No Limiar do Infinito

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CAPÍTULO 9

SEXO E REPRODUÇÃO

Comportamento Sexual e Conduta Moral Dos mais complexos na organização física do homem são os fenômenos da sexualidade, que têm como fulcro o centro genésico encarregado do ministério sagrado da reprodução da espécie. Em razão disso, e porque tenha sua finalidade especificamente definida, o sexo e suas funções é digno de elevado respeito. Constituído por uma engrenagem de alto porte e delicada formação, não pode sofrer uso indevido, sem que destrambelhos do equilíbrio emocional passem a secundar-lhe as expressões.

Repositório de inexcedíveis emoções, o pensamento é-lhe fator preponderante para o mister a que se destina.

Do impulso simples e primário dos fins procriativos, deve obedecer a um código de ética moral, a fim de que não se envileça nem sofra perturbações.

Graças às leis de equilíbrio que regem a vida, é compelido à submissão da mente que o governa, evitando-se que a sua utilização inconsequente produza danos de difícil reparo na sua delicada organização.

Não possuindo sexo, conforme os padrões da morfologia humana, os Espíritos se reencarnam ora num como noutro tipo de comportamento, masculino ou feminino, adquirindo experiências que dizem respeito, especificamente, a um ou a outro gênero de vida. As aptidões para uma reencarnação na masculinidade ou na feminilidade são sempre o resultado da conduta na forma anterior, que o Espírito vitalizou, e na qual coletou conquistas e prejuízos que cumpre multiplicar ou reparar a sacrifícios que se impõem no cadinho regenerador da carne.

Desencarnando, mantém o ser espiritual a aparência das roupagens da vida imediatamente anterior, por motivos óbvios, ou aquela na qual adquiriu mais expressiva soma de conquistas, em que imprimiu segura diretriz evolutiva e à qual é reconhecido.


Nas regiões mais densas do Mundo Espiritual, onde há maior dependência das expressões materiais do Orbe e mais significativa necessidade das sensações físicas,

alguns Espíritos se apegam, inconscientemente, às reminiscências das roupagens que despiram; alguns, mesmo não admitindo sequer a hipótese de haverem vivido com outra forma ou de virem a renascer nela.

Imantados às paixões absorventes e viciosas, conservam conceitos errôneos e mantêm opiniões falsas sobre a forma pela qual se manifestam as aptidões e os impulsos da sexualidade.

Pode-se mesmo dizer que a sexualidade é um estado de Espírito, se considerarmos que extrapolando a constituição fisio-morfológica, o ser vive conforme as reminiscências fortes que se lhe imprimiram na memória e condicionaram o vestuário orgânico de que ora se utiliza para o compromisso evolutivo.

Há uma infinidade de Espíritos que, realizando demoradas vilegiaturas em determinado tipo de sexo, plasmam no mundo íntimo as injunções da situação de tal forma que, encaminhados ao labor noutra tipologia, traem a posição interior, revelando toda a gama de aprendizagens que se lhes fizeram condição natural. Não nos referimos, aqui, as extravagâncias morais que muitos se permitem, nem tampouco aos problemas que se reportam à sexualidade nas suas diversas exteriorizações ([1] ).

Como consequência do impositivo mental sobre a organização fisiológica, podem ocorrer alguns distúrbios na emoção do indivíduo, que facilmente devem ser corrigidos pelo equilíbrio moral, pelo pudor, pelos ideais de enobrecimento que a si se imponha.

Os abusos praticados numa organização sexual impõem limites, constrangimentos e torpezas que se fazem indispensáveis retificados na reencarnação imediata, quando, sob a constrição de várias conjunturas aflitivas, se derrapa o Espírito em novos compromissos viciosos em forma de fuga ou de corrupção das elevadas finalidades, volvendo a expiar, mediante a mudança de morfologia sob a difícil impulsão que se encontra na alma e a prisão na roupagem que lhe não responde ao anseio. De forma alguma, porém, nada justifica a utilização indébita da organização física, na cata de prazeres mesquinhos e perturbadores, que mais complicam a situação do Espírito ali reencarnado, oferecendo margem às conexões obsessivas de Entidades viciosas e infelizes da Erraticidade inferior.

