CAPÍTULO 41

TEM CORAGEM

Nas contingências afligentes do cotidiano e ao largo das horas que parecem estacionadas sob a injunção de dores íntimas, extenuantes, que se prolongam, não te deixes extremunhar, nem te arrebentes em blasfêmias alucinadas, com que mais complicarás a situação.

Tempestade alguma, devastadora quão demorada, que não cesse.

Alegria nenhuma, repletada de bênçãos e glórias, que se não acabe.

A saúde perfeita passa; a juventude louçã desaparece; o sorriso largo termina; a algaravia de festa silencia...

Da mesma forma, o aguilhão do infortúnio se arrebenta; a enfermidade se extingue; a miséria muda de lugar; a morte abre as portas da vida em triunfo...

Tudo quanto sucede ao homem constitui-lhe precioso acervo, que o acompanhará na condição de tesouro que poderá investir, conforme as circunstâncias que lhe cumpre enfrentar, no processo da evolução.

Os que aspiram a fortunas alegam, intimamente, que se as possuíssem, mudariam a situação dos que sofrem escassez. No entanto, os grandes magnatas que açambarcam o poder e usufruem da abundância, alucinam-se com os bens, enregelando os sentimentos em relação ao próximo...

Quantos anelam pela saúde, afirmam, no silêncio do coração, as disposições de aplicá-la a benefício geral.

Não obstante, os que a desfrutam, quase sempre malbaratam-na nos excessos e leviandades com que a comprometem, desastrados...

O bem deve ser feito como e onde cada qual se encontre.

Em razão disso, as situações e acontecimentos de que se não é responsável, no momento, devem ser enfrentados com serenidade e moderação de atos, por fazerem parte do contexto da vida, a que cada criatura se vincula.

A vida são o conteúdo superior que dela se deve extrair e a forma levada com que se pode retirar-lhe os benefícios.

Um dia sucede a outro, conduzindo as experiências de que se reveste, formando um todo de valores, que programam as futuras injunções para o ser.


* * *

Recorre, nas situações diversas, aos recursos positivos de que dispões, e aguarda os resultados dessa atitude.

Jesus é sempre o exemplo.

Podería haver liberado todos os enfermos que encontrou pela senda; mas não o fez.

Se quisesse, teria modificado as ocorrências infelizes, que o levaram às supremas humilhações e à, cruz; todavia, sequer o intentou.

Conferiria fortuna à pobreza, à mole esfaimada que O buscava, continuamente; todavia, não se preocupou com essa alternativa.

Elegeria para o Seu labor somente homens que O compreendessem e Lhe fossem fieis, sem temores, nem fraquezas; porém optou pelo grupo de que se cercou.

Modificaria as estruturas sociais e culturais da Sua época; sem embargo, viveu-a em toda a plenitude, demonstrando a importância primatial da experiência interior e não dos valores externos, transitórios.

Apresentar-se-ia em triunfo social, submetendo o reizete que Lhe decidiu a sorte; apesar disso, facultouse viver sob as condições do momento em plena aridez de sentimentos e escassez de amor entre as criaturas...


* * *

Jesus, no entanto, conhecia as razões fundamentais de todos os problemas humanos e a metodologia lenta da evolução; identificava que a emulação pela dor é mais significativa e escutada do que a do amor, sempre preterido; sabia do valor das conquistas superiores do Espírito, em detrimento das falazes aquisições que se deterioram no túmulo dissociam os tesouros da alma.

Tem, portanto, coragem e faze como Ele, ante dificuldades e. problemas que passarão, armando-te hoje de esperança para o teu amanhã venturoso.




Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 41.
Para visualizar o capítulo 41 completo, clique no botão abaixo:

Ver 41 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?