus, lecionando discernimento e fé com que, descompromissado com a ignorância, alcançarás a vitória sobre toda sombra e toda dor.




Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 20.
Para visualizar o capítulo 20 completo, clique no botão abaixo:

Ver 20 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?