Rumos Libertadores

Versão para cópia
CAPÍTULO 25

PRÁTICA DA INDULGÊNCIA

Estudo: Cap. X — Item 16.

A austeridade moral que te deves impor como normativa de conduta não se pode converter em instrumento de rigor para com as fraquezas do próximo.

Compreende-se que o esforço empreendido em prol do burilamento íntimo impõe-te severas disciplinas cujos resultados coletas a pouco e pouco, ensejando-te largas quotas de saúde moral.

No entanto, não te é lícito medir as forças do irmão combalido com a tua capacidade pessoal.

Quiçá fosses testado no ponto vulnerável que te é peculiar, quanto ele o foi, e a tua posição seria bem outra.

Nada, é certo, que justifique o erro desde que em se elevando o espírito a Deus pela oração e através do trabalho, este sempre haure forças para avançar resoluto, superando os empeços como as tentações.

Sem embargo, a tua não deve ser a atitude de quem revolve feridas não cicatrizadas com a lâmina da indiferença ou de quem oferta água salgada ao sedento que roga socorro.

Não houvesses lobrigado o benefício da fé, a dádiva do esforço e gostarias de defrontar compreensão e ajuda, se estivesse combalido.


* * *

Ninguém cai por prazer. Se tal ocorre, no processo da queda há, sem dúvida, fatores poderosos que escapam a uma análise superficial e apressada.

Quem tomba, moralmente, padece de enfermidades que certamente ignora.

Diante dos colhidos pelas redes do erro e da criminalidade, da insensatez e do sofrimento, faze-te indulgente.

Indulgência é, também, manifestação de amor, muitas vezes indispensável para o cometimento da caridade.

Há quem negue a doação da indulgência, justificando que tal oferta pode converter-se em estímulo ao erro ou transformar-se em benignidade para com aquele que erra.

A indulgência, porém, não pode ser considerada como aquiescência para com o mal, antes, porém, qual terapêutica de profundidade que se inicia sem alarde, resultando em renovação e levantamento de forças de quem jaz sem esperança.

A indulgência para com as falhas alheias desperta o homem para o exame e a vigilância das próprias fraquezas.

O indulgente é alguém que refaz um caminho já percorrido, ora na atitude abençoada de enfermeiro da solidariedade.

A indulgência dignifica o cristão e emula-o a passos mais expressivos, a atitudes mais decisivas nos empreendimentos de elevação espiritual a que se afervora.

Nunca te negues à indulgência, seja qual for a circunstância e o gravame com que depares.

Quando nada possas fazer, ora pelo irmão tombado e estimula-o ao soerguimento.

Oxalá emulado pelo teu sentimento e gesto, ele volte a crer em si mesmo e se encoraje ao recomeço.


* * *

Em toda parte estão presentes os que exigem, criticam, impõem regras, são severos para com os outros, não raro demorando-se em situação pior do que a daqueles.

Mesmo que se situassem em estágio superior não poderiam credenciar-se a tal comportamento.

Lembra-te, portanto, de Jesus, que se fez o Indulgente por excelência e, todavia, era perfeito.

Assim, sê indulgente para com todos e severo para contigo próprio.




Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 25.
Para visualizar o capítulo 25 completo, clique no botão abaixo:

Ver 25 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?