Rumos Libertadores

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CAPÍTULO 10

APRENDIZAGEM PELA DOR

Estudo: Cap. V — Item 18.

Referes-te à dor como se ela se te constituísse punição imerecida, injustificável interferência nas atividades da tua existência.

Armas-te de revolta e investes contra o sofrimento, tombando em crises de desequilíbrios e alucinações em decorrência de enfoques defeituosos e do atavismo utilitarista que te assinalam a vida.

A dor, no entanto, resulta de uma necessidade imperiosa da evolução.

Sem eia dificilmente conseguirias bendizer a felicidade, da mesma forma que, sem o concurso da sombra, não te darias conta da elevada mensagem da luz. Não conhecendo a enfermidade, sentir-te-ias sem condição de valorizar a saúde.

A dor pode ser considerada como um fórceps, de que se utiliza a vida para arrancar belezas nas almas calcetas, que jazem prisioneiras das couraças do primitivismo ancestral.

Quando, no entanto, o ser é dúlcído e acessível, a dor nele funciona como um arco delicado que tange, no violino dos sentimentos, leves acordes de uma balada sublime de amor.

Com o seu concurso, nascem os heróis e se forjam os santos: faz-se companheira dos caracteres nobres e é a irmã da reflexão, cujo concurso invoca ao instalar-se no imo da criatura humana.


* * *

Até aqui, a dor tem sido considerada apenas sob o ponto de vista negativo, transformando-se numa espada de Dâmocles sempre ameaçadora, prestes a tombar, fatalmente, sobre os que lhe sofrerão, inermes, a conjuntura destrutiva...

Examinem-se as vidas dos artistas do pensamento e das artes, consultem-se as existências superiores dos mártires e dos apóstolos de todos os tempos e de todos os fastos históricos, e logo se encontrará o buril da dor trabalhando-os e embelezando-os, a fim de que a sensibilidade deles, apurada, pudesse erguer-se às regiões onde predominam a beleza e a inspiração, de lá transferindo-as para os olhos, os ouvidos e as mentes do mundo sensorial, transforma ndo-se em estímulos à ascensão e à liberdade.

Interroguem-se as mães e os lidadores das ciências como lograram atingir as cumeadas do ministério e se descobrirá a dor na condição de alavanca impelindo-os para a frente.

O diamante, arrancado do seio generoso da terra, somente resplandecerá após a lapidação.


* * *

Não te consideres em desdita, porque a dor-provação te alcança, concitando-te à regularização dos débitos pretéritos que trazes contigo.

Não te perturbes em face da dor-enobrecimento que te conclama à meditação, de modo a amadureceres os valores espirituais e adquirires sabedoria.

Não te desesperes ante a dor-surpresa, injustamente denominada tragédia ou infortúnio, dela retirando os recursos da edificação íntima. Compreenderás, desse modo, que a vida física é experiência rápida, e que a aparente vitalidade orgânica, a segurança e as conquistas que se disputam, na Terra, são sempre bens muito transitórios, desaparecendo de um momento para outro. Assim, preparar-te-ás para considerar a existência como um rápido capítulo do livro da vida imperecível...


* * *

Jesus, que não possuía débitos, ensinou-nos a técnica de superação da dor, entregando-se em caráter de total tranquilidade às determinações divinas, mediante o sofrimento por amor, já que a dor faz parte do programa de ascensão, na Terra, irmã e benfeitora que deverás receber como dádiva superior para a felicidade que lograrás agora ou mais tarde.




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