No imenso encadear das experiências na sexualidade, o Espírito engendra, pelo comportamento a que se permite, presídios de sombras ou campo iluminado para a ação libertadora nas reencarnações porvindouras.


À medida que vence as más tendências e santifica as aspirações, constrói os

futuros implementos de que se utilizará no cárcere da carne, nos tentames que a evolução impõe. Assim, as perturbações da forma e as anomalias nela reveladas, são processos regeneradores que as leis disciplinantes da vida estabelecem, a fim de que os calcetas se reabilitem e os defraudadores da ordem se reeduquem.

As acomodações e permissividades de que o homem procura utilizar-se para justificar os desequilíbrios e deslizes morais, por mais se apresentem aceitos e se tornem sociais, não o desembaraçam das condições de atentado às funções corretas da vida, tornando mais inditosas as suas vítimas.

Somente a utilização correta da sexualidade sob a inspiração do amor e objetivando a família, corresponde à harmonia da emoção e ao bem-estar do equilíbrio, nos processos da comunhão física.

Igualmente, a conduta vazada em atitudes de disciplina e o salutar comportamento afetivo proporcionam as satisfações de plenitude, porque todos se afadigam no mundo, não raro pelos tentames escusos, nos quais se frustram.

As viciações não são do corpo, mas do Espírito que nele habita. Sendo atrasado, facilmente o Espírito se condiciona a determinados tipos de gozos, que se convertem em seus dominadores e de que não tem forças para se libertar, repetindo as jornadas terrenas em desesperadas buscas ao fugidio prazer a que se acostumou.

Tal ocorrência não vige apenas nas pessoas ignorantes; como também sucede nas intelectualizadas, que, não obstante o patrimônio cultural de que se fazem portadores, não lograram a correspondente ascensão moral. Raramente o Espírito consegue numa mesma vida evoluir pelos sentimentos e através da inteligência, sendo mais comum realizar um tipo de conquista numa etapa e o outro em posterior tentame.

As viciações, portanto, de qualquer natureza e, particularmente, os transtornos do sexo, não são patrimônio das classes menos esclarecidas, mas de todos os homens que sejam Espíritos imperfeitos e se acumpliciem por desatenção ou rebeldia, aos erros que neles ressaltam e os espezinham. Os estúrdios e levianos transmitem ao organismo as vigorosas influências da personalidade condicionada ao prazer espúrio, mergulhando em mais profundos fossos de que somente a contributo de pesado ônus conseguirão emergir para os recomeços difíceis, em penosas experiências expiatórias.

Cumpre ao Espírito reencarnado submeter-se aos implementos da sua posição de prova ou de dor granjeando valores novos que o alcem à normalidade triunfante na função carnal, de que se deve utilizar para as vitórias sobre si mesmo, no laboratório da vida física.

As aquisições num como noutro sexo dão ao Espírito conhecimentos completos das vivências numa como em outra forma, preparando-o para libertar-se das complexidades decorrentes da sua morfologia terrena, já que o amor nas Esferas Elevadas se expressa diferentemente, mais pelas afinidades afetivas, identidades de gostos, companheirismos e ideais santificados, do que pelos arrazoados das sensações e emoções que acompanham o sexo durante as manifestações carnais.

Santuário da vida e altar de bênçãos, o sexo merece alta consideração, representando obra do nosso Pai Criador, por meio do qual a criatura se faz cocriadora, participando dos divinos mecanismos da vida.

Assim considerando, embora as vinculações existentes entre o amor e o sexo, o amor verdadeiro e real está acima das manifestações sexuais, como atributo da misericórdia divina, na sinfonia das belezas com que a vida se expressa.

Ninguém se escuse ao esforço de aprimoramento e ascensão, porque se encontre transitoriamente vivendo esta ou aquela indumentária física, ou esteja sob a imposição restritiva de tal ou qual satisfação, frustrado ou impedido, ansiando pela maternidade, desejando a paternidade que não chega, sofrendo as severas restrições à usança das forças sexuais...

Das experiências conseguidas nas sucessivas reencarnações, na diversidade da forma, retira o Espírito as luminosas conquistas que o elevam acima das dependências orgânicas e das vicissitudes humanas.




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