CAPÍTULO 2

MORRER PARA VIVER

"Aquele que crê em mim, já passou da morte para a Vida" Jesus À conjuntura dolorosa da morte, sombreada por aflições que transitam entre as cortinas das lágrimas contínuas, pospõe a realidade da vida, que prossegue, exuberante, quando se interrompem os envoltórios materiais.

A morte desvela a vida, que se apresenta em plenitude, quando se ultrapassam as barreiras vibratórias de que o corpo constitui impedimento.

Não te deixes, portanto, dominar pelo estado de revolta em face da presença da morte.

Evita que a surpresa se te converta em dano profundo, fazendo que desmoronem as construções de esperança, em torno da necessidade de continuar no rumo dos deveres, após a partida do ser querido...

A vida, na sua profundidade excelsa, se apresenta em etapas: no corpo e fora dele.

Todos sabemos que o corpo, por mais duradouro, na sua condição biológica, é sempre breve, podendo interromper o seu ciclo com ou sem aviso prévio.

Por tal razão, não te fixes em demasia nos valores transitórios da matéria.

Tem em mente que, não obstante a necessidade de realizar um ministério inteligente, durante a experiência corporal, a vida, em si mesma, tem a sua gênese e o seu fanal, além da matéria mais densa.


* * *

A morte merece acuradas reflexões, de que nos não podemos furtar, considerando que a todas as criaturas domina, no processo das transformações inevitáveis.


* * *

Programa as tuas atividades contando com o fenômeno inexorável da morte.

Ela te conduzirá ao retorno.

Necessário preparar-te para essa viagem libertadora.

Outrossim, considera, também, nas tuas meditações, a possibilidade da partida de quem se te faz querido, antecedendo-te no regresso ao mundo de origem.


* * *

Reencontrarás os que te precederam no rumo da Vida Espiritual.

Em homenagem a esses afetos que viajaram antes, prossegue no culto do bem, mantendo as suas doces recordações e revivendo-as em poemas de carinho, programando a continuação do compromisso eterno.

Se choras, o que é natural, conforta-te com o lenitivo da certeza de que voltarás a conviver com o ser amado.

Não te deixes abalar ante a perspectiva improvável da sobrevivência.

Tudo nos fala de vida.

A glande do carvalho despedaça-se para que surja a árvore que se agigantará a pouco e pouco.

A lagarta liberta a borboleta, quando se extingue a forma.

O pólen libera a perpetuidade da espécie.

Tudo se transforma ante o milagre da morte, que é dádiva da vida.


* * *

Ante Jesus, na cruz da ignomínia, Maria e quantos O amavam, choraram.

Misturavam-se a saudade e a dor, diante da consumação do adeus corporal, no entanto, logo depois, . pleno de vida, Ele volveu ao convívio maternal e ao dos seus amigos, demonstrando a perenidade da Vida.

Confia na ressurreição em triunfo e prepara-te para a alegria da sobrevivência.


O Apóstolo Paulo, emocionado, exclamou: — "Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, a tua vitóriafll Onde está, ó morte, o teu aguilhão?". .

* E o iluminado de Assis, pacificado e confiante, asseverou na sua Oração Simples: — "Porque é morrendo, que nascemos para a vida eterna. " Teus mortos queridos estão vivos e aguardam o momento em que, terminados os teus compromissos terrenos, marcharás na direção do reencontro feliz e perene.




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