Rumos Libertadores

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CAPÍTULO 41

DESALENTO

Estudo: Cap. XVH — Item 7.

Quando se enfloresce o ideal, tudo se colore e o entusiasmo planeja realizações edificantes, de alto porte.

Pela imaginação transitam esperanças em programação feliz, enquanto os sentimentos se enriquecem de júbilos.

Esforço, sacrifício, renúncia são conceitos habituais que passam do conteúdo idealista à manifestação comportamental, transformando-se em combustível e claridade para o labor.

Os óbices se revelam desafios à tenacidade que os vence com resolução firme e trabalho perseverante.

Haure-se na realização abraçada o entusiasmo que dinamiza a coragem, a fim de prosseguir-se com denodo.

Os equívocos são tolerados, as debilidades dos companheiros recebem tratamento especial e todos parecem aureolados pelos valores morais e títulos de vitória que, em verdade, ainda não possuem.

Quem chega com arrebatamento não possui visão de profundidade, procedendo a observações apressadas que mais tarde é constrangido a retificar.

Na ânsia de aproveitar o tempo antes mal aplicado ou perdido, pretende modificar estruturas, reformar técnicas, ativar movimentações... Às vezes consegue, nem sempre, porém.

Passado algum tempo, aclimatado ao ambiente, reformulados conceitos imaginosos que ora se tornam feição da realidade, muda de atitude.

Os de temperamento ardente debandam, queixosos, magoados, dizendo-se decepcionados. Estes pretendiam perfeição alheia num paraíso terreno hipotético.

Outros, de compleição moral diferente, reagem conforme seu modo de ser, em oscilações complexas.

Um número expressivo, todavia, de devotados trabalhadores que perseveram, padece de uma sutil quão grave interferência: a do desalento!

Este lhes chega imperceptivelmente, agasalhando-se em argumentos fracos e bem urdidos.

Aqui é um exagerado cansaço, injustificado, que disfarça o desinteresse.

Ali são aparentes necessidades de trabalhar em realizações remuneradas, obejetivando provisões domésticas, estabilidade da família, previdência para o futuro. Explica-se que será por pouco tempo.

Acolá se revela como insatisfação e surdos desencantos em torno de pessoas e ideais, desculpando-se as novas reações.

Normalmente faz-se aparecer esse desalento, asseverando que a transformação moral do-mundo, senão impossível no momento, é irrealizável, e que quaisquer tentativas são baldadas. O descoroçoamento se manifesta com amargura e a visão, antes clara, das coisas e pessoas nubla-se, entorpece-se até à deserção total, sob pessimismo que aniquila a prazo demorado...

Não lhe dês apoio. Aos primeiros sinais reage.

Não o vitalizes. À sua chegada, enfrenta-o com a razão clara.

Não lhe facultes instalação. Quando passes á perceber as limitações alheias, a censurar, a pensar em fuga, reconsidera tua posição e insiste.

O homem se faz pelo que produz, não pelo em que crê, no que admira.

Embora cercado pelos comensais do despeito, da inveja, das múltiplas imperfeições, lecionando a sós o reino de Deus, Jesus não desanimou nunca, nem mesmo quando traído, abandonado e erguido numa cruz, isto porque desejava que cada um, tocado pelo seu amor, sem olhar para trás, fizesse o mesmo. Portanto, prossegue adiante a não desanimes nunca.




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