Rumos Libertadores

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CAPÍTULO 51

TESTEMUNHOS NA ASCENSÃO

Estudo: Cap. XXIII - Item 17.

O sofrimento, considerado punição ou tido como resultante da influência negativa dos Espíritos infelizes contra os obreiros do Evangelho, constitui enfoque defeituoso que deve ser retificado.

Toda colheita de sombra e dor procede da semeação da amargura e do desaire.

Natural, portanto, que a refrega da aflição seja uma decorrência do impositivo da própria evolução.

A dor impõe-se como desgaste das arestas morais, que necessitam ser lapidadas ou resulta do lógico processo de transformação orgânica de que se utilizam as Leis Soberanas da Vida para burilar o Espírito, advertir o incauto, corrigir o rebelde.

A dor é o extremo oposto do processo do amor, de qualquer forma veículo dele, a fim de elevar os seres às excelsitudes.

Ocorrem, sim, ciladas promovidas por mentes perturbadas da Erraticidade, que se comprazem em afligir, em inquietar.

Desforços e vinganças, perseguições e invejas engendram lamentáveis métodos de flagício contra os homens, os que estão vinculados naturalmente àqueles que, então, se transformam em seus algozes.

Nem todos os sofrimentos, porém, promanam dessas causas.

Empenhado na construção do bem imperecível em si próprio, quem se resolve à ascensão padece o impositivo de ter que retirar as escamas e sair das jaulas das paixões, das constrições do comodismo e da trivialidade, das celas da ignorância para os largos horizontes inundados de madrugadas perenes...

Quem se acostuma à treva sofre ante o formoso fluxo da luz.

Quem se acomoda na inutilidade sente a dor dos esforços na ação edificante.

Compreensível que, no fenômeno da elevação espiritual, a dor proceda à avaliação dos valores individuais e coletivos produzindo a seleção da qualidade moral dos candidatos à ascensão.

A excelência de um ideal faz-se conhecida pelo que consegue na transformação íntima daqueles que o vivem.

Aquilata-se a nobreza de um caráter pela forma elevada com que este se desenovela das conjunturas ásperas, graças aos recursos de que se utiliza.

No desiderato da vivência no ideal cristão, indubitavelmente são exigidos os contributos da sublimação e da renúncia, da humildade e do trabalho incessantes, mediante os quais o candidato se elege à felicidade.

Não seja, pois, estranhável o preço do sofrimento constante, que se faz solicitar a quem deseje elevação e paz.

Jesus, ensinando-nos dignidade e grandeza, em momento algum se eximiu à dor, nos múltiplos trâmites do caminho, ensinando-nos que "se com o madeiro verde se fazem isto, que será do madeiro seco?", não deixando margem a desculpismos, justificações para a fuga ou deserção de nossa parte.




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